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quarta-feira, 23 de outubro de 2024

 

Gás e petróleo: a face energética do genocídio palestiniano

By estatuadesal on Outubro 22, 2024

(Misión Verdad, In Diálogos do Sul, 21-10-2024)


Jazidas de petróleo e gás próximas à Faixa de Gaza tem valor estratégico para Netanyahu, que utiliza descobertas como pretexto para intensificar agressão contra os palestinianos.



escalada genocida na Palestina, além de obedecer a uma estratégia de expulsão e massacre da população, também está relacionada ao controle dos recursos energéticos da região. Em 2010, o geólogo israelense Eitan Aizenberg confirmou a descoberta da jazida de gás Leviatã, um extenso reservatório que abriga cerca de 1,7 bilhão de barris de petróleo recuperáveis e uma média de 122 trilhões de pés cúbicos de gás que, em perspectiva, são suficientes para cobrir o consumo energético de Israel durante décadas e colocaria o Estado sionista como um ator chave no mercado de hidrocarbonetos.

A partir de então, de costas ao Direito Internacional, a administração de Benjamin Netanyahu dedicou-se a convocar investidores e empresas transnacionais para iniciarem seus planos de exploração de gás nestes espaços marítimos. De acordo com as regras de usufruto mencionadas no artigo 55 do Regulamento de Haia, Israel está proibido de utilizar os limitados recursos não renováveis dos territórios ocupados para obter lucros comerciais e em benefício da potência ocupante.

De fato, em 2012 Netanyahu comentou com investidores australianos que o reservatório Leviatã era um “ativo estratégico para a economia de Israel”. E em 2015, junto ao consórcio Noble Energy e o Grupo Delek, afirmou: “Nos torna, se não uma superpotência energética, mas sem dúvida, uma potência internacional de grande relevância”.

Cabe destacar que o reservatório está situado na Bacia do Levante, uma extensa região do leito marinho que abrange cerca de 83 mil km², desde o Chipre até a Síria, passando pelo Líbano e incluindo a península do Sinai. Nesse mesmo espaço se encontra o campo de gás Tamar, que contém aproximadamente 8,7 trilhões de pés cúbicos de hidrocarbonetos.

Desta maneira, as jazidas próximas à Faixa de Gaza adquiriram um valor estratégico para a administração de Netanyahu, que utilizou estas descobertas como parte de sua agenda para intensificar a agressão contra o povo palestino e, agora, contra os libaneses.

Assim, a exploração de hidrocarbonetos se entrelaça com a política de genocídio e colonização, que busca sufocar qualquer resistência com vistas a apoderar-se tanto de suas terras como dos valiosos reservatórios energéticos.

Corredor económico na mira de Netanyahu

O controle destes recursos também está estreitamente relacionado ao desenvolvimento de iniciativas mais amplas, como o corredor econômico Índia-Oriente Médio-Europa (IMEC). Em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2023, Netanyahu ressaltou a importância do projeto, uma iniciativa de infraestrutura que busca conectar a Ásia Ocidental e o Mediterrâneo:

“Na Conferência do G20, o presidente Biden, o primeiro-ministro Modi e os líderes europeus e árabes anunciaram planos para um corredor visionário que se estenderá ao longo da península arábica e de Israel. Enlaçará a Índia e a Europa mediante conexões marítimas, ferroviárias, gasodutos energéticos e cabos de fibra ótica”, reiterou Netanyahu naquele momento.

Este projeto, impulsionado por membros do G20, propõe estabelecer rotas terrestres que conectem os países produtores de energia e os mercados europeus. Suas implicações são profundas, não só em termos de comércio e economia como também para a geopolítica energética da região.

Do ponto de vista econômico, o IMEC promete reduzir os custos de transporte e os tempos de entrega entre a Índia e a Europa, o que é especialmente atraente para a mobilidade de produtos de alta demanda como maquinaria, tecnologia, têxteis e, mais crucial, hidrocarbonetos. Além disso, teoricamente proporcionará mais segurança por ser uma alternativa em meio às ameaças de interrupções derivadas de tensões no Golfo Pérsico ou no Estreito de Ormuz.

