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quinta-feira, 21 de junho de 2018

O desprezo pelo futuro

  por estatuadesal

(Carlos Esperança, 21/06/2018)

poluição

(Este texto merece reflexão. Pelo que explicita. Pelo que está implícito. Pelo que pode ser acrescentado. Um sistema económico baseado no "interesse próprio", como o capitalismo - o "homo economicus" à Adam Smith -, nunca pode ter uma estratégia de longo prazo: sacrificar alguns benefícios do presente a favor das gerações e da sustentabilidade futuras.

Além de termos falhado "na felicidade como herança", também já estamos a falhar na felicidade como anseio e praxis do nosso próprio presente. Se calhar já estamos todos mortos, mas julgamos que não porque os telemóveis ainda retornam o som da nossa voz, apesar de já nada de relevante termos a dizer uns aos outros. Babel, cacofonia planetária onde já nada faz sentido.

Comentário da Estátua, 21/06/2018)


A minha geração é a última que vive melhor do que as anteriores e ninguém se preocupa com o futuro dos filhos ou a herança que vai deixar aos netos.

O consumo não é apenas a vertigem de quem mede o prazer pelos benefícios imediatos, é a bitola com que cada um disputa a superioridade a que se julga com direito. Há quem considere ilimitados os recursos do Planeta e seja alheio à imensa maioria, sem acesso a água potável, ar saudável, alimentos ou saúde, sem paz, nem sequer direito à vida.

Quem tira um curso e adquire conhecimentos à custa do investimento de todos, julga-se no direito de não retribuir. Somos o produto do logro que julga imparável o crescimento e inesgotáveis os recursos, legítima a acumulação de bens e tolerável a pobreza.

A bomba demográfica continua a explodir e a multidão de miseráveis cresce. A cegueira de governantes cujo poder lhes garante a impunidade arrasta-nos para o abismo e deixa-nos impotentes face à dimensão da tragédia que já está aí, o ar cada vez mais poluído, a água a rarear, os mares a morrerem, os desertos a avançarem e os refugiados a abalarem aflitos para países onde as súbitas alterações, étnicas e culturais, estimulam o confronto, fomentam o medo e conduzem à exclusão e à barbárie.

O bem-estar é tanto mais precário quanto menos forem os favorecidos e tão mais injusto quanto menos sustentável. Há uma correlação direta do fosso que se agrava entre países ricos e pobres, e o que separa as pessoas dentro de todos e cada um deles.

Quando as exigências têm por base mais a inveja do que as necessidades e se ignoram os que não podem sequer gritar, atraem-se os vendavais que varrem os benefícios que o acaso e as circunstâncias permitiram.

O castigo raramente é aplicado a quem merece, e serão os vindouros a sofrer o que nós fazemos, a carecerem do que esbanjámos e, sobretudo, do que não nos esforçámos por lhes deixar, ar, água, segurança, emprego, saúde e alimentos.

Herdam arsenais destruidores, se não forem utilizados antes, e os maus exemplos com que os países ricos vivem o presente, indiferentes ao futuro, de que se desinteressaram, e à obsolescência do modelo económico em que insistem.

A minha geração negou a felicidade como herança.

Trump, amoral e cruel, é a mais torpe metáfora da minha geração.

As 12 lições que Bruno aprendeu com Trump

  por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 21/06/2018)

Daniel

Daniel Oliveira

São estas as 12 lições que Bruno de Carvalho aprendeu com a experiência de Donald Trump. Umas resultam de personalidades narcisistas e megalómanas semelhantes. Outras serão fruto de coincidência. Outras correspondem ao “ar do tempo”. Outras terão sido mesmo decalcadas pelo próprio ou por conselho de agências de comunicação. Mas todas correspondem a uma forma de fazer política, seja num país ou num clube.

1 – Para manter uma maioria fanatizada não pode haver matizes. O mundo divide-se em dois: o povo, representado por mim, e a elite, representada por aqueles que me enfrentam 

O povo, no caso do Sporting, é o sócio comum. A elite é uma amálgama. Podem ser pessoas reconhecidas pelos sócios (os “notáveis”), mesmo que tenham apoiado ou feito parte das direções do líder; os acionistas, mesmo que tenham sido grandes amigos no passado; e grupos sociais específicos (os “croquetes”). O povo é toda a gente que não se destaque publicamente, liderado pela única pessoa que merece ser destacada, o próprio Bruno de Carvalho. O único “notável” legítimo. O resto ou é elite ou está ao serviço dela para retirar o poder ao povo.

