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segunda-feira, 22 de março de 2021

A nobreza das nações

Posted: 20 Mar 2021 04:46 AM PDT

 


«Para quem não tenha desistido da decência democrática, a ideologia nacionalista merece bem a designação que Nietzsche lhe deu na década de 1880: uma "doença" (Krankheit), de natureza infecciosa. Nos anos que precederam a unificação da Alemanha sob Bismarck, Nietzsche mostrara satisfação pela ultrapassagem dos vestígios de feudalismo que tanto atrasaram o nascer do Estado alemão. Contudo, o filósofo depressa percebeu que o militarismo e o antissemitismo iriam transformar o nacionalismo germânico numa força desagregadora, não apenas das esperanças universalistas do melhor da cultura alemã, mas também da possibilidade de construir uma civilização europeia cosmopolita e aberta.

Ortega y Gasset, por seu turno, chamava a atenção, antes e depois da II Guerra Mundial, para o facto de que o nacionalismo se tornara um "provincianismo", um inimigo da capacidade que as nações tinham tido no século XIX para se constituírem como veículo de futuro coletivo.

Na verdade, desde que a Jugoslávia se desmoronou, o nacionalismo não tem sido outra coisa do que a confissão - combinando medo, agressividade e ressentimento - da incapacidade de construir um futuro onde todos caibam. A União Europeia transformou-se no asilo de Estados devorados por incertezas existenciais (Itália, Espanha, França). O Brexit provou que a saída do Reino Unido da UE não aliviou, antes pelo contrário agravou, a sua crise de destino. Podemos antecipar que, finda a pandemia, ou a UE ganha o respeito dos cidadãos, oferecendo um horizonte que o paroquialismo nacionalista não vislumbra, ou acabará por ser a maior vítima dessa triste ideologia, devoradora de futuros.

Contudo, as nações, se libertas do vírus do nacionalismo, podem ser vistas como parte da casa comum planetária, como projeto coletivo e fonte de uma identidade - não baseada no "sangue e no chão" - alicerçada naquilo que os cidadãos podem realizar em conjunto, visando o futuro de todos e de cada um. De novo, Nietzsche: a nobreza que conta não é da origem familiar (o "von" dos nomes aristocráticos alemães), mas a nobreza forjada na disciplina e na fidelidade aos sonhos de longo prazo. A nobreza unida pelo "para onde" (wohin), pela transcendência que só os grandes objetivos concitam.

Tivemos recentemente um exemplo intenso de como Portugal ainda faz sonhar, conseguindo receber uma enorme retribuição daqueles que, não tendo raízes antigas no país, ou não tendo mesmo nascido em Portugal, escolheram este país como pátria da razão e do coração. Estou a referir-me a quatro atletas que se distinguiram à escala europeia: Patrícia Mamona, lisboeta de ascendência angolana, que conquistou a medalha de ouro do triplo salto na Polónia, um bom exemplo de que o passado imperial não deixou apenas uma herança negativa; Auriol Dongmo, nascida nos Camarões, e que com menos de um ano na seleção portuguesa ganhou uma medalha de ouro no lançamento de peso, também na Polónia; Pablo Pichardo, nascido em Cuba, naturalizado português desde 2017, que ganhou na mesma competição a medalha de ouro do triplo salto; o malogrado Alfredo Quintana, nascido em Cuba, mas na seleção nacional desde 2014, que mesmo depois da sua trágica morte motivou os seus colegas de equipa a conseguirem a primeira qualificação do andebol luso para os Jogos Olímpicos.

São percursos de vida marcados pelo esforço e pela abnegação. Gente que é o exemplo vivo de que só é nossa aquela nação que pela lealdade e pelo trabalho fazemos por merecer e acrescentar.»

Meninos copinho de leite

por estatuadesal

(José Gameiro, in Expresso, 19/03/2021

Os leitores mais politicamente corretos não fiquem já irritados com o título da crónica. Não vou tecer elogios ao machismo, nem falar que dos fracos não reza a história. Vou escrever sobre o café que, apesar de ser masculino, tem a versão feminina, a bica. Um dia falaremos do cimbalino, do norte, mas hoje não.

