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domingo, 20 de maio de 2018

Mário Nogueira: “Tempo dos compromissos acabou”

19/5/2018, 18:54

Os sindicatos dos professores discursaram este sábado perante milhares de professores em Lisboa.


Mário Nogueira é secretário-geral da Fenprof

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Autor
  • Agência Lusa
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Os sindicatos que este sábado discursaram perante os milhares de professores que se concentraram em Lisboa avisaram: “o tempo dos compromissos acabou”. As palavras foram ditas aos jornalistas por Mário Nogueira, líder da Fenprof, antes de subir ao palco que partilharia com uma dezena de outros sindicatos.

Usando uma t-shirt com um smile zangado, Mário Nogueira apelou ao ministro ao Educação, Tiago Brandão Rodrigues, para que “ouça e veja a rua”, porque “o tempo dos compromissos acabou” e “agora o ano vai entrar numa fase sensível”.

Às principais reivindicações — contabilizar o tempo de serviço congelado (nove anos, quatro meses e dois dias, traduzidos na mensagem “9A-4M-2D”, replicada em cartazes, folhetos e t-shirts) e aprovar um regime especial de aposentação, ao fim de 36 anos de serviço — os sindicatos acrescentaram outras: baixar o número de alunos por turma, melhorar as condições de trabalho e garantir estabilidade e segurança na profissão.

Pela Federação Nacional da Educação, João Dias da Silva criticou as “políticas de desvalorização”. Saudando “o grande número” de professores que aderiram ao protesto, o dirigente dirigiu-se ao ministro para lembrar que “não chega dizer que a escola é a sua paixão”.

Os professores exigem reconhecimento e respeito”, frisou. “Somos a escola, construímos a escola”, disse, recordando que para a banca “não há limites” de financiamento. A coordenadora do BE foi uma das figuras políticas presentes na manifestação. À pergunta dos jornalistas sobre os apelos à demissão do ministro da Educação, Catarina Martins relativizou, dizendo que “está na altura” de o Governo resolver os “muitos problemas da escola pública”.

Para a líder bloquista, são três as reivindicações principais para demonstrar que os professores são “o pilar da educação”: garantir “respeito pelas carreiras”, assegurar “concursos corretos e justos, que não deixem ninguém para trás” e alterar a situação de “alunos a mais por turma” e “carreiras longas demais”, que explicam o terço de professores “em burnout”, cuja única solução é entrarem de baixa.

Na resolução aprovada pelos sindicatos a propósito da manifestação nacional, é deixado um aviso ao Governo: caso não ouça as reivindicações, os professores e educadores estão disponíveis “para continuar a luta, se necessário, ainda no presente ano escolar”.

Anda o mundo doido, cá dentro e lá fora!

por estatuadesal

(Carlos Esperança, 20/05/2018)

bola

Assunção Cristas chegou a líder do CDS, partido amigo da UNITA, racista e tribal, que a guerra fria alimentou, e foi recebida pelo MPLA, de João Lourenço, na sequência das aulas que serviram de pretexto à viagem ao país que enjeitou. Foi um abraço póstumo do MPLA a Savimbi.

A PGR ignora os autarcas do PSD, Agostinho Branquinho, Valentim Loureiro, Virgílio Macedo, Hermínio Loureiro, Luís Filipe Meneses e Marco António, alegados autores do desvio de muitos milhões de euros municipais, revelados pela revista Visão, e constitui arguido, Manuel Pinho, para acabar despronunciado, não por capricho do juiz, mas por o MP se ter esquecido de o ouvir e de lhe comunicar os crimes de que era suspeito.

Julgado foi o reitor da Universidade Fernando Pessoa, sempre à porta fechada, para não lhe denegrir a imagem, e condenado por comprovado desvio, superior a 2,19 milhões de euros, para si e familiares. Foi condenado a 1 ano e 3 meses de prisão, pena suspensa, e à devolução da importância, apenas a apurada, ao Estado se, entretanto, a Fundação, que é sua, da mulher e de dois filhos, não exigir de volta a verba a que, segundo o juiz tem direito. Valeu-lhe a boa conduta e não ter sido apanhado, com meia dúzia de chocolates, a fugir de um supermercado, embora nos finais dos anos 90, já tivesse sido condenado a dez meses de prisão, suspensa, num processo que envolvia o desvio de subsídios do Fundo Social Europeu, quando era diretor da Escola Superior de Jornalismo do Porto.

Faltava Erdogan, genocida dos curdos, autor de atrocidades contra os direitos humanos, carcereiro de intelectuais, jornalistas e juízes, a denunciar os crimes de Israel contra os palestinos e a Arábia Saudita, do Eixo do Bem, calada quanto à provocação da mudança da Embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém.

E sobrou Trump, a fazer manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul, quando a do Norte se tinha comprometido a desnuclearizar-se.
Sobra ainda, para gáudio da comunicação social, e da arraia miúda e graúda, o alvoroço que aí vai num desporto cada vez pior conduzido, mais obscuramente praticado e onde bandos fascistas à solta se portam pior do que os dirigentes que os açulam.

É a vida. Voltámos aos 3 FFF.

Pensar Portugal

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por Telmo Azevedo Fernandes

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Fico sempre desconfiado quando se junta um grupo de pessoas para “pensar o país”. Desatam normalmente a descobrir políticas de “interesse nacional” e eu, confesso, já estou farto de me irem ao bolso…

Pus de lado o meu preconceito e admiti que o evento pudesse decorrer em São Mamede de Ribatua para demonstrar a preocupação desta gente pelo Interior, mas calha afinal que se juntaram nessa localidade periférica votada ao ostracismo que é Cascais.