2 – Não pode haver nenhuma plataforma de diálogo e compreensão entre os que estão do meu lado e aqueles que se opõem a mim 

Para que a radicalização de posições e a fanatização acrítica funcione é fundamental que não haja qualquer plataforma de diálogo entre os que estão pelo líder e os que estão contra o líder. Os primeiros alvos devem ser, por isso, os moderados. A fratura absoluta entre os dois lados permite quebrar todos os laços de pertença que não dependam da liderança. Quem não seja por Bruno de Carvalho é “sportingado” e não tem nada em comum com os que o apoiam. Nem sequer o clube, a que não deviam pertencer. A incomunicabilidade torna impossível a razoabilidade. Passam a ser dois mundos que não se falam e não se compreendem. Isso protege os apoiantes do líder de qualquer influência.

3 – Uma enorme aliança de interesses conspira contra mim (ou contra nós) 

Nenhum ataque ao líder resulta de uma opinião livre e desinteressada. Todos estão ligados por uma enorme rede conspirativa que pode juntar pessoas e grupos com pouco ou nada em comum. A visão conspirativa do mundo é o que traça o laço inquestionável entre o povo e o líder, fazendo de cada novo inimigo não uma derrota mas a confirmação da justeza da luta. No caso do Sporting, isso incluiu aqueles que os adeptos se habituaram a ter como heróis: os jogadores. Anular a “idolatria” pelos atletas (ainda muito antes das rescisões) é uma excelente forma de concentrar apenas no presidente o foco da admiração. De um lado temos Bruno de Carvalho e todos os verdadeiros sportinguistas e do outro os acionistas, os agentes, os jogadores, a comunicação social, os outros clubes e todos os que internamente trabalham para estes interesses.

4 – A instituição existe na medida que eu existo, eu sou quem agrega todos os que a defendem

A instituição, os seus símbolos e a sua história, que geralmente precedem os dirigentes e a eles devem sobreviver, são lentamente substituídos pela figura do líder. Porque tudo o que transcende o líder exibe a transitoriedade da sua liderança, relativizando assim o seu próprio poder. Os momentos da vida familiar do presidente misturam-se com a vida do clube. E o presidente está no centro de todos os momentos relevantes do clube. Está sentado no banco como se fosse um treinador ou a festejar no relvado como se fosse um jogador. Não aprecia a tribuna presidencial onde outros presidentes estiveram, o que o equipararia a eles. Só assim se constrói a ideia de que a instituição nasceu, morrerá e se esgota com o seu líder. Afastá-lo é matar a própria instituição.

5 – Todas as figuras que me acompanham no poder são secundárias, descartáveis e apenas aceitáveis se me seguirem cegamente

Nenhuma figura, para além do líder, se deve destacar. Dar relevância à equipa dirigentes é dar força aos futuros traidores. O líder decide, os outros aplicam. O único obstáculo a isto, no caso de Bruno de Carvalho, foi Jorge Jesus. Que se revelou, coisa que nunca imaginei, um “político” notável. Apenas para a sua própria sobrevivência, mas notável.

6 – A lei é um mero formalismo e os contrapesos ao meu poder são traição

Numa nação seria muitíssimo difícil, mas num clube é bastante fácil nomear órgãos inexistentes, promover a leitura criativa dos estatutos e da lei ou adulterar o conteúdo de decisões judiciais. Ficou evidente como é possível fazer desabar um edifício regulamentar e criar uma espécie de legalidade paralela. E com isso infetar toda a estrutura, impondo a todos a dúvida sobre a legitimidade de qualquer contrapoder.

7 – Se eu vencer o povo votou em mim, se eu perder houve fraude 

Nas eleições federais, Donald Trump deixou sempre na dúvida se aceitaria os resultados caso fosse derrotado. Deixar no ar a possibilidade de haver uma fraude era o que lhe permitiria não respeitar a vontade dos eleitores se fosse contra ele. Para a Assembleia Geral de sábado – e, se for o caso, nas eleições –, muitos seguidores de Bruno de Carvalho têm feito o mesmo, deixando várias pistas sobre a probabilidade de uma “golpada”. Seja porque venceu, seja porque houve fraude, Bruno de Carvalho tem sempre a vitória garantida junto dos seus. E assim os poderá manter fanatizados.

