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quarta-feira, 21 de março de 2018

A teoria do muro

por estatuadesal

(Francisco Louçã, in Expresso, 20/03/2018)

louça1

(Este texto de Louçã merece reflexão e deve preocupar todos aqueles que, como eu, saudaram o surgimento do actual governo e o fim do guetto parlamentar a que os partidos à esquerda do PS estiveram votados durante 40 anos. Há vozes e forças dentro do PS que teimam em fazer emergir o  velho e relho centrão e não sei se Costa terá força - ou mesmo vontade -, de as conter. É essa a táctica e o plano da direita mais pragmática e inteligente e foi para isso que apearam o Passos do trono do PSD. Cabe aos democratas de esquerda frustar-lhes os desígnios.

Comentário da Estátua, 20/03/2018)


Numa curiosíssima investigação de ontem de um jornal de referência, o Público, uma “fonte” do ministério das finanças expende anonimamente uma teoria sobre o Orçamento para 2019, sob o título certamente expressivo de “Centeno não dá margem para aumentos na função pública”, que deve merecer toda a atenção. Essencialmente, a teoria é esta: não há dinheiro para repor o nível salarial perdido (cada funcionário recebe hoje menos 11,9% do que em 2010, em média) e o governo deve impor a manutenção do corte, até porque, faça o que fizer, o orçamento será sempre aprovado dado que os seus parceiros não querem uma crise política nas vésperas de eleições. Esta teoria tem, portanto, um discurso orçamental e um ultimato político.

Dirão os leitores, batidos nestas coisas: a política, sobretudo anónima, é feita de prosápia e, por isso, mais vale não ligar muito a cenários e pressões, até porque não consta que o Orçamento tenha começado a ser negociado (e bem devia). Talvez a leitora ou o leitor possam assim concluir um conselho aos partidos de esquerda: não liguem a fontes disfarçadas mais do que uma máscara merece, o Carnaval já passou, hoje é primavera, não reajam com nervosismo. A consistência é a força que move uma política e quem puder apresentar trabalho feito em negociações árduas e em soluções concretas será quem ficará a ganhar.

Ora, mesmo que predomine a cabeça fria, há que reconhecer que esta chantagem do não-dá-margem tem ainda uma outra implicação, além do jogo de sombras para condicionar uma negociação que o principal protagonista, o ministério das finanças, nem parece disposto a iniciar (alguém registará esta curiosa estratégia de suscitar um debate preventivo sobre um tema em que só fica assinalado que o governo não quer conversar sobre o assunto que traz a público). É que há nisto uma teoria, a teoria do muro.

A teoria do muro, como qualquer boa teoria, tem três axiomas: o primeiro é que o governo só vai até ao muro definido pelos acordos de 2015 com os partidos de esquerda; o segundo é que, em tudo o que importa, o governo decide como se tivesse maioria absoluta; e o terceiro axioma é que os dois primeiros são regras inquestionáveis. Além dos axiomas, a teoria ainda tem duas hipóteses auxiliares, que se chamam Rui Rio e Assunção Cristas: Rio mobiliza o entusiasmo do PS para voltar a acreditar numa maioria absoluta e Cristas ajuda o PS na divisão da direita.

A teoria é coerente, bem pensada e perfeitinha. E pode ser a condenação da estratégia de governo do PS, parece mesmo a armadilha que a bazófia coloca a si própria. Porque, além de axiomas e hipóteses auxiliares, há a realidade, tão aborrecida que ela é.

A realidade é que o PS está longe da maioria absoluta, o pouco que lhe falta é imenso. O PSD precisaria de cair mais – abaixo do que é já muito baixo – e o CDS de ficar insignificante, para que Costa possa sonhar com a maioria absoluta. Não basta o entusiasmo de um Júdice ou de um Soares dos Santos ou de outros que, descrentes da direita, saltam para o comboio esperançoso de um PS reforçado para por ordem na casa e devolver o regime de benefícios e mordomias que tantas saudades gera. Numa palavra, a teoria pede que o PS seja um muro contra a esquerda para ganhar votos à direita. Só que isso seria arriscar tudo na campanha eleitoral e para resultados perigosos: falhando, o PS ficaria dependente de Rio para o Orçamento de Estado e o PSD teria em breve a sua oportunidade de escolher o momento de “ir ao pote”, como Passos Coelho um dia elegantemente explicou. A teoria do muro é a única hipótese de sobrevivência de Rio depois de 2019.

Mas há ainda a realidade mais comezinha do dia a dia: a teoria do muro estatui que o governo só cede à esquerda no salário mínimo e nas matérias que estão escritas na pedra dos acordos de 2015. Ou seja, se o governo seguir essa teoria, não trata com os seus parceiros de nada de relevante dos problemas da governação, não estuda novas soluções, não se interessa por corrigir os erros, segue em frente como se não houvesse amanhã. Com a teoria do muro, para o governo a relação com os seus aliados basear-se-ia num minimalista contrato a prazo, desinteressado dos problemas que há que resolver. Saúde? Não interessa. A tal “fonte” nem sequer se dá à maçada de explicar como é que o concurso de centenas de médicos especialistas ficou retido um ano só porque sim. Segurança social? Regras para as carreiras longas? Contratação dos precários? A tal “fonte” não se perturba pelo facto de decisões acordadas demorarem mais um ou dois anos a executar do que estava definido, e nem se sabe se esses prazos serão cumpridos.