O café deve ser a bebida mais consumida pelos portugueses. Há quem o beba só de manhã, porque lhe tira o sono, há quem beba a seguir a cada refeição e há os que acreditam, e bem, nas virtudes terapêuticas da cafeína e podem chegar a beber dez por dia.

Há vários tipos de café. Não vos vou falar de robusta nem de arábica, nem dos 15 euros que um colombiano ganha por dia para colher 70 quilos de café à mão, para depois ser vendido em cápsulas de cinco gramas por 40 cêntimos. Vou falar dos vários contextos em que podemos tomar café.

A maior parte do café é onanista. Um prazer solitário, bebido lentamente, acompanhado de pensamentos. Desde ‘o que eu tenho para fazer hoje’ até ‘que seca, vou ter de trabalhar’. Imaginem-se com uns bons auscultadores, a ouvirem os Pink Floyd, oxalá estivesses aqui... Pode ser alguém que já não está entre nós e de quem têm muitas saudades, até uma ex-namorada que nos vem à memória numa frase batida. São memórias sem risco e fortemente favoráveis à estabilidade conjugal.

O café também permite viajar. Podemos ouvir o ‘New York, New York’ e imaginar um café no Dean and Deluca, na Broadway, SoHo, por sinal uma boa porcaria. Ou viajar até Paris e sentarmo-nos no Café de Flore a beber um excelente café de saco.

Mas há outros tipos de café.

O conjugal, bebido em casa, ou numa esplanada com vista para o mar. É quase sempre um café sem riscos, mas também pode ser uma rotina chata, tipo café papá/mamã. Nem sempre os casais conseguem tirar prazer do ritual conjunto. Há os que despacham a coisa e os que conseguem prolongar o prazer. O único problema deste tipo de café é se for saboreado numa conjugalidade não oficial. Convém, nestes casos, desligar a localização do telemóvel...

Podia continuar com muito mais tipos de cafés, mas o meu objetivo não é fazê-los sofrer. Não consigo perceber o que passou pela cabeça de quem nos proibiu de comprar café “ao postigo” durante o confinamento. Seguramente alguém que tem dificuldade em lidar com a cafeína ou que confunde grupos das bejecas com cidadãos respeitáveis a beberem a sua bica.

Puxei pela cabeça, falei com amigos, não atingi. Alguns disseram-me que se queria evitar grupos de dependentes da cafeína. Mas então porquê continuar a permitir máquinas de café e de outras bebidas automáticas? Fui a uma área de serviço em que não me podiam servir café, mas com umas moedinhas tirei um e tinha mais dois colegas a saborearem o cafezinho.

O que me preocupa é a nossa aceitação da irracionalidade de algumas medidas. Parece que estamos já um bocado adormecidos ou tão receosos que preferimos acatar para não termos chatices.

Claro que o circuito clandestino do café foi imediatamente montado. Nomes de código, bitoque no sul e alheira no norte, a resistência instalou-se. Ao contrário de outras ‘drogas’ ilegais esta não aumentou de preço, até baixou, porque as máquinas são bem mais baratas.

Alguns, mais imaginativos, compraram um termos, fizeram um bom café em casa e foram bebê-lo para spots magníficos. Já que transgridem, que o façam nas melhores condições ambientais.

Só tenho duas explicações possíveis para esta aberração. Ou é a evidência do exagero a que se chegou, quando se quis testar a passividade humana, ou foi decidida numa reunião de meninos copinho de leite... 

domingo, 21 de março de 2021

O problema da Maçonaria na vida política democrática

 

por estatuadesal

(José Pacheco Pereira, in Público, 20/03/2021)

Pacheco Pereira

A discussão actual foi suscitada por uma proposta original do PAN e outra do PSD que, com diferentes graus de obrigatoriedade, implicam a revelação na vida política da qualidade de membro da Maçonaria. Ambas estão mal feitas, são atabalhoadas e, no caso do PSD, misturam, por uma obsessão salomónica que passa por isenção, o Opus Dei e a Maçonaria. Ambas as organizações podem gerar efeitos políticos semelhantes, no âmbito do clientelismo e do patrocinato, mas são diferentes na sua génese e no seu modus operandi e, acima de tudo, distinguem-se no modo como tratam o segredo, o aspecto mais relevante para a actual discussão. Acresce que a Maçonaria intervém essencialmente pelos seus membros, as suas afinidades e “irmandades”, sem comando colectivo, embora haja uma hierarquia de graus, e o Opus Dei tem hoje uma intervenção na vida pública que envolve o seu papel nas instituições financeiras e no mundo dos negócios, para além da presença, que não é única na Igreja, nas instituições de ensino.