8 – Banalizar o insulto até já não ser ouvido como insulto retira quem não insulta do confronto

A maioria dos intervenientes políticos e cívicos está limitada por algumas regras sociais de civilidade. Desfazer essas regras pode ser uma grande vantagem. Como se costuma dizer, não vale a pena atirares-te para a lama com um porco, ficas sujo e ele gosta. Banalizar o insulto permite retirar da contenda quem quer proteger a sua credibilidade. Quando repetido muitas vezes o insulto deixa de chocar. E quando deixa de chocar, a ausência dos oponentes nesse nível de debate passa a ser percecionada como sinal de fraqueza. No fim, resistem os mais agressivos, que conseguem acompanhar a violência do debate, o que leva o espectador desatento a equiparar os dois lados. Nisto, Bruno de Carvalho é uma cópia quase decalcada de Donald Trump. Apenas um pouco mais grosseiro.

9 – Toda a comunicação social está contra mim porque faz parte do sistema, só devem acreditar em mim e nos que falam em meu nome

A comunicação social portuguesa não gosta de Bruno de Carvalho com o mesmo empenho que a norte-americana detesta Donald Trump. Um e outro fizeram tudo para ser odiados pelos jornalistas. E os jornalistas caíram na armadilha. Um e outro não perderam nada com este ódio que rapidamente se transforma em parcialidade. Todos os ataques funcionam como confirmação de que a comunicação social trabalha para o inimigo. E quanto mais forem provocados mais partidários serão os jornalistas e mais razão darão à sua “vítima”. A partir daqui, passa a ser possível dizer que, estando militantemente contra o líder, toda a comunicação social mente. E exigir aos seguidores que a ignorem, ignorando assim qualquer tipo de escrutínio externo. No caso de Trump, pede para verem a Fox News. No caso de Bruno de Carvalho, só pode pedir para verem a Sporting TV, que usa, tal como o site do clube, como órgão oficial de facção.

10 – Mesmo que a comunicação social não goste de mim vai-me dar todo o tempo de antena porque eu lhes ofereço o grotesco, que dá audiências

Se a comunicação social não demonstra qualquer simpatia por Bruno de Carvalho, assim como não mostrou qualquer simpatia por Donald Trump, porque lhe dá tempo de antena ilimitado? Porque, à sua escala, um e outro dão audiências. Todas as novelas que alimentam são deprimentes, tristes, rocambolescas, por vezes o acidente para que todos olham, mas um excelente reality-show. E assim Bruno de Carvalho vai usando a dependência das televisões por audiências para ter palco e ganhar força. E usa, como Trump, as redes sociais para criar factos de polémica diários.

11 – Um exército de fanáticos (ou de perfis falsos) nas redes sociais faz milagres para anular o inimigo

Quem tem acompanhado as polémicas do Sporting nas redes sociais fica varado com o cerco feito a qualquer pessoa que ouse fazer a mais pequena crítica a Bruno de Carvalho. Os ataques não passam apenas pela repetição dos argumentos dados pelo presidente, por mais estapafúrdios que sejam. Quase sempre recorrem ao insulto e à perseguição em matilha ou à ameaça explícita. A violência é tal que até os mais corajosos e persistentes desistem de participar no debate, deixando as tropas de choque sozinhas na arena. Dirão que tudo isto é o habitual das redes sociais. A diferença é que, neste caso, é coordenado. Muitos dos perfis são falsos ou anónimos e há fortes suspeitas de que a empresa de comunicação contratada pelo Sporting estreou em Portugal a estratégia experimentada por Trump e políticos de extrema-direita europeus.

12 – Se mentir sempre, ou não serei desmentido ou obrigarei o inimigo a estar sempre a responder-me

Qualquer fact-checking às intervenções de Bruno de Carvalho exigiria muito mais espaço do muito que ele usa. Tal como sucedia com Donald Trump. Em muitos casos a mentira é fácil de desmontar, de tal forma é descarada. Só que as mentiras são como as dívidas: uma é um problema para o mentiroso, muitas é um problema para quem queira repor a verdade. Perante uma sucessão de mentiras, que permitem construir uma realidade paralela (o fanático é condicionado a não acreditar na imprensa e em mais ninguém que não seja o líder), o adversário tem duas hipóteses: repor a verdade e ficar preso à agenda imposta pelo líder ou deixar que a mentira se instale como verdade.

