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sexta-feira, 15 de junho de 2018

Governo venezuelano acusado por 35 países americanos de intimidar líder da oposição

HÁ 2 HORAS

O governo de Maduro é acusado de intimidar a líder da oposição por 35 Estados americanos. Relatório sublinha que novos atos contra uma figura opositora reforçam a perseguição política no país.


EDUARD SERRA/EPA

Autor
  • Agência Lusa
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A Organização de Estados Americanos (OEA) acusou quinta-feira o Governo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro de intimidar a líder da oposição Maria Corina Machado, relacionando-a com um grupo de militares detidos por alegada conspiração contra o regime.

A Secretaria Geral da OEA [que congrega 35 Estados independentes americanos] manifesta a sua profunda preocupação pelas recentes ameaças contra a líder do partido ‘Sou Venezuela’. (…) Com efeito, o regime quis vinculá-la a uma suposta ação de uma vintena de militares contra figuras do regime”, explica o secretário-geral daquele organismo, num comunicado.

Segundo Luís Almagro “essas ações de intimidação contra Maria Corina Machado baseiam-se justamente em depoimentos arrancados através de torturas a esses militares”. E explicou: “Trata-se de uma amostra adicional da estratégia sistemática e generalizada que usa a ditadura para perseguir, intimidar e deter arbitrariamente as pessoas que se expressam contra o regime”.

O comunicado sublinha que estes novos atos contra uma figura opositora reforçam a conclusão de perseguição política no paíse que a OEA exige garantias de liberdade e segurança para Maria Corina Machado, recordando que tais ações são inaceitáveis pela comunidade internacional.

Pouco antes das eleições presidenciais antecipadas de 20 de maio último, 23 militares foram detidos pelas autoridades venezuelanas e acusados de estar a preparar um “magnicídio” (assassinato de político ou pessoa importante em funções) do Presidente Nicolás Maduro e do comandante Remígio Ceballos Ichaso.

Segundo a imprensa venezuelana os detidos teriam tido reuniões com políticos opositores, entre eles Maria Corina Machado, desconhecendo-se no entanto em que data ocorreram e quem participou nas mesmas.

As tensões nos quartéis venezuelanos surgiram alegadamente na sequência das eleições de 30 de julho, para a Assembleia Constituinte, altura em que alguns militares terão manifestado que a convocatória não estava ajustada à Constituição da Venezuela.

Um relatório da Direção de Contra-Inteligência Militar (DCIM, serviços secretos militares) refere a recolha de dados sobre uma operação em que os militares suspeitos pretenderiam executar um magnicídio e depois “fugir [do país] num avião Sukhoi”.

A imprensa venezuelana dá conta ainda de que alguns dos oficiais detidos denunciaram em tribunal terem sido torturados, golpeados em partes sensíveis do corpo e submetidos a processos de asfixia com bolsas e com água. Os familiares e advogados defensores privados têm denunciado que foram violados os direitos humanos dos detidos, que estão incomunicáveis e aos quais lhe foram impostos advogados oficiosos.

A diferença entre Fernando Santos e os outros

Novo artigo em Aventar


por Rui Curado Silva

Foto FPF

Com Scolari estaríamos neste momento a discutir porque é que André Silva, substituído por Luís Boa Morte com 40 anos, ou Ricardo Patrício, substituído por José Sá, não tinham sido convocados. Com Oliveira estaríamos agora a debater a última noitada nas escaldantes casas de passe de Sochi.

Ao contrário dos outros, Fernando Santos não precisa de perseguir jogadores para demonstrar que é ele que manda no balneário. Também sabe que não é levando os jogadores às meninas que conquista o seu respeito. Santos sabe que não é assim que se gere um grupo. Com Santos, os jogadores distinguem bem os momentos de descontração dos momentos em que se exige um máximo de profissionalismo. Sabe que a melhor gestão de um grupo é complexa, nem Pinochet como Scolari, nem Zezé Camarinha como Oliveira.

Fernando Santos não se atrapalha quando tem vários jogadores para a mesma posição. Roda os jogadores com destreza. Sabe que num torneio não se pode jogar sempre com a mesma formação, sabe que é preciso mudar estratégia e tática, caso contrário corre o risco ser secado nos quartos ou nas meias finais por treinadores que estudam rigorosamente a nossa seleção (Humberto Coelho 2000, Queiroz 2010, Scolari sempre) . Com Scolari, os adversários conheciam em permanência a formação e tática portuguesa, era imutável. Foi graças a esta prática que conseguiu a sua maior proeza na seleção: perder a final do Euro em casa com a geração de ouro. E não perdeu por falta de sorte, perdeu na sequência de um empate com a Grécia 1-1 em casa, em novembro de 2003 e de uma derrota de 2-1 no jogo de abertura.