É sobre a Maçonaria que me vou pronunciar, porque sou a favor da obrigatoriedade de declaração de pertença, para o registo de interesses, dos participantes na vida política, em particular em eleições e cargos electivos. Toda esta matéria está armadilhada, por conspirações, desconhecimentos vários, análises sem contexto histórico, quer do lado antimaçónico quer do dos defensores da Maçonaria. Esclareço desde já que nada me move nem contra a Maçonaria, nem a sua pertença, nem comparticipo das teorias sobre a sua relevância como “sombra” de tudo o que acontece, posições, aliás, alimentadas pelo segredo que a envolve. Penso, de resto, que a sua importância é habitualmente exagerada e que a sua influência na coisa pública é hoje muito menor do que a que existiu no passado, mesmo depois do 25 de Abril.

Acresce também que não há apenas uma Maçonaria, mas duas, e que são diferentes em muitos aspectos. A antiga Maçonaria, aquela a que praticamente toda a gente se refere, é o Grande Oriente Lusitano, o GOL. Mas na década de 80 começou a surgir uma cisão que deu origem à Grande Loja Legal de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal, GLLP/GLRP, em 1991. A influência do GOL é predominante no PS, está também presente no PSD e no CDS, mas tem sido a GLLP/GLRP que explica que, na vida política, o único partido em que a influência maçónica cresce é o PSD.

Qual o problema que justifica a obrigatoriedade da declaração de pertença no registo de interesses, em nome da transparência? É muito simples e a confusão que é lançada todos os dias é igualmente suspeita e releva para a importância desse registo: a Maçonaria tem uma intervenção na vida pública que produz efeitos na política, seja pela “protecção” de carreiras, seja pelas escolhas para certas áreas da política democrática de grande sensibilidade, como seja, por exemplo, os serviços de informação e segurança, em que a presença de maçons é relevante. Pode-se e deve-se perguntar porquê. A resposta envolve a horizontalidade da organização, que percorre diversos partidos e facilita os contactos não escrutináveis entre políticos e negócios, mútuas informações e mútuas protecções. E, depois, o oculto do segredo e as relações de confiança entre “irmãos” que tem papel nas escolhas e nas carreiras. Não precisa de estar decidido em reuniões ou em instruções, faz-se naturalmente pelos rituais de pertença, reconhecimento e “irmandade”.

O exemplo que é mais conhecido é o da Loja Mozart, do GLLP/GLRP. Na lista dos seus “irmãos” encontram-se vários membros do PSD e da JSD, alguns que foram membros do governo, um líder parlamentar, deputados, o presidente da Ongoing, um grupo de gente do PSD envolvida no processo da Ongoing, chefes de gabinete, chefes militares, membros da chefia dos serviços de informação. Quando rebentou o escândalo envolvendo o SIED e a Ongoing e começou a haver escrutínio da comunicação social, houve uma debandada da Loja para outras da mesma obediência maçónica, e explicações esfarrapadas de que só lá tinham ido por curiosidade, como se à Maçonaria se fosse por curiosidade. Teve esta Loja e a sua pertença algum papel na vida política? Basta ver a lista de “irmãos” que é conhecida, e que não é total, para ver como nalguns cargos na Ongoing, no grupo parlamentar do PSD e nos serviços de informação estão lá o número um e o número dois, o patrão e o empregado. Para além do mais, é difícil ver na pertença à Loja qualquer especial dedicação ao Supremo Arquitecto, mas sim preocupações de carreira, dinheiro e influência.