Da ótica geopolítica, o mencionado corredor conta com o apoio dos Estados Unidos, que busca confrontar a influência da China nos projetos de infraestrutura global, como a Iniciativa do Cinturão e Rota, com o Corredor Internacional de Transporte Norte-Sul (INSTC), o qual aparece como uma alternativa ao tradicional canal de Suez

Apesar dos benefícios que expõem as partes interessadas, é provável que o IMEC não consiga materializar-se como um projeto comercial sólido porque, precisamente, compete com os megaprojetos de integração comercial liderados pela China. Estes contam com contratos substanciais no desenvolvimento de infraestrutura ferroviária na Arábia Saudita, além de uma concessão de 35 anos para a gestão de um terminal de contêineres no porto de Khalifa, o que deixa pouca margem para a intervenção do IMEC neste ecossistema comercial.

E ainda não existe uma rota de intercâmbio na região que supere as vantagens do canal de Suez para o mercado do Mediterrâneo porque, em termos de eficiência, os tempos de envio pelo IMEC se estenderiam até a um mês por rotas multimodais, enquanto, utilizando o referido canal, o mesmo trajeto comercial poderia ser realizado em poucas semanas.

As vastas jazidas de hidrocarbonetos e o corredor IMEC são elementos-chave nos interesses de Netanyahu sobre a Palestina. A escalada de agressão aponta para um conflito prolongado que definirá o controle de recursos vitais e das futuras rotas de comércio global.

Israel, como posto estratégico do avanço dos Estados Unidos na Ásia Ocidental, transformou o genocídio na Palestina em uma ferramenta para controlar, também, recursos energéticos de grande importância nesta região.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

 

Se vir norte-coreanos a passar, ligue para o saúde 24 de imediato, para o internarem

By estatuadesal on Outubro 22, 2024

(Por oxisdaquestão in Blog oxisdaquestao, 21/10/2024, revisão da Estátua)


Está visto que a Rússia não consegue invadir a Europa mesmo a pedido do pessoal da propaganda da NATO. Talvez os russos sejam esquisitos e não se queiram meter na bosta em que o Ocidente está transformado. Não se querem sujar e lá terão as suas razões. Dizem de Kiev que as tropas russas estão reduzidas ao mínimo, perderam o armamento e as vitualhas e não sabem onde arranjar os substitutos para a grande invasão que atemoriza os europeus e os põe de completa diarreia, mental e intestinal. Mas os russos são uns malvados e imitadores dos generais da NATO, que têm os ucranianos a fazer as vezes dos seus guerreiros, treinados e mantidos nos países a que pertencem.

Vai daí conseguem, os de Moscovo, que os norte-coreanos venham à luta na Ucrânia e se capacitem a invadir o território europeu, da Finlândia ao Cabo de Sines, Berlengas incluídas. E, se os russos podiam invadir a Europa sem ninguém dar conta, bastava serem poliglotas, com os norte-coreanos a coisa fia mais fino. Um coreano topa-se a léguas e nem precisa de ter o logotipo da Hyundai ou da Kia na testa, basta ver-lhe o corte de cabelo e a sua falta de peso.

É que, uma tropa que ontem era miserável, tal qual o seu país, agora é um perigo imenso, lutando ao lado dos russos contra os nazis da NATO na Ucrânia e vai ser o fim do mundo quando invadir o território da CEE-UE-NATO de leste a oeste, de cima a baixo.

Há quem veja coreanos em Carcavelos, na Baixa da Banheira, na Atouguia da Baleia e no Rei dos Leitões; a senhora Lidl Von Der e o Costa foram avisados de pronto, o Parlamento Europeu está paralisado de terror e vota pelo pedido de ajuda aos batalhões nazis, que se disfarçam de refugiados ucranianos, estacionados na Alemanha, na Polónia, na Suécia e nas f.n.a.tes bálticas.

Na realidade, o que se passa com os norte-coreanos, é que a propaganda quer esconder atrás deles os mercenários e soldados da NATO que sempre combateram ao lado dos nazis na Ucrânia, sem serem ucranianos, e cujas mortes se têm relatado ultimamente, denunciando a sua presença.

Comentários nas redes sociais:

”Eu só acrescentaria que a campanha psywar também carrega um poderoso componente de racismo. As notícias falsas sobre as tropas da RPDC na Ucrânia têm o objetivo de desencadear medos de uma “horda asiática” descendo sobre a Europa “branca”. Os ucranianos já apertam esses botões quando descrevem os russos como “orcs” asiáticos.

A máquina de propaganda é um elemento enorme desta guerra, e muito obrigado por denunciá-la. A RAND Corp. tem sido um importante think-tank para o Pentágono por décadas. Quanto à inteligência sul-coreana, não há nenhuma atrocidade insana ou propaganda fictícia que seja absurda demais para eles. Eu diria, no entanto, que a CIA dos EUA foi a autora original da história do número Coreia-na-Rússia/Ucrânia.”