A teoria do muro determina que nas questões que importam, para além da restituição de rendimentos, fica tudo como está: o muro não deixa passar nada. Serviços públicos? Muro. Investimento? Muro. Transportes? Muro. Habitação para os jovens em cidades que se tornaram das mais caras da Europa? Muro. Bem-estar que as pessoas reconheçam? Muro. Garantias na saúde? Muro. Então, entusiasmado com Rui Rio, algum PS, capitaneado pela nossa “fonte” anónima, incha-se de satisfação com a teoria do muro: agora somos nós, basta o ultimato e acelerar. Em resumo, a teoria propõe um curso de ação que é a mais evidente garantia de que conduzirá ao falhanço, porque desiste de governar e assume que a prioridade é o jogo.

terça-feira, 20 de março de 2018

10 moedas raras de 2 euros que podem valer 2.000 (e podem estar no seu bolso)

por admin

Desde a introdução do euro que o Banco Central Europeu permite que cada país possa emitir duas moedas de dois euros por ano para comemorar uma data nacional. Algumas destas moedas têm valorizado em grande escala, porque se tornaram ‘tesouros em circulação’, conta o The Guardian. Algumas ficam nas mãos de coleccionadores, mas outras andam pelo mundo de carteira em carteira sem que muitos saibam que valem muito mais que o seu valor facial.

Moeda Coração de VianaMoeda Coração de Viana

Em 2016 Portugal lançou duas moedas comemorativas. Uma, emitida em Março de 2016, faz alusão à participação da equipa portuguesa nos Jogos Olímpicos do Rio e tenha cunhada a imagem do conhecido ”Coração de Viana’, de Joana Vasconcelos. Existem 650 mil exemplares desta moeda.

Moeda Ponte 25 de AbrilMoeda Ponte 25 de Abril

Outra, de Julho, comemora os 50 anos da Ponte 25 de Abril, a primeira a unir as duas margens do Tejo, em Lisboa. Existem apenas 500 mil exemplares. Talvez seja a altura certa para estar atento aos dois euros que tem no seu bolso. Veja na fotogaleria as 10 moedas que podem valer até 1800 euros e, talvez, descubra uma pequena fortuna escondida no porquinho mealheiro lá de casa.

1. Malta 2011

Esta foi uma das moedas comemorativas que mais rápido se valorizou. Malta foi um dos últimos países a chegar ao Euro. Em seis anos, multiplicou quase 20 vezes o seu valor.

2. Bélgica 2005

Bélgica 2005Bélgica 2005

O valor desta moeda ronda os 25 euros. E não é a única moeda belga a ter valorizado tanto... também a de 2006, com o Atomium ronda os 15 e os 20 euros.

3. Eslovénia 2007

Eslovénia 2007Eslovénia 2007

Esta moeda foi aprovada para todos os países, na comemoração do 50º aniversário do tratado de Roma. Esta moeda, em específico, pode chegar aos 40 euros.

4. Alemanha 2008

Alemanha 2008Alemanha 2008

A partir de 2007 todas as moedas tiveram que colocar na sua parte de trás o mapa dos países do euro. Por erro, em 2008, esta moeda não o fez. Vale, agora, entre 35 e 40 euros.

5. Finlândia 2004

Finlândia 2004Finlândia 2004

Foi em 2004 que o Banco Central Europeu aprovou as moedas comemorativas. A Finlândia decidiu emitir esta moeda, com a homenagem aos 10 novo países do euro. Vale entre 60 e 70 euros.

6. Espanha 2009

Espanha 2009Espanha 2009

Por erro, Espanha emitiu esta moeda com as estrelas maiores do que as originais, na comemoração do aniversário da União Económica e Monetária. Agora, vale cerca de 60 euros.

7. São Marino 2004

São Marino 2004São Marino 2004

São Marino não faz parte da União Europeia mas admitiu o euro. Este tipo de moedas são as mais difíceis de encontrar. Valor? 180 a 190 euros.

8. Vaticano 2005

Vaticano 2005Vaticano 2005

Todas as moedas do Vaticano são muito valorizadas, especialmente pelos coleccionadores. Esta moeda é a mais cara de todas, simboliza a jornada da juventude. Vale cerca de 300 euros.

9. Mónaco 2015

Mónaco 2015Mónaco 2015

É raro que esta moeda apareça numa carteira mais 'comum'. É de uma qualidade superior e existem muito poucas. São apenas de 2015 e já valem cerca de mil euros.