Obviamente que nestes torneios, o factor sorte conta. Mas, ao contrário dos outros, Fernando Santos faz por reduzir a probabilidade de ocorrerem azares.

De novo, no Mediterrâneo…*

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

  • Eduardo Louro
  • 15.06.18

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A Europa voltou a olhar-se no espelho de água do Mediterrâneo, no drama de 629 refugiados africanos - homens, mulheres, algumas delas grávidas, adolescentes e crianças, resgatados ao mar na madrugada de sábado e manhã de domingo.

E não pôde se não envergonhar-se do que viu nas primeiras vítimas da xenofobia do novo governo italiano, que não serão seguramente as últimas das contradições e dos bloqueamentos de uma Europa amarrada, incapaz de responder à dimensão dos desafios que tem pela frente, entre os quais a resposta a estas vagas migratórias.

Valeu a arrojada e corajosa decisão solidária do novo primeiro-ministro espanhol, que se apressou a chegar-se à frente para evitar uma enorme e injustificável catástrofe humanitária de que a Europa nunca se redimiria. Desta vez…

Porque nada mudou, mesmo que evitar uma catástrofe nunca seja pouco. Ninguém acredita que esta atitude de Pedro Sanchez cure a cegueira da União Europeia, ou que a liberte dos seus fantasmas. A pressão migratória vai aumentar. De imediato, porque vem aí o Verão. A prazo, porque o ritmo de crescimento da população no continente africano é maior que em qualquer das outras partes do mundo. E porque as máfias que a alimentam, para dela se alimentarem, fazem o resto.

Não deixa de ser notável que, num mundo em que tudo circula livremente, em que em especial o capital não encontra barreiras, só a livre circulação de pessoas seja impedida. Que se levantem muros para barrar a passagem das pessoas quando se abrem auto-estradas para que o dinheiro circule mais depressa, e se possível sem deixar rasto.

* A minha crónica de hoje na Cister FM

    E se Trump tiver razão?

    Ladrões de Bicicletas


    Posted: 14 Jun 2018 06:08 PM PDT

    É preciso alguma coragem intelectual e política para dizer isto em certos meios: “Trump tem razão e o resto do G7 não”. Porquê? Porque, segundo George Monbiot, Trump defende a existência de uma cláusula de caducidade, que permita renegociar, ao fim de um certo prazo, tratados como a NAFTA, ou abandoná-los. As perversas regras do comércio e investimento internacionais não podem estar inscritas na pedra. Caso contrário, para que servem as democracias?
    Anda para aí uma certa “esquerda” a querer convergir com outros neoliberais, em nome de uma fantasiosa frente comum dos “abertos” contra “fechados”, esquecendo que foram as crises e polarizações da forma dominante de economia política, assente na ideia abertura irrestrita, que contribuíram e contribuem para gerar os Trump desta vida. Na UE, esta forma de economia política, ainda mais constrangedora, tem na moeda única e no mercado único os seus pilares.
    A conclusão de Monbiot deve levar a pensar: quando é possível a um escroque como Trump “apresentar-se como campeão dos interesses populares, então a democracia está mesmo em risco”.
    Na realidade, o chamado neoliberalismo progressista, o dos que combinam um entendimento liberal das chamadas causas fracturantes com o neoliberalismo que causa fracturas, mata uma certa esquerda dos dois lados do Atlântico. Essa esquerda, é verdade, não faz falta nenhuma, dado que impede o aproveitamento da desglobalização que tem de se avizinhar.
    Felizmente, há quem perceba duas coisas: que NAFTA, CETA, TTIP ou UE comungam de uma mesma lógica perversa e que um populismo de esquerda é o melhor antídoto simultâneo contra Trump, mas também contra o perigoso plástico político que ainda flutua dos naufrágios da terceira via.

    O proxeneta conservador

    Novo artigo em Aventar


    por João Mendes

    Na América alucinada de Donald Trump, as anedotas sucedem-se. E como já vale quase tudo, o proxeneta Dennis Hof garantiu ontem a nomeação republicana para as eleições intercalares no estado do Nevada. Proprietário de vários bordeis - legais no Nevada - Dennis Hof integra ainda o elenco do reality show Cathouse, que retrata o dia a dia num bordel no Nevada, e é o autor do livro "The art of Pimp", que traduzido para português dá qualquer coisa como "A arte do Chulo". Não admira que tenha ascendido politicamente na era da trampa. 

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