Postado por: Jeffrey Kaye | 19 de outubro de 2024 17:16 UTC

Ou ainda:

”É interessante que a RAND vise perturbar as “elites da Coreia do Norte” como se reconhecessem privadamente que a Coreia do Norte não é possivelmente governada por um único homem. É semelhante a como os EUA retratam Putin como um ditador omnipotente que sabe e controla cada detalhe do que acontece na Rússia, mas na verdade é fraco e cercado por “elites” relutantes que foram submetidas ao governo sob ameaça de seu ditador louco e desonesto. Somos informados constantemente na imprensa ocidental que se tirássemos do poder Maduro, Putin, Ali Khamenei ou Yahya Sinwar, todo o regime/movimento sob eles desmoronaria e de repente uma população oprimida se levantaria em democracia e instalaria um governo que faria o que os EUA quisessem. É um tipo de narrativa de conto de fadas, mas muitos nos EUA veem o mundo dessa forma. Um amigo me disse que a China é governada por um ditador, que muitas das elites de lá querem ser livres e democráticas e que todas as 1,5 bilhões de pessoas estão sob o governo desse único homem. Mesmo a ideia desse tipo de governo não parece possível logisticamente em 2024, mas essa história singular de homem mau persiste na visão de mundo propagandeada dos EUA. Basta um homem para derrubar e os recursos naturais são nossos, ou a resistência é esmagada assim mesmo.”

Postado porJames C | 19 de outubro de 2024 17:04 UTC

Os invasores já NÃO são os russos, é gente pior, talvez mais desalmada. Preparemo-nos: vamos ficar de olhos em bico não tarda muito!

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

 

Os Estados Unidos e a sua fera sionista assassinam a ONU

By estatuadesal on Outubro 20, 2024

(Andrés Piquerasin Observatoriocrisis.com, 20/10/2024, Trad. Estátua)

O direito internacional acabou, tudo o que resta é a guerra.



A globalização unilateral está a implodir a favor de um mundo regionalizado com três grandes áreas proeminentes que respondem de alguma forma à “dissociação” civilizacional chinês: América do Norte, China-Rússia, Sudeste Asiático-Pacífico e um espaço europeu em claro declínio em termos de seu peso económico e político global.

Com esta fragmentação, dissolve-se também todo o quadro sócio-político-institucional que conhecemos desde a Segunda Guerra Mundial e o fim da Guerra Fria. O longo século XX está a chegar ao fim, embora possa fazê-lo da forma mais dramática. Com isso, as instituições herdadas daquele século também perdem destaque.

De 2017 até ao final do mandato de Trump, em janeiro de 2021, os EUA desmantelaram diferentes pactos ou esperam ainda quebrá-los. Para começar, com a ascensão económica chinesa, tanto a entidade estatal norte-americana como os seus subordinados “ocidentais” decidiram dar cabo da Organização Mundial do Comércio, deixando-a em coma profundo (as regras do “mercado livre” já não são assim tão queridas, quando aqueles que historicamente as impuseram, não são os que ganham com elas).

E a lista é longa. Em 1º de junho de 2017, os EUA anunciaram a saída de seu país do acordo climático de Paris, assinado em 2016. Em 23 de janeiro de 2017, retiraram-se da Parceria Trans-Pacífico (TPP). um pacto assinado em fevereiro de 2016 por 12 países que, juntos, representam 40% da economia mundial e quase um terço de todo o fluxo de comércio internacional. Os EUA (que são o segundo país que cumpre menos resoluções da ONU, depois da entidade sionista estabelecida na Palestina) também abandonaram o Pacto Global das Nações Unidas sobre Migrações e Refugiados, bem como a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Também modificaram unilateralmente o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), um acordo comercial entre este país, o Canadá e o México (e ainda impõe tarifas sobre as importações mexicanas).

27 anos antes, em 1994, o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, assinou um acordo com a Coreia do Norte para desmantelar o programa nuclear deste país asiático. Quase uma década depois, ao mudar o mandato, o Presidente George W. Bush chamou Pyongyang “eixo do mal” e abriu o caminho para quebrar o acordo. Depois disso, ocorreu o aprofundamento da ignorância e até do repúdio norte-americano às decisões das Nações Unidas (e do Conselho de Segurança) que constituem a legalidade internacional.