Em luta contra as minhas próprias ideias feitas, reconheci que pelo menos os oradores principais certamente seriam pessoas normalmente sem palco mediático, distantes da oligarquia que nos pastoreia, indivíduos livres e com ideias inovadoras. E não é que eram mesmo?!

Vejam só: Marcelo Rebelo de Sousa; Manuel Caldeira Cabral; António Vitorino; Luís Marques Mendes; Luís Amado; Carlos Carreiras; Jorge Coelho; Guilherme d’ Oliveira Martins; Nunes Liberato; Pedro Reis; Rui Moura Ramos; entre outros. Nem sei como António Costa não se juntou ao acontecimento.

Percebi melhor o que moveu as pessoas a deslocarem-se ao hotel de luxo da Cidadela para assistirem às conferências quando um amigo (mais perspicaz e com maior talento do que o meu) sintetizou da seguinte forma: “é o equivalente a ir à ópera, mas sem a gorda a cantar”.

O país refém de Bruno de Carvalho

por estatuadesal

(Vicente Jorge Silva, in Público, 20/05/2018)

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Hoje, a partir das cinco da tarde, todo o país vai estar de olhos postos no Jamor, não exactamente para ver a final da Taça de Portugal entre o Sporting e o Aves mas para assistir a um novo episódio do folhetim que capturou as atenções gerais e foi tema quase único dos noticiários jornalísticos da semana. Que vai acontecer dentro e fora do relvado? Como vão reagir os jogadores do Sporting, depois dos ataques selváticos de que foram vítimas às mãos de um bando de energúmenos em Alcochete? Qual será o comportamento da assistência, nomeadamente das claques sportinguistas, e como irão actuar as forças de segurança? Qual irá ser a postura do Presidente da República e do primeiro-ministro (sabendo-se que o presidente da Assembleia da República não estará presente)? De qualquer modo, para arrefecer os ânimos, soube-se ontem que o presidente do Sporting desistiu de comparecer, depois de notícias em contrário.

Estas questões não seriam normais num país normal, não tivesse sido ele literalmente capturado por essa personagem improvável chamada Bruno de Carvalho – a que ninguém escapou nos últimos dias, designadamente os comentadores menos versados em matéria futebolística (entre os quais me incluo, apesar da paixão que me persegue desde a infância, nesses anos longínquos em que o futebol não passava de uma actividade de amadores e seria inconcebível a sua transformação numa indústria de milhões, suscitando os comportamentos mais aberrantes). Ora, ao sequestrar todo um país, depois do sequestro da equipa de futebol em Alcochete – do qual é o indiscutível autor moral, por ter criado as condições emocionais e psicológicas para que acontecesse –, Bruno de Carvalho tornou-se a vedeta de um caso em que Portugal, através dos media e das conversas quotidianas, se revê como num espelho.

Aconteça o que acontecer, venha a ser ou não destituído nos próximos dias, o ainda presidente do Sporting pode vangloriar-se de um feito verdadeiramente invulgar e que justificará amplamente a sua megalomania ou, como confessou ao Expresso, a sua estratégia de fazer-se passar por maluco: ele foi (ainda é) o centro das atenções e perplexidades nacionais, esse espelho em que o país foi obrigado a rever-se e questionar-se, incomodado e incrédulo, sobre como foi possível chegar ao ponto a que se chegou. Que uma personagem tão boçal, grotesca e quase inverosímil tenha sido durante tanto tempo adulada, entronizada e legitimada por tanta gente – nomeadamente por pessoas com qualificações muito diversas, desde as áreas económicas até, pasme-se!, à psiquiatria – é um fenómeno que ultrapassa o campo das meras paixões futebolísticas, para se inscrever no universo das dependências ou submissões mais inconfessáveis e da irracionalidade pura e simples. Finalmente, que tenha sido preciso acontecer o que aconteceu em Alcochete para alguma dessa gente acordar subitamente e retirar o apoio a uma personagem a que se atribuíam dons prodigiosos constitui um indicador muito sintomático da cegueira, do sono e da cobardia a que se acomodam as consciências, fugindo a sete pés do desastre anunciado e que elas foram incapazes de prevenir.

Se o futebol se tornou um reflexo das derivas do funcionamento das sociedades, enquanto domínio imune, tantas vezes, à própria legalidade, o caso Bruno de Carvalho fez-nos confrontar, em Portugal, com um fenómeno corrosivo que desejaríamos iludir: o populismo. A partir do momento em que um país ficou refém de tal caso e tal personagem, importa extrair rapidamente as conclusões desse sequestro que, pela sua amplitude mediática e social, ultrapassou claramente as fronteiras futebolísticas.

Não podemos continuar a dormir se não queremos que os Brunos de Carvalho se reproduzam noutras espécies – sociais e políticas – e os bandos de arruaceiros das claques antecipem as brigadas fascistas e nazis de sinistra memória.

Desculpe, senhor juiz, mas ele abriu a carteira e não pude deixar de o assaltar

Novo artigo em Aventar


por j. manuel cordeiro

Enquanto os holofotes mediáticos nos entretêm com o circo, o governo entreteve-se a não zelar pelo interesse nacional.

Entretanto, voltado ao tema do post, Costa, não destoando dos seus antecessores, aposta em resolver os problemas com mais legislação. Sempre fica mais simples dar a entender que a causa do problema é a ausência de legislação do que explicar porque é que a legislação existente não é aplicada.