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domingo, 20 de maio de 2018

Isaltino Morais na tribuna do Jamor

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

Sim, eu sei que o homem é autarca do concelho onde se situa o Estádio do Jamor. Mas vê-lo ali, todo sorridente na tribuna de honra, faz-me perder um pouco mais de esperança neste país. Faz-me acreditar, ainda mais, que o crime compensa mesmo.

Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, vai ser cardeal

EM ATUALIZAÇÃO 1.30

O bispo de Leiria-Fátima vai ser criado cardeal no dia 29 de junho. A nomeação foi publicada este domingo. Vigário de Leiria-Fátima diz que a nomeação reforça ligação entre o Vaticano e Fátima.


D. António Marto, 71 anos, é bispo de Leiria-Fátima desde 2006

JÚLIO LOBO PIMENTEL / OBSERVADOR

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O Papa Francisco anunciou este domingo, em Roma, que o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, vai ser nomeado cardeal. O consistório (reunião de Cardeais que aconselham o Papa) para a criação de 14 novos cardeais vai ocorrer a 29 de junho, no Vaticano.

António Augusto dos Santos Marto tem 71 anos e é Bispo de Leiria-Fátima desde 2006. Em 2017, por ocasião da celebração do centenário de Fátima, recebeu o Papa Francisco na visita que fez ao país.

Segundo comunicado de imprensa do Vaticano, o Papa afirma que a nomeação dos 14 novos Cardeais “expressa a universalidade da Igreja que continua a proclamar o amor misericordioso de Deus a todas as pessoas na terra.” O mesmo documento pede aos fiéis que rezem pelos novos cardeais.

Nomeação “reforça a ligação do Papa com Fátima”

O vigário-geral da diocese de Leiria-Fátima, padre Jorge Guarda, o braço direito de D. António Marto, considerou, em declarações ao Observador, que a nomeação “reforça a ligação do Papa com Fátima”.

O que pesa nesta nomeação é, sem dúvida, a figura do D. António, pelo seu serviço à Igreja e pela sua dedicação, mas também o contexto em que ele se insere. O facto de ser bispo de Fátima contribuiu, sem dúvida“, sublinhou o padre Jorge Guarda.

Segundo explica o sacerdote, a nomeação dos cardeais é uma forma de estabelecer uma relação mais profunda entre a sé de Roma — liderança universal da Igreja Católica — e as diferentes realidades da Igreja em todo o mundo.

“Os cardeais ficam inseridos na diocese de Roma, como colaboradores diretos do Papa, mas sem saírem da sua diocese local. Estabelece-se uma ligação maior entre a sé de Pedro e as diferentes dioceses do mundo inteiro”, detalhou o sacerdote.

Bispo foi surpreendido com anúncio

O bispo de Leiria-Fátima estava esta manhã a entrar para a celebração do Crisma na catedral de Leiria quando soube do anúncio, explicou ao Observador o padre Vítor Coutinho, vice-reitor do Santuário de Fátima e chefe do gabinete episcopal.

Foi uma “surpresa total”, até para o próprio D. António Marto, sublinhou. Até porque antes do Papa Francisco, os anúncios eram comunicados aos visados antes de serem tornados públicos, mas o Papa mudou os procedimentos, pelo que o bispo acabou por saber da nomeação ao mesmo tempo que o resto do mundo.

O cético de Fátima que se tornou bispo de Fátima

D. António Marto nasceu em Tronco, concelho de Chaves, a 5 de abril de 1947. Fez os seus estudos entre o Porto e Roma, onde concluiu o seu doutoramento sob a orientação do cardeal alemão Joseph Ratzinger, que viria a ser eleito Papa. Foi também em Roma que, em 1977, foi ordenado padre.

Depois de regressar a Portugal, foi ocupando posições académicas até ser nomeado, em 2000, bispo auxiliar de Braga. Da arquidiocese passou para bispo de Viseu em 2004 e dois anos depois para Leiria-Fátima, onde permanece desde então.

Numa longa entrevista de vida que deu ao Observador em maio de 2017, a propósito da visita do Papa Francisco ao Santuário de Fátima, D. António Marto recordou a sua infância e juventude e como foi um cético dos acontecimentos de Fátima até ler as memórias da Irmã Lúcia.