Num processo lento mas seguro de desconstrução do direito internacional e da própria ONU, os EUA reconheceram Jerusalém como a capital de Israel (outro país que se orgulha de não cumprir as resoluções da ONU). Anunciou então que se retirava do Plano de Acção Conjunta Abrangente assinado com o Irão, bem como do Tratado de Armas Nucleares com a Rússia. Além disso, em 25 de Março de 2019, os Estados Unidos reconheceram a “soberania” de Israel sobre o Golã ocupado, o que equivale a aceitar a aquisição de territórios através da guerra. A hegemonia em declínio também não para diante da violação manifesta de embaixadas, como a da Coreia do Norte em Madrid ou a da Venezuela em Washington; o que serviu de exemplo para que outros fizessem o mesmo, como aconteceu com o governo de Noboa que violou a embaixada mexicana no Equador.

Um trabalho de demolição sistemática das instituições internacionais, do sistema de relações e compromissos multilaterais, que tem preparado o terreno para a  Guerra Total  em que já estamos imersos.

Talvez mesmo nessa altura não estivéssemos preparados para ver até onde o Império Ocidental, com o seu líder americano, poderia ir nesse caminho, desencadeando a barbárie nazi na Ucrânia e o massacre de Donbass. E sobretudo com o papel do seu “braço louco” sionista, que, livre de quaisquer vínculos jurídicos internacionais ou de considerações humanas, comporta-se como uma fera raivosa descontrolada na Ásia Ocidental para incendiar aquela frente de batalha da Guerra Total. Pode ser “uma fera raivosa”, mas na realidade é bem controlada pelo seu mestre norte-americano e apoiada pela Europa cada vez mais subalternizada. Ver vídeos aqui.

E é ela, a entidade sionista, que comete atrocidades sem nome, derrubando a humanidade vários degraus de uma só vez na escada evolutiva e mergulhando-a cada vez mais fundo no poço da barbárie. A falta de reação e o duplo padrão para comparar as suas acções com as dos outros também destroem a legalidade internacional e os seus Tribunais, bem como, em geral, a legitimidade do Sistema imposto ao mundo pelo Império Ocidental e pelas suas “democracias”.

A entidade sionista tem assassinado centenas de funcionários da ONU em Gaza durante anos, mas agora quer dar um passo em frente e está agora também a disparar diretamente contra os capacetes azuis da ONU, ordenando a essa instituição - da qual incompreensivelmente continua a fazer parte apesar de não cumprir nenhuma de suas resoluções e declarar seu secretário-geral “persona non grata” -, que deve sair do caminho.

Ou seja, os EUA e a sua fera já estão a assassinar definitivamente a ONU, e com isso todo o quadro internacional, construído ao longo do último século, para se tentar manter um mínimo de sanidade nas relações internacionais.

Isto significa que o ainda hegemónico optou verdadeiramente pela GUERRA, para além de toda a perceção humana, mas também de toda a inteligência. Isso deveria estar claro para todos.

sábado, 19 de outubro de 2024

 

Digo com orgulho que sou mais preto que o Obama

By estatuadesal on Outubro 18, 2024

(Carlos Marques, in Estátua de Sal, 18/10/2024, revisão da Estátua)


(Este texto resulta de um comentário a um artigo que publicámos sobre a atuação de Israel em Gaza, no Líbano e nas suas relações com a ONU, do Major-General Carlos Branco, (ver aqui).

Pela sua atualidade e por manifestar, em parte, algum exercício de contraditório, além da forma assertiva como põe a nu as atrocidades de Israel e desmonta o apoio do Ocidente ao genocídio em curso, resolvi dar-lhe destaque.

Estátua de Sal, 18/10/2024)



“As queixas do povo palestino não podem justificar os terríveis ataques do Hamas. E, esses ataques terríveis, não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano”. – citação do artigo.


A primeira frase é uma mentira e uma violação da lei mundial. A segunda frase é um facto que ninguém respeita. Sim, as queixas (invasão, ocupação, roubo de casas, terra arável e água, ditadura racista – isto é, apartheid, limpeza étnica constante, massacres frequentes, e genocídio lento, tornado rápido desde 7 de Outubro -, justificam tudo o que o Hamas e o Hezbollah fizerem. Aliás, o tribunal da ONU, o ICJ (sigla inglesa para Tribunal Internacional de Justiça), assim o decidiu: a resistência armada (isto é, violenta) contra o ocupante/agressor (o sionista “Israel”) é legalmente justificada, é um direito humano, é direito internacional, está na Carta da ONU.

