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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Já puseste o caciquismo a lavar, Rui?

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

RRSM

Fotografia: Fernando Veludo/Lusa

O congresso do PSD correu dentro do esperado, talvez com a excepção do discurso final de Rui Rio, exótico a ponto de não se resumir a chavões e lavagem de roupa suja, desonrando assim uma longa tradição dos congressos do partido que já foi social-democrata. Valeu a faca longa do rebelde Luís Montenegro, assim como a calorosa recepção de Elina Fraga, após ser anunciada como nova vice-presidente do PSD. Os passistas ficaram radiantes!

Agora que o conclave laranja chegou ao fim, o país está preparado para o banho de ética que Rui Rio lhe prometeu. E como o novo líder do PSD não tem lugar no Parlamento, onde não falta quem não se lave há vários anos, porque não começar por limpar a casa por dentro? Porque não começar, por exemplo, pela eterna questão do caciquismo, que tanto destaque e preponderência teve nas recentes directas do PSD? Ler mais deste artigo

Entre as Brumas da Memária


Rui quê?

Posted: 20 Feb 2018 11:33 AM PST

«Não é só o passado que o contradiz. Rio fala do desinvestimento na Saúde, quando os gastos públicos na Saúde estão a aumentar (pouco, é certo). Mas diz, ao mesmo tempo, que faria "igual ou pior" que Maria Luís Albuquerque nas Finanças, quando a regra eram os cortes. Também já defendeu o regresso à Educação de Crato. Falta saber muito sobre o programa do PSD, mas já sabemos muito sobre Rio, e dificilmente pode alguém ser quem não é.»

Mariana Mortágua
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Polícia amigo, o povo está contigo

Posted: 20 Feb 2018 08:35 AM PST

Portugueses confiam mais nos patrões do que nos sindicatos.

«No topo da tabela, as polícias inspiram confiança de forma transversal ao espectro partidário, com os eleitores do PSD, CDS, BE e CDU a convergirem na pontuação (15) e os do PS a mostrarem-se menos entusiastas (12).»

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37º Congresso Rennie

Posted: 20 Feb 2018 05:57 AM PST

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O momento Kodak

Posted: 20 Feb 2018 03:06 AM PST

«Alguém chamou "partidos Kodak" a muitos dos partidos que marcaram durante décadas a vida política da sociedade ocidental. Havia uma razão não fotográfica para isso: a marca que George Eastman fundou em 1888 dominou durante gerações o mundo da fotografia. A revolução digital levou ao colapso da empresa do dia para a noite. O PSD não se defronta com um "momento Kodak". Mas, ao aclamar Rui Rio como novo líder, o PSD não deixou de mostrar sinais de nervosismo: à porta já está Luís Montenegro, antecipando-se em versão Speedy Gonzalez a toda a concorrência interna (incluindo Passos Coelho), para lhe suceder. E isso acontecerá se, em 2019, o PSD não voltar ao poder. Seja como vencedor das eleições ou coligado num bloco central ou com o CDS. Rui Rio venceu, mas tem um quarto com vista para a guilhotina. E ele sabe isso. Talvez por isso o seu discurso de encerramento do Congresso do PSD tenha sido tão abstracto: na ausência de propostas políticas concretas, Rui Rio apelou à fé. É certo que o novo líder falou das questões sociais (um tema tabu no tempo de Passos Coelho), de acordos de regime, de vontade de vencer. Mas tudo pareceu ser ainda muito genérico.

O PSD, para regressar ao poder, neste tempo de bonança económica que favorece o Governo, precisa de ter um projecto com propostas sólidas e não generalidades com que todos podem concordar, porque são demasiado vagas. Precisa de abrir as janelas à sociedade civil (como soube fazer o CDS sob a batuta de Paulo Portas, antes de este rumar ao mundo dos negócios). Precisa de deixar de ser um partido apenas delimitado pelos seus políticos de carreira. Precisa de falar concretamente de outros temas que continuam a não ser considerados importantes: ambiente, cultura, segurança, património. Rui Rio, ao contrário do que se possa pensar, tem o relógio a correr contra si: 2019, com a sua chuva de eleições, é já aí. E esse é o tempo do novo líder neste PSD que necessita de poder como de pão-de-ló.»

Fernando Sobral

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018