Bruno de Carvalho não é Donald Trump porque o Sporting não é um país. Quem não ligue ao que se passa no futebol considerará, por isso, este paralelo absurdo. Mas é por estarem em patamares muito diferentes que este exercício é tão útil. Porque se Bruno de Carvalho conseguiu – e penso que em muitos casos o fez conscientemente – adaptar para um clube a lógica de um combate político do outro lado do Atlântico, quer dizer que a receita é ainda mais eficaz do que se pensava.

Quem conseguir readaptar a tática de Bruno de Carvalho à política nacional poderá ir longe e ter efeitos destrutivos a uma escala muito maior. Claro que, por ser o meu clube e por ser um presidente que apoiei, dou a isto tudo uma importância talvez desmedida. Num clube não existem os mesmos conflitos que existem no resto da sociedade, as pessoas não valorizam as mesmas coisas, as condições materiais de vida têm pouca relevância para as escolhas que fazem. Mas é impressionante o que eu, com tantos anos de experiência política, aprendi ao observar poucos meses de confronto num clube. E estou assustado com o que nos espera na política.

Para lá do fetichismo demográfico

  por estatuadesal

(Alexandre Abreu, in Expresso Diário, 21/06/2018)

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1,37 é o número médio de filhos que cada mulher teria se, ao longo de toda a sua vida fértil, exibisse o comportamento médio que o conjunto da população portuguesa registou em 2017. Este indicador designa-se por índice sintético de fecundidade (ISF) - e não, já agora, por taxa de fertilidade, como é muitas vezes traduzido de forma apressada: a fertilidade, em português, refere-se à capacidade biológica de gerar descendência, e aquilo de que estamos aqui a falar é dos constrangimentos sociais e não biológicos.

Em 2017, o valor do ISF em Portugal foi um dos mais baixos da Europa, sendo que é na Europa que se localizam os países que motivaram originalmente a formulação do conceito de ‘lowest-low fertility’, que podemos traduzir por algo como ‘fecundidade super-baixa’. Curiosamente, na sua formulação original, esta fecundidade super-baixa correspondia a níveis do ISF inferiores a 1,3 filhos por mulher, algo que em Portugal se registou apenas entre 2012 e 2014 (em 2013, terá sido de 1,21).

Foi neste contexto que Rui Rio apresentou há dias um conjunto de propostas com o objectivo de estimular a fecundidade e a natalidade, incluindo a gratuitidade de creches e infantários públicos a partir dos seis meses e a substituição do actual abono de família por um apoio financeiro que totalizaria, até aos 18 anos, cerca de 10 000 euros por filho.

Vale a pena discutir o mérito destas propostas, mas vale também a pena começar por discutir até que ponto é que o problema é efectivamente um problema. É que embora quase toda a gente aceite sem grande questionamento que esta é uma questão fundamental para o nosso futuro colectivo, isso traduz quase sempre um pensamento fetichista, não fundamentado, em relação à dimensão da população.

Não há nada de intrinsecamente positivo numa população mais numerosa, nem de negativo numa população menos numerosa. Para a qualidade de vida de quem aqui reside, é em grande medida irrelevante que a população total seja constituída por cinco ou dez milhões de pessoas. Por detrás da maioria dos discursos natalistas do senso comum, o que encontramos é uma noção muitíssimo discutível de ‘grandeza da nação’, que parece equivocada mesmo nos seus próprios termos. Não consta que a grandeza das nações, o que quer que isso queira dizer, seja uma função simples da população.

Mais legítimas, em contrapartida, são as preocupações com os efeitos da evolução da fecundidade sobre a estrutura etária da população e o que é que isso implica em termos de ajustamentos societais face ao envelhecimento demográfico, ou ao nível das relações de dependência entre activos e reformados. Mas mesmo essa discussão é muitas vezes equivocada. Por exemplo, em Portugal o ISF encontra-se abaixo do limiar de substituição de gerações desde 1981, mas a presumível falta de efectivos registada desde então, entretanto estendida à população em idade activa, não impediu que, nos últimos anos, o mercado de trabalho exibisse níveis de desemprego muito elevados – traduzindo um presumível excesso de activos, e não escassez, face à procura no mercado de trabalho. Claro que a discussão é mais complexa do que isto, mas o ponto é que interessam mais a estrutura e dinâmica produtivas do que a população, total ou em idade activa, em termos absolutos.