Quanto à resposta dos nazi-sionistas ocidentais, via projeto colonial racista (“Israel”), tal como o ICJ decidiu, nada a justifica, nem assim nem assado. “Israel” é o agressor, e a Palestina é o agredido. O agressor/invasor não pode usar a resistência como desculpa para agravar a sua agressão/invasão. Esta decisão é do direito internacional, lei do mundo após tal decisão do ICJ ter transitado em julgado, como dizem os parolos dos advogados.

Ou seja, o Hamas tem o direito legal de repetir um 7 de outubro sempre que puder, especialmente legítimo quando feito em território da Palestina ocupada, que não fazia parte de “Israel” no mapa desenhado em 1947. Ou seja, “Israel” não pode entrar em Gaza nem na Cisjordânia e muito menos no Líbano, e já devia ter saído da Síria.

Ou seja, todos os que repetem “começou em 7 de outubro de 2023” estão a mentir e são, ou vítimas da propaganda nazi-sionista genocida, ou fazem parte do “polvo” de corrupção civil (por exemplo, as presstitutas pagas para mentir e manipular), ou de corrupção moral (por exemplo, quem acredita piamente na colonização da Mesopotâmia por homens brancos ocidentais, só porque são judeus).

Ou seja, estão a ser cometidos mais crimes contra a humanidade na Palestina ocupada diariamente, do que na guerra por procuração – já a caminho de 3 anos - dada aos nazis da NATO (EUA+vassalos), contra a Rússia.

Ou seja, andam à solta, na “democracia” liberal, monstros comparáveis a Hitler. E nenhum deles alguma vez será julgado como os outros foram em Nuremberga.

Ou seja, se há alguém que merecia sanções, bloqueio, isolamento, e ser levado de volta à idade das cavernas, são os países que vendem e até dão armas para que se continue um GENOCÍDIO, onde 99% das vítimas são civis, e onde 70% dos corpos despedaçados são de mulheres e crianças.

Ou seja, se alguém der um tiro no Biden, na Kamala ou no Blinken e companhia, no Trump, no Starmer, no Boris, no Sunak e companhia, no Scholz e na Baerbock, no Macron e na Meloni, na Leyen, no Stoltenberg e no Rutte, no Montenegro, no Marcelo e no Nuno Santos e companhia, e também nas presstitutas que fazem a propaganda desses porcos assassinos, isso não é um crime. É justiça. E eu adoro quando a justiça acontece.

Isto leva-me a outro ponto de discordância com o texto do Carlos Branco. É quando ele cita alguém que chama “sionismo fascista” a isto, por oposição a um alegado “sionismo liberal” supostamente benigno.

Porra! É preciso ser surdo e cego (mas não mudo) para, em 2024, não perceber que nazismo e genocídio, supremacismo branco e violação impune de direitos humanos, colonialismo e fascismo, são a base ideológica real do LIBERALISMO. Todo o paleio sobre “liberdade e democracia” é propaganda para enganar tolos. Liberalismo é o que está a passar-se em Gaza, em Kiev, e se passou no Vietname, Belgrado, Benghazi, etc.

Não existe uma diferença entre nazismo e liberalismo. Isto lembra-me uma notícia (omitida pelas presstitutas do nazi-sionismo genocida ocidental) sobre o Canadá há uns dias: queriam fazer um monumento para lembrar/homenagear as “vítimas da Rússia soviética”, mas quando foram ver os nomes dos cerca de 500 defuntos que queriam homenagear, constataram que mais de 300 dessas “vítimas” eram oficiais nazis (até mesmo das SS). Quando a notícia/escândalo se espalhou no Canadá, a construção do monumento não foi cancelada, foi suspensa até de corrigir o “mero lapso”.

Isto para lembrar que o Canadá é um dos líderes dos rankings da “Liberdade”, da “Democracia”, do Liberalismo em geral. É exatamente o mesmo regime que teve o Parlamento em pé a aplaudir um velhote das SS e, quando a coisa se tornou viral, em vez de pedirem desculpa, em vez de se demitirem, qualificaram às vozes antinazis como sendo “propaganda do Putin”.

Isto é o mesmo regime de todos os outros países do Ocidente: a mesma ideologia de todos os “democratas” liberais, desde a direção do Bloco de Esquerda até ao Chega, passando por todo o estrume do meio.

