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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

SÁTIRA POLÍTICA DE REGRESSO AO DESFILE DO “REI DO CARNAVAL DE OVAR”

Rubrica Reportagem | Fevereiro 1, 2018  |  Sem comentários

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O tradicional desfile da chegada do casal de Reis do Carnaval de Ovar que no domingo (dia 28) mobilizou muitas centenas dos foliões que integram os grupos carnavalescos, passar eles e escolas de samba, foi marcado por muita sátira política, como um regresso inevitável no atual quadro de polémicas nacionais em que Ovar tem estado no centro das atenções.

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Como no Carnaval ninguém leva a mal e logo a seguir à encenação carnavalesca do Axu-Mal com “As sete maravilhas”, em que se propunha concorrer com “o nosso pão com chouriço”. O desafio do Axu-Mal, com muita farinha pelo ar, não foi suficiente para esbater a sátira das piadas coletivas sobre as polémicas públicas que a comunicação social tem investigado e divulgado a propósito do autarca ovarense.

Opini_José_Lopes

José Lopes

(texto e fotos)

Na piada “Rio (em) Grande” do grupo carnavalesco Vampiros, a abordagem do tema era bastante claro. “Nas autárquicas fui master / Ganhar foi canja / Quero lá saber do Caster / Agora navego no Rio Laranja” e outro acrescentava, “Neste Rio Grande de dueto / A malta não se safa mal / Nas coisas de Ovar já nem me meto / Só cá vim para o Carnaval”. Nesta encenação dos Vampiros destacava-se um personagem de Rui Rio e Salvador Malheiro com vasta comitiva, seguidos por personagens de pescadores exibindo “Rua dos Pescadores” e “cartão militante”, com referencias a, “Esta Banda está a evoluir / E já se transporta em Carrinha / Na hora de Agir / Lixou-se o homem da raspadinha”.

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O mesmo tema foi desenvolvido carnavalescamente pelo grupo Marroquinos com o titulo “À Boleia de lá para cá, de cá para lá!”, dizendo, “Eu não sei ler nem escrever / Só vim aqui pra passear / Vou lá acima meter o dedo / E uns euritos amealhar”. Nos elementos desta piada desfilava ainda, transportes “mealheiro” com bandeirinhas laranja, concluindo, “Anda tudo muito calmo / Mas está na hora de Agir / Se esta m…. der pró torto / Vamos é vê-los a fugir!”.

Já os Xáxas optaram pelas “Cabras Sapadoras”, com pastores e bombeiros que reclamavam, “Vejam só com atenção / Tamanho despudor / Trocar o Bombeiro Voluntário / Por um animal Sapador”.

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No desfile intercalado pelas sambistas e baterias das respetivas escolas de samba, os grupos carnavalescos que vêm assegurando a preservação das piadas coletivas nesta mostra popular do Carnaval de Ovar, animavam o público com vários outros temas, incluindo os locais, como os Hippes que este ano assinalam os seus 50 anos e apresentaram a piada “As 7 merdabilhas vareiras”, através da qual premiavam as “7 merdabilhas do nosso território de emoções”, como, o estado atual do Cine-Teatro “revestido” a chapa ou a “Reserva urbana de pombas”.

Carnavalescamente bem conseguida esteve a prestação dos Pinguins, com “Descubra as Diferenças”, em que satirizaram o país de contrastes, entre a qualidade de vida proporcionada a reformados nacionais e estrangeiros, fazendo-se acompanhar por uma urna com a mensagem “vai para fora cá dentro”. Assim com a marca da folia que este grupo carnavalesco veterano já habituou o Carnaval de Ovar, encenaram, “Reformados estrangeiros / Com qualidade de vida / Já para os portugueses / A coisa tá meia f…..”. Foi uma autêntica representação teatral assumida pelos Pinguins, em personagens de turistas estrangeiros cheios de vida e os idosos portugueses com as mais diversas dificuldades de um resto de vida com qualidade.

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Para encerrar este desfile com toda a sua sátira politica e local, os Reis do Carnaval de Ovar, Sua Alteza – O Rei D. João “O Afetuoso” e Sua Alteza – A Rainha D. Ângela “A Raríssima”, faziam-se transportar numa carroça puxados por dois cavalos, que os deixou na Praça da República em que eram aguardados pelos foliões e pelos autarcas que os receberam e entregaram a “chave” da cidade para o reinado do Carnaval de Ovar. Um momento em que é sempre aguardado o discurso do Rei que sintetiza várias das inquietações dos foliões.

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O trono deste reinado do Carnaval de Ovar tem como monarcas um casal de foliões, que representam justamente as gerações de foliões dos anos 50 e 60, como são o caso, do João Carlos Santos, o carismático elemento dos Pinguins, João Cachimbó, o Rei Momo D. João “O Afetuoso” e Ângela Liz, a Rainha D. Ângela “A Raríssima” que chegou a desfilar nos Ratos Mickey, Condores, Zuzucas e nas passerelles Palhacinhas.