10. Mónaco 2007

Mónaco 2007Mónaco 2007

Esta é uma das moedas mais desejadas, sendo que já chegou a valer 1.800 euros... E o valor não pára de subir.

por admin

Desde a introdução do euro que o Banco Central Europeu permite que cada país possa emitir duas moedas de dois euros por ano para comemorar uma data nacional. Algumas destas moedas têm valorizado em grande escala, porque se tornaram ‘tesouros em circulação’, conta o The Guardian. Algumas ficam nas mãos de coleccionadores, mas outras andam pelo mundo de carteira em carteira sem que muitos saibam que valem muito mais que o seu valor facial.

Moeda Coração de VianaMoeda Coração de Viana

Em 2016 Portugal lançou duas moedas comemorativas. Uma, emitida em Março de 2016, faz alusão à participação da equipa portuguesa nos Jogos Olímpicos do Rio e tenha cunhada a imagem do conhecido ”Coração de Viana’, de Joana Vasconcelos. Existem 650 mil exemplares desta moeda.

Moeda Ponte 25 de AbrilMoeda Ponte 25 de Abril

Outra, de Julho, comemora os 50 anos da Ponte 25 de Abril, a primeira a unir as duas margens do Tejo, em Lisboa. Existem apenas 500 mil exemplares. Talvez seja a altura certa para estar atento aos dois euros que tem no seu bolso. Veja na fotogaleria as 10 moedas que podem valer até 1800 euros e, talvez, descubra uma pequena fortuna escondida no porquinho mealheiro lá de casa.

1. Malta 2011

Esta foi uma das moedas comemorativas que mais rápido se valorizou. Malta foi um dos últimos países a chegar ao Euro. Em seis anos, multiplicou quase 20 vezes o seu valor.

2. Bélgica 2005

Bélgica 2005Bélgica 2005

O valor desta moeda ronda os 25 euros. E não é a única moeda belga a ter valorizado tanto... também a de 2006, com o Atomium ronda os 15 e os 20 euros.

3. Eslovénia 2007

Eslovénia 2007Eslovénia 2007

Esta moeda foi aprovada para todos os países, na comemoração do 50º aniversário do tratado de Roma. Esta moeda, em específico, pode chegar aos 40 euros.

4. Alemanha 2008

Alemanha 2008Alemanha 2008

A partir de 2007 todas as moedas tiveram que colocar na sua parte de trás o mapa dos países do euro. Por erro, em 2008, esta moeda não o fez. Vale, agora, entre 35 e 40 euros.

5. Finlândia 2004

Finlândia 2004Finlândia 2004

Foi em 2004 que o Banco Central Europeu aprovou as moedas comemorativas. A Finlândia decidiu emitir esta moeda, com a homenagem aos 10 novo países do euro. Vale entre 60 e 70 euros.

6. Espanha 2009

Espanha 2009Espanha 2009

Por erro, Espanha emitiu esta moeda com as estrelas maiores do que as originais, na comemoração do aniversário da União Económica e Monetária. Agora, vale cerca de 60 euros.

7. São Marino 2004

São Marino 2004São Marino 2004

São Marino não faz parte da União Europeia mas admitiu o euro. Este tipo de moedas são as mais difíceis de encontrar. Valor? 180 a 190 euros.

8. Vaticano 2005

Vaticano 2005Vaticano 2005

Todas as moedas do Vaticano são muito valorizadas, especialmente pelos coleccionadores. Esta moeda é a mais cara de todas, simboliza a jornada da juventude. Vale cerca de 300 euros.

9. Mónaco 2015

Mónaco 2015Mónaco 2015

É raro que esta moeda apareça numa carteira mais 'comum'. É de uma qualidade superior e existem muito poucas. São apenas de 2015 e já valem cerca de mil euros.

10. Mónaco 2007

Mónaco 2007Mónaco 2007

Esta é uma das moedas mais desejadas, sendo que já chegou a valer 1.800 euros... E o valor não pára de subir.

Entre as brumas da memória


Taipé (I)

Posted: 20 Mar 2018 03:14 AM PDT

Gostei desta cidade onde ainda estou. Capital de Taiwan desde 1894, tem quase 3 milhões de habitantes (7 se considerarmos a área metropolitana), um ar relativamente organizado, avenidas centrais cuidadas e floridas. É pena não ter chegado à fala com quem por aqui vive, a não ser com um patusco guia chinês convencido de que sabe falar espanhol e que acabou por rechear a visita de momentos hilariantes: não distinguia «dinastia» de «artisania» (a «artisania» Ming deve ter sido de facto importante…), entre «quilos» e «quilómetros» parecia não haver para ele grande diferença mas lá se ia interpretando, tendo-nos levado algum tempo a entender do que falava quando começou a dissertar sobre «puta» ao pensar em «buda».

Falarei de novo de Taipé e da sua história, limito-me hoje a tentar mostrar o belo TEMPLO DE LUNGSHAN, construído entre 1738 e 1740 por colonos da China. Destruído, total ou parcialmente, por terramotos, incêndios e tufões, bombardeado pelos americanos durante a II Guerra Mundial, foi sendo sempre reconstruído logo que possível e é hoje um importante centro de culto de budismo e de taoismo.