Isto é a mesma UE que proíbe a celebração do Dia Da Vitória - veteranos da Segunda Guerra até foram detidos pela polícia na Letónia! -, que compara o comunismo ao nazismo, que censura canais de notícias, que quer um “Ministério da Verdade” (tipo uma PIDE da UE/EUA), e que apoia descaradamente os nazis na Ucrânia (depois de passar décadas a apoiá-los às escondidas, ou a contratá-los para a máquina de terror da NATO). Isto é a ideologia da “democracia” liberal.

É só lembrar o seguinte: a tal da “Constituição dos EUA” que falava dos “homens iguais”, foi escrita durante a escravatura. Isto é a natureza dos regimes ocidentais, e infelizmente também de boa parte deste povo profundamente ignorante e racista, mas cheio de canudos universitários…

O facto de alguns países colocarem mulheres, jovens, negras e LGBT, à frente das câmaras e dos microfones, não muda a sua natureza. Apenas demonstra o quão maquiavélico o supremacismo branco se tornou. Mas a mim não me enganam. Estou vacinado contra a propaganda e manipulação. Sempre que vejo um Obama, sei que estou a olhar para um Hitler. E sempre que vejo uma Catherine Jean Pierre, sei que estou a olhar para o antigo homem branco que exterminou os nativos da América do Norte.

O racismo não acabou no Ocidente. Algo muito pior aconteceu: os pretos, latinos, etc, assimilaram completamente a ideologia do seu opressor. Agora chamam-lhe “progressismo”.

É por isso que quando veem um corpo de um bebé despedaçado em Gaza, repetem o que hoje diriam também Hitler, Goebbels, Himmler ou Göring: nós é que somos o lado bom, os outros são todos maus, por isso matá-los é justificado, é a defesa da nossa raça…

É isto o liberalismo. Nem mais, nem menos. É pior que o fascismo. Mas o que fazem estes nazi-sionistas genocidas no dia 25-Abril em Portugal? Colocam o cravo na lapela, e colocam-se de pé a aplaudir o discurso de um ditador nazi ucraniano que acha que glorificar os ucraNazis da antiga UPA/OUN e dos actuais Azov “é normal” – coloquei as aspas porque é uma citação do Zelensky! O palhaço que os liberais andaram a promover como o “campeão da democracia e da liberdade”.

É isso que estas duas palavras significam realmente na boca desta gentalha: nazismo, guerra, imperialismo, opressão, racismo, supremacia branca, colonialismo, mentira, violação dos direitos humanos, apartheid, massacres, invasões, tortura, terrorismo, sanções para provocar pobreza e fome, limpeza étnica, e um GENOCÍDIO em direto num campo de concentração com mais de 2 milhões de pessoas, 70% dos quais mulheres e crianças.

Por isso hoje digo com orgulho: sou antiliberal. Aliás, sempre fui, mas não sabia. E mesmo tendo a pele branca, posso também dizer com orgulho que sou mais preto do que o Obama.

PS: O Carlos Branco esqueceu-se também de dizer que o tal partido israelita que Einstein e Arendt compararam aos nazis, deu mais tarde origem ao Likud de Netanyahu, um partido que entretanto ganhou práticas e ideologia bem pior que o original, e é o mais votado pelos “inocentes” daquele projeto colonial racista e fanático religioso. O “Israel” é o JSIL (J substituindo a primeira letra do ISIL, sigla inglesa para “estado islâmico do Iraque e do Levante”) daquela região, tal como o jornalista do Greyzone uma vez disse: o Jewish State of Israel and the Levant. Mas como essa explicação demora muito, eu prefiro ser mais direto: o “Israel” é uma ditadura colonial nazi-sionista, exterminadora de mulheres e crianças. Ou, como os liberais lhe chamam: “a única democracia do Médio Oriente

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

 

António Guterres tinha razão, mas não disse tudo

By estatuadesal on Outubro 18, 2024

(Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 17/10/2024)

Israel nunca teve intenções de reconhecer um Estado palestiniano e a “comunidade internacional” nunca pressionou Telavive a fazê-lo. Mas ninguém se atreveu a criticá-lo com receio de represálias ou de ser mal visto por Washington.



Numa reunião especial do Conselho de Segurança sobre a crise no Médio Oriente, o Secretário-geral da ONU António Guterres afirmou o óbvio: o evento de 7 de outubro de 2023 não aconteceu no vácuo. A declaração motivou uma reação descabida do embaixador de Israel nas Nações Unidas clamando pela sua resignação. A circunstância do cargo que ocupa impediu-o de ir muito mais longe no comentário.

