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domingo, 3 de junho de 2018

Google vai renunciar a colaboração militar com Pentágono

Jornal Económico com Lusa

Ontem 10:14

O contrato vinha sendo contestado pelos funcionários e motivou inclusive uma petição subscrita por mais de 4.000 trabalhadores.

Steve Marcus/Reuters

A Google vai renunciar a uma colaboração em matéria de inteligência artificial com o Pentágono, um contrato que provocou uma grande agitação entre os funcionários da gigante tecnológica.

Um dirigente do grupo informou, na passada sexta-feira, os empregados que o contrato com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América não será renovado assim que expirar no próximo ano, noticiam o jornal New York Times e o ‘site’ especializado Gizmodo, citados pela France-Press.

Questionada pela agência de notícias francesa, a Google não respondeu.

Avaliado pela imprensa em menos de dez milhões de dólares (cerca de 8,5 milhões de euros), o contrato – sobre o qual a Google mantém-se discreta – desencadeou nas últimas semanas a indignação de milhares de funcionários da empresa, que consideravam esta colaboração com os militares contrária aos valores da Google.

Em meados de maio, uma petição lançada em fevereiro para pedir à Google para ficar de fora “do comércio da guerra” foi subscrita por mais de 4.000 funcionários, sendo que uma dúzia ameaçou mesmo demitir-se, embora se desconheça se tal sucedeu.

“Exigimos que o projeto ‘Maven’ seja anulado e que a Google escreva, torne pública e implemente uma política clara dizendo que a Google ou as suas subcontratadas nunca vão desenvolver tecnologia de guerra”, refere a petição.

O projeto em causa concentra-se em drones e no uso de inteligência artificial para ajudar aqueles aparelhos a distinguir melhor os seres humanos dos objetos.

Organizações como a Electronic Frontier Fundation ou o Comité Internacional para o Controlo de Armas Robôs consideraram que tal abre caminho à eliminação de toda a intervenção humana nas missões dos drones.

Os militares dos Estados Unidos da América e de outros países usam drones, remotamente controlados por pessoas, para missões de reconhecimento, inteligência ou efetuar bombardeamentos, por exemplo no Afeganistão.

A Google, mas também a Microsoft ou a Amazom, estão a tentar alcançar um contrato com o Pentágono que pretende utilizar a computação em nuvem.

Catarina Martins defende veto de Portugal se orçamento da UE não for melhorado

Jornal Económico com Lusa

18:16

Coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu que Portugal deve vetar o orçamento comunitário no Conselho Europeu se as propostas feitas pela Comissão não forem alteradas.

Catarina Martins, que se encontrava numa visita à 55.ª Feira Nacional da Agricultura/65.ª Feira do Ribatejo, em Santarém, afirmou que o seu partido “analisa com muita preocupação” as propostas do orçamento para o próximo quadro comunitário de apoio, não só pelos cortes na Política Agrícola Comum (PAC) como pelos previstos nos fundos de coesão, que “penalizam particularmente Portugal”.

“Portugal deve fazer uma reflexão global sobre o que significa a PAC e os fundos de coesão e o que é proposto para o nosso país”, disse, citada pela agência Lusa, frisando que “o Governo português tem a possibilidade, e deve utilizá-la, de não aceitar este orçamento”.

“Ou este orçamento é melhorado, ou faz algum sentido, ou, se não for, o Governo português pode vetá-lo em Conselho Europeu como qualquer outro Governo. Portugal não é mais nem menos que qualquer outro país, mas o que não podemos aceitar é que sejam constantemente feitas regras da União Europeia que beneficiam os grandes países e que prejudicam países como Portugal”, declarou.

Catarina Martins afirmou que, não só Portugal está a ser penalizado por ter criado emprego, como “não é aceitável” que os fundos que são retirados na PAC e nos fundos de coesão sejam “enviados para a indústria de armamento francesa, italiana e espanhola”.