[Recorde aqui um excerto da entrevista de vida a D. António Marto]

O bispo lembra como olhava “com desprezo” para as “expressões de piedada popular”, criticando procissões, peregrinações e até a oração do terço em família, o que levou inclusivamente a conflitos com o seu pai, que não entendia como é que um padre podia criticar aquelas dimensões da fé.

A sua visão racionalista, recorda, punha em causa algumas expressões da fé, sobretudo a piedade popular, algo que era “típico de uma espécie de cultura de elites, que olha com desprezo para o que é do povo, para o que é popular”.

A conversão a Fátima aconteceu em 1997, quando, já considerado um especialista em teologia, foi convidado para um congresso sobre a Eucaristia na Mensagem de Fátima. Ficou perplexo com o convite, pois Fátima não lhe dizia grande coisa, mas acabou por aceitar o desafio.

“Por honestidade intelectual, comecei por ler as Memórias da Irmã Lúcia, pela primeira vez, e fiquei de facto impressionado. Impressionado pela seriedade do que tratava a mensagem”, recordava o bispo, na entrevista. Acabou por ficar convencido. “Pensei que estávamos ali diante de algo muito sério, muito mais sério do que eu imaginava.”

Atualmente, além de bispo de Leiria-Fátima, é também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

Quarto português no colégio cardinalício

A nomeação de D. António Marto vai colocar mais um português no colégio cardinalício, o órgão com responsabilidade para, entre outras coisas, elege o Papa. O bispo de Leiria-Fátima vai juntar-se a dois cardeais portugueses que residem em Roma — D. José Saraiva Martins (prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos) e D. Manuel Monteiro de Castro (penitenciário-mor emérito da Santa Sé) — e a D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa.

D. António Marto vai falar aos jornalistas às 16h30 a partir do Santuário de Fátima.

Mário Nogueira: “Tempo dos compromissos acabou”

19/5/2018, 18:54

Os sindicatos dos professores discursaram este sábado perante milhares de professores em Lisboa.


Mário Nogueira é secretário-geral da Fenprof

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Autor
  • Agência Lusa
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Os sindicatos que este sábado discursaram perante os milhares de professores que se concentraram em Lisboa avisaram: “o tempo dos compromissos acabou”. As palavras foram ditas aos jornalistas por Mário Nogueira, líder da Fenprof, antes de subir ao palco que partilharia com uma dezena de outros sindicatos.

Usando uma t-shirt com um smile zangado, Mário Nogueira apelou ao ministro ao Educação, Tiago Brandão Rodrigues, para que “ouça e veja a rua”, porque “o tempo dos compromissos acabou” e “agora o ano vai entrar numa fase sensível”.

Às principais reivindicações — contabilizar o tempo de serviço congelado (nove anos, quatro meses e dois dias, traduzidos na mensagem “9A-4M-2D”, replicada em cartazes, folhetos e t-shirts) e aprovar um regime especial de aposentação, ao fim de 36 anos de serviço — os sindicatos acrescentaram outras: baixar o número de alunos por turma, melhorar as condições de trabalho e garantir estabilidade e segurança na profissão.

Pela Federação Nacional da Educação, João Dias da Silva criticou as “políticas de desvalorização”. Saudando “o grande número” de professores que aderiram ao protesto, o dirigente dirigiu-se ao ministro para lembrar que “não chega dizer que a escola é a sua paixão”.

Os professores exigem reconhecimento e respeito”, frisou. “Somos a escola, construímos a escola”, disse, recordando que para a banca “não há limites” de financiamento. A coordenadora do BE foi uma das figuras políticas presentes na manifestação. À pergunta dos jornalistas sobre os apelos à demissão do ministro da Educação, Catarina Martins relativizou, dizendo que “está na altura” de o Governo resolver os “muitos problemas da escola pública”.

Para a líder bloquista, são três as reivindicações principais para demonstrar que os professores são “o pilar da educação”: garantir “respeito pelas carreiras”, assegurar “concursos corretos e justos, que não deixem ninguém para trás” e alterar a situação de “alunos a mais por turma” e “carreiras longas demais”, que explicam o terço de professores “em burnout”, cuja única solução é entrarem de baixa.