A este exemplo podem acrescentar-se outros do PS, em que a presença da Maçonaria é historicamente relevante e mais antiga. A crescente influência no PSD é que é nova, até porque, por razões históricas, se trata de um partido com uma forte génese antimaçónica e anticomunista. Pode-se dizer que o objectivo de Rio é mostrar essa influência no PSD, até porque um número significativo dos seus adversários internos é maçon.

Pode ser, mas também aqui é importante que se saiba, porque na vida política isto não é uma “questão de consciência”, nem matéria de privacidade, nem comparável à revelação da identidade religiosa ou de género. Pode a revelação da qualidade de pertença à Maçonaria ser um prejuízo pessoal, profissional e político? Pode, mas a qualidade de membro do PCP nuns meios ou do PSD noutros também é. E, no caso da Maçonaria, a manutenção do segredo aumenta a especulação que só é mitigada pela revelação da filiação.

A Maçonaria tem um sistema de valores que a colocam no plano cívico e político em sentido estrito e uma forma de organização que implica o segredo ou a “discrição” que é uma aberração em democracia. Se alguém quer ser da Maçonaria em segredo, muito bem, desde que não seja na vida política. Até porque são os mecanismos de segredo que mais têm permitido os abusos de patrocinato, tráfico de influências e corrupção.

sábado, 20 de março de 2021

A Europa à deriva no mar das migrações

Posted: 19 Mar 2021 04:43 AM PDT

 


«Realizou-se nesta semana, por iniciativa da presidência portuguesa, uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna da União Europeia sobre as migrações. A precedente ocorrera em 2015, quando chegaram à Europa mais de um milhão de pessoas, vindas da Síria e de outras partes do Médio Oriente, do Afeganistão e dos países do subcontinente indiano, bem como de África. O longo hiato entre as duas reuniões aconteceu porque as migrações constituem uma problemática muito complexa e fraturante entre os Estados membros da UE. Os líderes têm sistematicamente varrido o imbróglio para debaixo do tapete.

Agora, o encontro foi uma nova tentativa de definir uma política comum. Fizeram-se umas declarações genéricas sobre a necessidade de uma resposta completa e coerente, que combine parcerias de desenvolvimento e de segurança com os países de origem e de trânsito dos migrantes, que abra vias para migrações controladas, que dê prioridade às relações políticas com o norte de África e com a África Ocidental. Tudo muito vago e ao nível de meras lapalissadas. O resultado ficou, uma vez mais, aquém das expectativas.

A Agenda para o Mediterrâneo, proposta em fevereiro pela Comissão Europeia, que era um dos documentos de referência, é igualmente imprecisa. Mete no mesmo saco realidades nacionais completamente diferentes, como se o espaço geopolítico mediterrânico fosse homogéneo. E não faz um balanço crítico do passado. Sugere que se continue e aprofunde um modelo de cooperação que, na realidade, não logrou ajudar a transformar nenhum Estado da região numa nação nem próspera nem democrática.

O facto é que não se consegue chegar a uma posição comum, para além do reforço da Frontex, enquanto Guarda Costeira Europeia e polícia de fronteiras. Essa é a única responsabilidade aceite e partilhada, o menor denominador comum. Quanto ao resto, tudo na mesma como dantes. Será gerido ao acaso dos acontecimentos. Os países de entrada dos imigrantes ilegais continuarão a ter de suportar os custos políticos, humanitários e económicos que resultam do acolhimento dos que aí aportam. Apesar do apelo reiterado do ministro português da Administração Interna, não haverá solidariedade entre europeus nesta matéria.

A grande verdade é que a maioria dos Estados membros não quer receber novas vagas de imigrantes vindos de outras geografias e de culturas diferentes. Mesmo os países que têm sido tradicionalmente o destino dos imigrantes magrebinos, africanos e outros partilham essa posição. Nós, os portugueses, estamos um bocado de fora. Não entendemos bem o peso da pressão migratória na coesão dos tecidos sociais das grandes cidades de França, da Bélgica, dos Países Baixos, da Alemanha, por exemplo. Nem temos uma noção clara do impacto político da presença de vastas comunidades estrangeiras, quando é evidente que não estão integradas nas sociedades que as receberam, sendo assim um argumento facilmente explorado pelos extremistas de direita e por potenciais terroristas.