“Podemos negociar ou fazer de conta que estamos a negociar. Se o Governo português não adotar uma posição de força na verdade não estamos a ver nenhuma vontade dos outros países de alterarem” as propostas que estão em cima da mesa, declarou.

Catarina Martins afirmou que a chanceler alemã, Angela Merkel, disse em Portugal “que compreendia tudo muito bem, mas que não havia forma de alterar o orçamento que está decidido”, o que se compreende por este ser o país “que mais ganha com o euro” e para quem a alteração dos fundos “corresponde à sua estratégia de militarização da Europa”.

Frisando que os cortes propostos penalizam mais os pequenos produtores e o interior do país, Catarina Martins pediu “uma posição forte”.

“A forma que o Governo português tem para o fazer é, a par de uma negociação dura para o próximo orçamento, dizer que está disponível para vetar o orçamento se for necessário. Dizer que estamos a falar a sério”, acrescentou.

Para a líder bloquista, “não se pode aceitar uma União Europeia que retira cada vez mais capacidade de decisão de escolha de investimento a países como Portugal, ao mesmo tempo que concentra mais os meios e toda a capacidade de decisão na Alemanha, na França, nos países de sempre”.

Catarina Martins foi a segunda líder partidária a visitar hoje a Feira Nacional da Agricultura, que recebeu de manhã uma delegação do PCP liderada pelo secretário-geral, Jerónimo de Sousa, estando ainda agendada a deslocação da presidente do CDS/PP, Assunção Cristas, que ocupou a pasta da Agricultura durante o Governo de coligação com o PSD.

Madeira assume ambição de acabar com dependência dos combustíveis fósseis

António Freitas de Sousa

18:32

O vice-presidente do Governo Regional disse, na apresentação do Programa de Mobilidade Elétrica de Porto Santo, que o executivo tem a ambição de libertar o arquipélago dos combustíveis fósseis.

Foto: ARM - Águas e Resíduos da Madeira.

O vice-presidente do Governo Regional disse este domingo, citado pela agência Lusa e na apresentação do Programa de Mobilidade Elétrica de Porto Santo, que o executivo tem a ambição de libertar o arquipélago dos combustíveis fósseis.

O Programa de Mobilidade Elétrica de Porto Santo, desenvolvido pelo Governo Regional da Madeira, em parceria com a empresa Renault, S.A, tem por objetivo tornar a ilha do Porto Santo num território europeu sem combustíveis fósseis e emissões quase nulas de dióxido de carbono.

“É com imensa satisfação que hoje aqui me encontro para a apresentação pública deste projeto inovador e estratégico para a Região Autónoma da Madeira, que visa a criação de uma solução de mobilidade sustentável a partir do desenvolvimento de um ecossistema elétrico na ilha do Porto Santo”, disse Pedro Calado no Centro de Congressos da ilha.

Pedro Calado chamou a atenção que “estas opções serão avaliadas tecnicamente e economicamente, servindo como prova de conceito, sendo intenção do Governo Regional, e após esta primeira experiência no Porto Santo, implementar a solução a todo o arquipélago da Madeira”.

O vice-presidente lembrou que o programa de cooperação entre o Governo Regional da Madeira, através da Empresa de Eletricidade da Madeira, e a Empresa Renault, “constitui apenas uma componente do trabalho que, neste campo, estamos a realizar na Região, encontrando-se integrado numa estratégia global para o desenvolvimento sustentável deste arquipélago e que é defendida no âmbito do Projeto “Porto Santo Sustentável – Smart Fossil Free Island”.

“Este projeto mais vasto tem, então, por objetivo, tornar a ilha do Porto Santo num território sem combustíveis fósseis e emissões quase nulas de dióxido de carbono, visando garantir, a médio e longo prazos, a sua sustentabilidade ambiental, social e económica e, em simultâneo, criar um fator diferenciador, transformando o Porto Santo na primeira smart Island, na primeira “ilha inteligente” do mundo”, vaticinou.

Pedro Calado anunciou ser intenção do Governo Regional, já no Orçamento Regional para 2019, criar condições para a “atratibilidade” de veículos elétricos. “Estamos já a trabalhar no sentido de assegurar um conjunto de incentivos para todos os porto-santenses que pretendam adquirir veículos elétricos”, declarou.