Fundamentalmente, o que importa é dar condições para que as pessoas possam realizar os seus projectos familiares e ter os filhos que desejam. Essa, sim, é uma questão directamente relevante e não contaminada por fetichismos demográficos. Em Portugal, a diferença entre a fecundidade efectiva e desejada é significativa: o número médio desejado, segundo os últimos números que vi, é qualquer coisa como 2,3. Pelo que há efectivamente um problema ao nível dos constrangimentos sociais e económicos à fecundidade, e a evolução da fecundidade entre 2012 e 2014 sugere quais são os factores fundamentais que lhe estão subjacentes: desemprego e precariedade, a par da insuficiência das estruturas públicas de apoio.

Neste contexto, algumas das medidas propostas por Rui Rio têm mais mérito que outras. A gratuitidade e universalidade das creches e infantários públicos a partir dos seis meses é uma medida correctíssima e fundamental. Já o ‘cheque-bebé’ em substituição do abono de família é muito mais discutível, na medida em que remove a dimensão distributiva e promotora de justiça social dos moldes actuais.

Mas de pouco servirá discutir incentivos pecuniários se não se assegurar o que a lei já diz em termos de conciliação trabalho-família, e especialmente se não se reduzir seriamente as modalidades de trabalho precário. É difícil fazer projectos familiares de longo prazo quando o horizonte de segurança no emprego é de muito curto prazo.

El Sueño Americano

Novo artigo em Aventar


por Autor Convidado

roupas_migrantes

[Helena Ferro de Gouveia]

Estas imagens são retiradas da conta de Instagram do fotógrafo norte-americano Tom Kiefer. Chama-lhes “ El Sueño Americano”.
As posses dos indocumentados, consideradas “não essenciais” são confiscadas, incluindo brinquedos de crianças, bíblias, rosários e roupa.
Nenhuma roupa para trocar é permitida aos migrantes detidos na fronteira norte-americana, nem mesmo roupa interior ou cobertores.
América 2018.
(E não me venham para aqui com o discurso de que os pais usam as crianças para a fuga, se vocês estivessem desesperados e deixassem tudo para trás deixariam os vossos filhos ?

Proteger as fronteiras? Sim, nunca desta forma, com esta indignidade. Falamos de humanos, com um coração que bate como o nosso )

Façam-me um favor e partilhem até à exaustão esta indignidade.

Imigração. Trump ataca democratas e ressuscita correio de Clinton

Cristina Sambado - RTP21 Jun, 2018, 11:06 / atualizado em 21 Jun, 2018, 11:08 | Mundo

Imigração. Trump ataca democratas e ressuscita correio de Clinton

“Eles estão a enviar o seu melhor. Mas deixem-me dizer-lhes que estamos a enviar-lhes o inferno de volta”, disse Trump a propósito do México | Jonathan Ernst - Reuters

Horas depois de assinar uma ordem executiva para acabar com a separação de crianças dos pais imigrantes na fronteira dos Estados Unidos com o México, Donald Trump afirmou que o tumulto público foi usado pelos democratas como distração para ocultar um relatório sobre a investigação aos e-mails de Hillary Clinton.

Num comício em Duluth, no Estado do Minnesota, Trump relacionou a questão do relatório sobre o inspetor-geral do FBI com o seu inquérito a Hillary Clinton durante as eleições de 2016.
“Eles [democratas] afirmam que estão destacar a imigração. Mas não querem mostrar o que está a acontecer no Congresso, onde este golpe foi revelado”, afirmou Trump.
O Presidente norte-americano enfrentou, nos últimos dias, uma forte contestação interna e externa devido à política de “tolerância zero” implementada pelo seu Governo. O que levou a que 2.300 crianças fossem separadas dos pais na fronteira dos Estados Unidos com o México. E apesar de ter assinado uma ordem executiva para acabar com a situação, Trump nada fez para voltar a reunir as famílias que já foram separadas.

No seu discurso, Donald Trump recordou que desde que tomou posse a cidade de Long Island foi “libertada do gangue MS-13” e acusou os democratas de “colocarem imigrantes ilegais à frente dos cidadãos americanos”.
O México também não foi esquecido, com Trump a acusar o país vizinho de estar a enviar para os Estados Unidos “violadores e assassinos”.
“Eles estão a enviar o seu melhor. Mas deixem-me dizer-lhes que estamos a enviar-lhes o inferno de volta”, rematou.