Nesta matéria, a Europa continuará a falar de modo construtivo e a agir de modo restritivo, repressivo mesmo. As migrações internacionais são um dos dilemas mais complexos que temos pela frente, mas que muitos europeus não querem ter em conta. Apesar do progresso dos valores de tolerância, não estamos inteiramente preparados para a diversidade das culturas e das fisionomias. Quem tiver dúvidas deve visitar os novos guetos étnicos que existem em certas metrópoles europeias. E sem ir mais longe, poderá começar por certos arredores de Lisboa.

Já vimos que o mar não é barreira suficiente para quem está desesperado ou sonha com uma vida melhor. Mas como a intenção de quem manda é a de travar movimentos populacionais que parecem ameaçadores, a Europa irá mais longe. Irá despejar fortunas nos países que têm o potencial de nos enviar novas levas de migrantes - como já está a acontecer com a Turquia. É a aposta do pau e da cenoura. Ora, nesses países, os poderosos ficam sistematicamente com a cenoura, e os pobres e os fracos levam sempre com o pau. Por isso, muitos procuram fugir para a Europa.»

sexta-feira, 19 de março de 2021

Mais católicos do que protestantes na Irlanda do Norte?

De  euronews

Mais católicos do que protestantes na Irlanda do Norte?
Direitos de autor  PETER MORRISON/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
TAMANHO DO TEXTOAaAa

Em 1921, a Grã-Bretanha dividiu a Irlanda.

A maioria da população da Irlanda do Norte, que é protestante, quer permanecer sob o domínio britânico, enquanto a maioria dos católicos é a favor da unificação.

As tendências demográficas sugerem, no entanto, que este próximo recenseamento poderá acelerar o processo de unificação.

"Metade das crianças em idade escolar são católicas e apenas um terço são protestantes. Agora, ao longo do tempo, elas vão trabalhar para até chegar ao eleitorado, ou seja, não são eleitores nesta fase, mas vão tornar-se eleitores. Portanto, o que nos diz é que, a dada altura no futuro, o número de católicos na Irlanda do Norte vai ser maior do que o número de protestantes e isso pode muito bem ser o que vamos descobrir quando tivermos os resultados do recenseamento", revela o investigador Paul Nolan.

Em tempos a divisão era de 60/40 a favor dos protestantes. Os Censos de 2011 mostraram que a diferença tinha diminuído significativamente para apenas três por cento.

Na estrada Shankill, na zona pró-Britânica e protestante, diz-se que uma maioria católica não significa automaticamente uma Irlanda unida.

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Um novo pólo industrial dedicado aos diamantes está a ser construído em Saurimo, na província mineira de Lunda Sul, em Angola.

O conselheiro do Partido Unionista Progressivo, Billy Hutchinson, afirma que "Só porque há mais católicos não quer dizer que eles queiram uma Irlanda unida. Quer dizer que eles vivem num país que tem direitos sociais e têm, também, o Serviço Nacional de Saúde. As pessoas tomarão as suas decisões com base neles e não em qualquer outra coisa. Podemos falar de tendências. É uma questão de, o que é que as tendências significam realmente? Saberemos isso quando virmos os resultados dos Censos".

Um inquérito, de 2016, revelou que há agora mais católicos do que protestantes nos locais de trabalho

Os defensores da unificação dizem que o próximo censo e as consequências do Brexit estão a aumentar as exigências, de ambos os lados, por uma Irlanda unida.

"Eles veem os danos que o Brexit tem causado e continuará a causar e penso que ambos os unionistas, não muitos, mas alguns significativamente estão a começar a participar nesta conversa sobre como será uma nova Irlanda e penso que os resultados dos censos irão fazer avançar esse debate", conclui o deputado do Sinn Féin, John Finucane.

"Há grandes expectativas de que este recenseamento mostre o número de católicos a ultrapassar o número de protestantes, pela primeira vez em mais de 300 anos. Partindo do princípio de que é esse o caso, os que são a favor de uma Irlanda unida poderão intensificar, nos próximos anos, a sua campanha para a unificação. O quadro deverá tornar-se claro nos próximos 12 meses", relata o jornalista da euronews Ken Murray.