Na resolução aprovada pelos sindicatos a propósito da manifestação nacional, é deixado um aviso ao Governo: caso não ouça as reivindicações, os professores e educadores estão disponíveis “para continuar a luta, se necessário, ainda no presente ano escolar”.

Anda o mundo doido, cá dentro e lá fora!

por estatuadesal

(Carlos Esperança, 20/05/2018)

bola

Assunção Cristas chegou a líder do CDS, partido amigo da UNITA, racista e tribal, que a guerra fria alimentou, e foi recebida pelo MPLA, de João Lourenço, na sequência das aulas que serviram de pretexto à viagem ao país que enjeitou. Foi um abraço póstumo do MPLA a Savimbi.

A PGR ignora os autarcas do PSD, Agostinho Branquinho, Valentim Loureiro, Virgílio Macedo, Hermínio Loureiro, Luís Filipe Meneses e Marco António, alegados autores do desvio de muitos milhões de euros municipais, revelados pela revista Visão, e constitui arguido, Manuel Pinho, para acabar despronunciado, não por capricho do juiz, mas por o MP se ter esquecido de o ouvir e de lhe comunicar os crimes de que era suspeito.

Julgado foi o reitor da Universidade Fernando Pessoa, sempre à porta fechada, para não lhe denegrir a imagem, e condenado por comprovado desvio, superior a 2,19 milhões de euros, para si e familiares. Foi condenado a 1 ano e 3 meses de prisão, pena suspensa, e à devolução da importância, apenas a apurada, ao Estado se, entretanto, a Fundação, que é sua, da mulher e de dois filhos, não exigir de volta a verba a que, segundo o juiz tem direito. Valeu-lhe a boa conduta e não ter sido apanhado, com meia dúzia de chocolates, a fugir de um supermercado, embora nos finais dos anos 90, já tivesse sido condenado a dez meses de prisão, suspensa, num processo que envolvia o desvio de subsídios do Fundo Social Europeu, quando era diretor da Escola Superior de Jornalismo do Porto.

Faltava Erdogan, genocida dos curdos, autor de atrocidades contra os direitos humanos, carcereiro de intelectuais, jornalistas e juízes, a denunciar os crimes de Israel contra os palestinos e a Arábia Saudita, do Eixo do Bem, calada quanto à provocação da mudança da Embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém.

E sobrou Trump, a fazer manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul, quando a do Norte se tinha comprometido a desnuclearizar-se.
Sobra ainda, para gáudio da comunicação social, e da arraia miúda e graúda, o alvoroço que aí vai num desporto cada vez pior conduzido, mais obscuramente praticado e onde bandos fascistas à solta se portam pior do que os dirigentes que os açulam.

É a vida. Voltámos aos 3 FFF.

Pensar Portugal

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por Telmo Azevedo Fernandes

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Fico sempre desconfiado quando se junta um grupo de pessoas para “pensar o país”. Desatam normalmente a descobrir políticas de “interesse nacional” e eu, confesso, já estou farto de me irem ao bolso…

Pus de lado o meu preconceito e admiti que o evento pudesse decorrer em São Mamede de Ribatua para demonstrar a preocupação desta gente pelo Interior, mas calha afinal que se juntaram nessa localidade periférica votada ao ostracismo que é Cascais.

Em luta contra as minhas próprias ideias feitas, reconheci que pelo menos os oradores principais certamente seriam pessoas normalmente sem palco mediático, distantes da oligarquia que nos pastoreia, indivíduos livres e com ideias inovadoras. E não é que eram mesmo?!

Vejam só: Marcelo Rebelo de Sousa; Manuel Caldeira Cabral; António Vitorino; Luís Marques Mendes; Luís Amado; Carlos Carreiras; Jorge Coelho; Guilherme d’ Oliveira Martins; Nunes Liberato; Pedro Reis; Rui Moura Ramos; entre outros. Nem sei como António Costa não se juntou ao acontecimento.

Percebi melhor o que moveu as pessoas a deslocarem-se ao hotel de luxo da Cidadela para assistirem às conferências quando um amigo (mais perspicaz e com maior talento do que o meu) sintetizou da seguinte forma: “é o equivalente a ir à ópera, mas sem a gorda a cantar”.