No entanto, Guterres disse ainda que “o povo palestino foi submetido a 56 anos de ocupação sufocante”, e que “as queixas do povo palestino não podem justificar os terríveis ataques do Hamas. E, esses ataques terríveis, não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano”. Apesar destas importantes observações, não explicou as causas profundas do ataque do Hamas.

Há duas causas do 7 de outubro: uma afastada e outra próxima. A afastada relaciona-se com as atrocidades e o sofrimento causado pelos sionistas ao povo palestino durante décadas, nas quais se inclui o êxodo de mais de 700 mil árabes palestinos (Nakba) das terras de Israel, em 1948; e a próxima prende-se com o incumprimento dos Acordos de Oslo.

Sem elaborar extensivamente sobre a primeira – em que muitos acontecimentos tiveram impacto direto no presente – e sem a pretensão de fazer um varrimento histórico profundo, não se pode esquecer o massacre de Sabra e Chatila, perpetrado sob a supervisão de Ariel Sharon, mais tarde primeiro-ministro de Israel, e de todos os que o procederam. A marcha da morte de Lídia e os massacres de Deir Yassim, Kafr Kassem, Quiba, Jan Yunis, etc., para mencionar apenas alguns.

Quando se fala de terrorismo na região, não se pode deixar de fazer um regresso ao passado e à génese terrorista do Estado de Israel, começando em 1920 pelas organizações terroristas paramilitares como a Irgun, a Lehi, a Haganah e a Palmach, que em 1948 se fundiram para criar as IDF – Israel Defense Forces.

Menachem Begin, primeiro-ministro de Israel em mais do que um mandato, foi o chefe do Irgun e responsável pelo ataque terrorista ao Hotel King David, onde morreram mais de 92 pessoas, britânicos na sua maioria. Begin foi denunciado por um grupo de intelectuais judeus, entre eles nomes como Albert Einstein e Hannah Arendt, numa carta aberta publicada pelo “New York Times“, no dia 4 de dezembro de 1948, quando visitou os EUA, em que condenavam abertamente o partido político por si fundado – o “Partido da Liberdade” (Tnuat Haherut) – de ser “um partido político muito semelhante, na sua organização, métodos, filosofia política e apelo social, aos partidos nazi e fascista.”

Por seu lado, Yitzhak Shamir, também primeiro-ministro de Israel, foi dirigente da Lehi e responsável pelo assassínio do diplomata sueco Folke Bernardotte, enviado das Nações Unidas para a implementação da partição territorial da Palestina, tendo sido o Estado de Israel condenado internacionalmente. Ficaremos por aqui, sem deixar de sublinhar a relevância destes factos para melhor se entender o presente.

Passando à causa próxima. Em 1993, em Oslo, a OLP renunciou à luta armada e reconheceu a existência do Estado de Israel. Nas negociações em 2000, para concretizar o Acordo de Oslo, o então primeiro-ministro Ehud Barak apenas reconheceu a Autoridade Palestiniana (AP), mas não reconheceu a existência de um Estado palestino. Telavive fez tudo o que lhe estava ao alcance para inviabilizar a sua existência.

Com as suas ações, Israel foi corroendo e deslegitimando com sucesso a AP ao ponto de esta deixar de ser um ator credível aos olhos dos próprios palestinos, gerando a sua ineficácia espaço para a emergência e afirmação de outros grupos e grupelhos radicais, que ao não reconhecerem a existência do Estado judaico se tornaram de grande utilidade para Israel.

Quando lhe foi conveniente, Netanyahu apoiou o Hamas e serviu-se da sua aparente cegueira política. Dava-lhe jeito um Hamas forte e sectário para isolar internacionalmente a causa palestina. Por isso, durante muitos anos, as viaturas das IDF escoltaram malas carregadas de dólares, que chegavam ao aeroporto de Ben Gurion provenientes do Catar, até à Faixa de Gaza, onde eram transferidas para o Hamas (embora a transferência não fosse feita direta e automaticamente).

Também por isso, não se pode deixar de estranhar que a organização conhecedora da localização de toda a estrutura superior do Hezbollah, quando e onde se reuniam, não soubesse o que se estava a passar na Faixa de Gaza, em particular, a preparação do Hamas para um ataque a Israel, para o qual se treinavam às claras. Telavive terá sido informada e nada fez para o contrariar. A ser verdade, o Hamas poderá ter aparentemente caído numa cilada.