Após a apresentação do Programa, o vice-presidente participou na cerimónia de entrega de viaturas elétricas à população e entidades abrangidas no âmbito do projeto de mobilidade elétrica da Renault em parceria com a EEM.

Eutanásia: é urgente combater a manipulação emocional dos instintos mais básicos e irracionais do ser humano

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

Fotografia: Nuno Botelho@Expresso

Um dos argumentos mais falaciosos daqueles que se opõem à legalização/despenalização da Eutanásia, é aquele que reza que a alternativa a “matar os velhinhos” está na expansão da rede de cuidados paliativos. E não é preciso ser-se um grande académico ou um profissional de saúde para perceber que este não é argumento sério.

Por muita importância e valor que possamos atribuir aos cuidados paliativos, e eles têm, na minha opinião, um enorme valor, a verdade é que, quem procura a eutanásia como solução, não quer cuidados paliativos, até porque, muito provavelmente, já fez esse caminho. Quem procura a eutanásia, com todas as salvaguardas que os ultramontanos afirmam não existir, quer, efectivamente, deixar de viver. É uma solução drástica, uma solução que choca e divide, mas não é, de forma alguma, a mesma coisa que procurar terapêuticas que minimizem o sofrimento e contribuam para proporcionar o máximo de qualidade de vida para um doente terminal. É outra coisa diferente.

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A eutanásia de Rui Rio

por estatuadesal

(Estátua de Sal, 03/06/2018)

RIO Eutanasiado

Hoje não se está a passar nada. Não há artigos de jeito para publicar na Estátua, pelo que tive que ser eu a fazer as despesas do dia.

Podia ter ido buscar a Espanha e o novo governo do PSOE, a Itália e o novo executivo que se avizinha e as dores de cabeça dos burocratas de Bruxelas. Contudo, decidi fazer coro com a unanimidade dos comentadores do último Eixo do Mal e ficar-me pela politica nacional e pela votação do PSD na legislação sobre a eutanásia.

Foi um festim de "liberdade de voto". Tão livres os deputados, inebriados pela liberdade que o Rio lhes deu que votaram quase todos "em liberdade", isto é contra o líder. Há liberdade maior do que ser contra quem nos dá a liberdade? Suponho que não, porque isso é o cúmulo da liberdade! Montenegro, Negrão e companhia deveriam receber a medalha da liberdade,  por méritos emprestados ao conceito. Marcelo, parece que já está a preparar a condecoração e aguarda os próximos capítulos do folhetim para marcar a data mais conveniente para a cerimónia.

É pena que, aqueles que estão a sofrer, em estado terminal, não possam ser aliviados da dor sem esperança que os aflige porque a bancada laranja decidiu usar a liberdade que lhes foi dada pelo pai, precisamente para matar o pai...

A bancada do PSD quer, à força, colocar Rui Rio em "estado terminal" para que ele lhes venha pedir que o livrem da dor e do suplício que é viver sem esperança, atacado por tumores e agulhadas internas, e que o eutanaziem sem demora, num acto de misericórdia e compaixão.

Cavaco o estripador, já começou a afiar o bisturi, e irá a Fátima a pé penitenciar-se, como bom cristão, para ser absolvido depois de perpetada a mortandade. Passos, qual Dr. Strangelove, também tem já a seringa pronta, carregada de arsénico, para dar a injecção no sítio mais useiro, que é, consabidamente atrás da orelha.

Pobre Rio, bem podes pedir ao Governo e ao Costa que desvie parte das verbas destinadas ao combate aos fogos para um reforço dos cuidados paliativos, de forma a que consigas resistir à dor e não lhes venhas a pedir a "morte assistida".

Não sei é se o Costa te satisfará o pedido. Com uma oposição a degladiar-se no leito da morte e à custa dela, não custa reinar, porque nem sequer é preciso dividir aquilo que já dividido está.