Classificações das Piadas Coletivas

1.º Pinguins – Descubra as Diferenças

2.º Hippies – As sete merdabilhas vareiras

3.º (ex aequo) Marroquinos – À Boleia, de lá para cá, de cá para lá

3.º (ex aequo) Zuzucas – SuperNando

5.º Vampiros – Rio (em) Grande

6.º Garimpeiros – A nova Heroína

7.º Condores

8.º Catitas

9.º Xáxas – Cabras Sapadores

RTP–O Essencial da manhã

Logotipo O essencial da manhã

1 Fevereiro, 2018

Alexandre David
Jornalista

Alexandre David

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Bom dia

As comissões vão aumentar de novo e os reformados voltam a ser penalizados. Novos agravamentos dos custos bancários na Caixa Geral de Depósitos anunciados agora que Paulo Macedo cumpre 1 ano à frente da instituição. Os agravamentos agora anunciados também não deixam de fora os jovens entre os 26 e os 29 anos. É uma notícia revelada na edição desta quinta-feira do jornal Público.

Legionnela nos hospitais mais vigiada já a partir deste mês. É um projecto coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge. Em entrevista à Antena 1, Fernando Almeida, o presidente do Instituto sublinha que este programa não tem como objectivo fiscalizar os hospitais portugueses e sancionar quem não cumpre as regras. Uma entrevista para ouvir a seguir ás noticias das 10 da manhã.

Entretanto, subiu para 14 o numero de casos de Legionnela registados no hospital CUF Descobertas. Novos dados revelados pela Direcção Geral da Saúde. No entanto uma das pessoas já teve alta hospitalar.

Um mês da nova lei do tabaco e apenas 10 processos de contra ordenação instaurados pela ASAE. Nenhum deles está relacionado com a proibição de fumar em parques infantis, uma das medidas mais simbólicas da nova lei. Neste primeiro balanço também ficamos a saber que o valor das coimas aplicadas em 2017 foi inferior ao registado em 2016. Perante estes dados, há quem defenda o aumento do número de espaços onde é proibido fumar, mas há também quem opte pelo reforço da fiscalização.

Do Desterro a Algés, o microfone da Antena 1 na carreira 723 da Carris, um dos famosos autocarros amarelos da empresa. Uma reportagem para ouvir esta manhã, no dia que passa precisamente 1 ano desde que a Carris começou a ser gerida pela Câmara Municipal de Lisboa. A comissão de trabalhadores faz um balanço positivo deste ano, os utentes nem por isso.

Não foi nada fácil, mas o Sporting lá conseguiu bater o Vitória de Guimarães, ganhar 3 pontos e saltar para o primeiro lugar da 1ª Liga de futebol. O Porto continua com um jogo a menos. Os leões marcaram o único golo do jogo aos 86 minutos por Jéremy Mathieu. No final do jogo, Jorge Jesus reconheceu que não foi fácil. Já Pedro Martins, o treinador do Vitória de Guimarães, deu os parabéns ao Sporting.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Os dois lados da Justiça

Alguns dirão, talvez a maioria, que os casos judiciais recentes, em que um procurador  do Ministério Público, Orlando Figueira, é acusado de ter sido corrompido pelo ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, e dois juízes desembargadores, Rui Rangel e Fátima Galante, para além de dois advogados e não sei quantos oficiais de justiça, são constituídos arguidos por suspeitas de corrupção num outro processo, são um sinal muito positivo porque mostram que a justiça está a funcionar.

Pode ser que sim, que seja de facto um bom sinal. Mas há um outro lado da justiça que vem à superfície nesta avalanche de acusações e suspeições sobre altos responsáveis da sua hierarquia que causa medo, apreensão e descrença.

Não devem, naturalmente, ser feitas generalizações. Porém, o que já sabemos é demasiado mau. No caso que envolve o procurador Orlando Figueira, os relatos jornalísticos das sessões do tribunal em que o procurador foi ouvido, remetem-nos para um ambiente surrealista em que o procurador exibe visões da realidade próximas da paranóia, provocando o tribunal e disparando em todos os sentidos, incluindo as procuradoras suas ex-colegas responsáveis pela acusação, a quem acusa de incompetência. O caso ainda vai no adro mas já dá para ver que o procurador Figueira revela traços de personalidade que não o recomendavam para funções de magistrado. Cabe, pois, perguntar como foi possível alguém com as suas características  ter permanecido tantos anos e subido na hierarquia do Ministério Público, acusando ou arquivando processos sobre pessoas e instituições, sem que ninguém tivesse identificado nele os desvios de carácter que agora tão flagrantemente vieram à superfície. As dúvidas sobre o rigor e a honestidade do seu trabalho são legítimas.

No caso dos juízes desembargadores  Rui Rangel e  Fátima Galante não sabemos ainda se as suspeitas têm fundamento. Mas independentemente do que vier a ser apurado sobre a sua culpabilidade ou inocência, a operação desencadeada hoje com buscas à residência de Rangel, deu para constatar que a cumplicidade das autoridades judiciais  com alguns  jornalistas se mantém: a revista Sábado foi informada das buscas à casa do juiz tendo captado e divulgado imagens da chegada das autoridades. Acresce que entre as autoridades presentes na busca à casa do juiz Rangel se encontrava o juiz conselheiro do Supremo e ex-procurador-Geral da República Souto Moura que, segundo os repórteres, chefia a equipa.

Trata-se de uma fuga de informação que segue o padrão de outras fugas, que mancha quem a ordenou e que, além do mais, coloca sob suspeita o próprio ex-procurador-geral Souto Moura. Não se espera, naturalmente, que o ex-procurador-geral a tenha autorizado, porém espera-se que  não deixe de mandar investigar quem a fez.

Exclusivo Tornado / VAI E VEM