Em vez de fazer acontecer Oslo, a “comunidade internacional” assobiou para o ar, fingindo estar tudo bem em Gaza e na Cisjordânia. Independentemente do que Israel estivesse a fazer, o importante era que os palestinos não reivindicassem. A conjugação de uma AP mansa, ineficaz, corrupta e geriátrica, sem dar resposta aos problemas do povo – muito conveniente para Israel -, com a expansão sistemática dos colonatos e as humilhações diárias e permanentes gerou a revolta e o aparecimento de grupos como o Hamas, que vieram ocupar o espaço de contestação deixado vazio pela AP.

Afinal, a opção estratégica da OLP se transformar num movimento político e abandonar a luta armada não se traduziu em benefícios para a causa palestina, nos trinta anos que nos separam dos acordos de Oslo (1993) e nos 24 anos da Cimeira de Camp David (2000). A sua colaboração e o seu bom comportamento não foram recompensados.

Pelo contrário, durante a vigência da domesticada AP, o movimento palestino só averbou derrotas, e os progressos na direção do estabelecimento de um Estado foram pírricos. Paulatinamente, Israel ia consolidando o seu projeto de uma Grande Israel, em particular na Cisjordânia, apesar de ter tido de devolver o deserto do Sinai ao Egipto, conquistado na guerra do Yom Kippur.

Foi o sentimento de impotência e injustiça sentidos pelas massas palestinas, que não se sentiam politicamente representadas pela AP, que deu força a quem pensasse ser o regresso à luta armada o único método de alterar o rumo dos acontecimentos. Tinha-se tornado evidente ser inviável construir um Estado palestino apenas através da diplomacia e da luta política.

Oslo não só não falhou em criar um Estado palestino como criou as condições para Israel se expandir e prosperar como nunca na Cisjordânia. Netanyahu mostrava nas Nações Unidas, a quem quisesse ver, sem qualquer pudor e reparo, um mapa de Israel em que a Cisjordânia e Gaza não apareciam. Ninguém parecia importar-se com o problema palestino, que caminhava a passos largos para a irrelevância histórica. No dia 6 de outubro, a causa palestina estava moribunda, quase morta. A normalização das relações com os países do Golfo estava em curso. Teria sido a derrota definitiva se a Arábia Saudita tivesse aderido a esse processo. Israel esteve à beira da vitória.

Mas a resposta selvagem de Telavive em Gaza, onde já pereceram mais de 42 mil almas, na data em que este texto foi escrito, veio reverter desajeitadamente décadas de energias e de esforço para convencer os Estados do Golfo de que a criação de um Estado palestino não podia mais vetar as relações entre Israel e o mundo árabe e islâmico. Veio ressuscitar das catacumbas a causa palestina tornando-a no assunto número um da luta pelos Direitos Humanos a nível mundial. Não só se encontra agora no topo da agenda da justiça internacional, como ganhou uma dinâmica imparável. Os casos em curso no Tribunal Penal Internacional e no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, tornaram-se num movimento sem precedentes no passado recente.

Israel encontra-se agora mais isolado internacionalmente do que nunca na sua história. Como disse David Hearst, “esta guerra despojou Israel da sua imagem de um sionismo liberal”, mostrando a sua verdadeira face de um sionista fascista. “A imagem de Israel de um jovem duro tentando defender-se da sua vizinhança deu lugar à de um ogre regional sem qualquer bússola moral.”

É inegável e sobejamente conhecido o projeto messiânico de uma Grande Israel com o sul do Líbano, Gaza e Cisjordânia incluídas, que Netanyahu ambiciona construir. Israel nunca teve intenções de reconhecer um Estado palestiniano e a “comunidade internacional” nunca pressionou Telavive a fazê-lo. Mas ninguém se atreveu a criticá-lo com receio de represálias ou de ser mal visto por Washington. Se tivesse sido criado um Estado palestino, cinco anos após a assinatura dos Acordos de Oslo, seguramente que não existiriam hoje movimentos como o Hamas. Como também não teria sido criado o Hezbollah, se as forças de Israel não tivessem cometido as chacinas e a matança de libaneses, aquando da ocupação do Líbano, em 1982.

As grandes potências, umas mais de que outras, transformaram a AP numa entidade rentista, mantida em estado vegetativo, em troca do seu silêncio, até à extinção da sua razão de ser. Mas Yahya Sinwar e o 7 de outubro vieram estragar o plano.