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domingo, 12 de agosto de 2018

A Realidade dos Meios Aéreos

  por estatuadesal

(Dieter Dellinger, 11/08/2018)

canadairFoto: Um C-130 a lançar água com retardante a título experimental.

Muito se falou nos anos 70 a respeito da utilização dos meios aéreos da Força Aérea no combate a incêndios.

Chegou-se a comprar kits especiais (Modular Airborne System for Fighting Fires) para reconverter os C-130 nessa função em que utilizariam também retardadores e chegou a ser utilizado um helicóptero Aluette III com 2 sapadores florestais equipados com um extintor de 6kg de pó cada um.
Durante anos discutiu-se o assunto até que a FAP chegou à conclusão que os C-130 eram demasiado valiosos para serem utilizados no combate aos incêndios e não poderiam reabastecer-se em qualquer albufeira ou no mar como fazem os T-Roc, Canadair e Kamov, além da dificuldade em ter dois ou mais C-130 a trabalharem ao mesmo tempo que teriam sempre de aterrar na sua base para se reabastecer, o que significava uma enorme perda de tempo.

Portugal é um país com mais de 50 barragens de norte a sul, pelo que há sempre uma albufeira ou um rio a poucos quilómetros de algum incêndio e os dois modelos de aviões anfíbios enchem os depósitos sem pararem, limitando-se a amarar e quando em contacto com água enchem os depósitos. Até podem reabastecer-se no mar como fizeram recentemente no combate ao incêndio de Monchique. Os Kamov podem encher um balde de 500 litros até numa piscina, tendo duas hélices de sustentação que dá um impulso suficiente mesmo numa atmosfera muito quente e pouco densa.

O avião ideal para combater o fogo continua a ser o Canadair que é, de resto, o único avião do mundo construído para essa missão.

Posteriormente, quando foram adquiridos os 12 helicópteros E-101 alvitrou-se a hipótese de serem utilizados no combate a incêndios. Sucede que estes helicópteros vieram no âmbito dos planos estratégicos da Nato e um desses helicópteros custou tanto como 6 Kamovs além de que a formação dos pilotos da FAP é caríssima em comparação com os civis.

Os Kamov russos foram fornecidos a um preço especial, parece que em segunda mão, mas a sua manutenção é bastante cara. Mesmo assim, inferior à dos helicópteros E-101 que fazem revisões globais no fabricante.

A FAP é extremamente cara. Os seus pilotos voam em média pouco mais de 6 anos e levam 2 a 4 a serem instruídos, passando depois a oficiais do Estado Maior, algo que não sucede com os civis das empresas a quem se alugam os meios aéreos ou se contratam os trabalhos de manutenção e pilotagem com um custo elevado por hora que não dura todo o ano.

Segundo um estudo publicado na revista alemã “Der Spiegel” acerca dos incêndios em todo o Mundo, Portugal passou de um mês de grande seca e calor a sul e 2 meses no centro e norte entre 1971 e 2000 a 3 a 4 meses nos anos mais recentes. Isto em consequência de um aumento médio da temperatura global na Europa da ordem dos 2ºC.

Muitas foram as comissões que estudaram o problema dos meios aéreos, tendo a FAP descartado a possibilidade de participar no combate aos incêndios. A compra de 4 Canadair com apoio da União Europeia foi posta de lado devido aos custos de manutenção e instalação de infraestruturas adequadas. Acabou-se por recorrer ao aluguer periódico que feitas as contas por todos os governos ainda é a solução mais económica apesar dos seus elevados custos.

No âmbito destas questões dos fogos apanhámos a RDP2 a mentir quando colocou uma tímida engenheira do ambiente a dizer que Portugal é o país da Europa que possui a maior percentagem de floresta. A senhora esqueceu-se da Suécia, Finlândia e Noruega, países quase sem uma agricultura normal e cobertos a mais de 80% por florestas. A Rússia também tem uma gigantesca Sibéria toda florestada e sem grande agricultura por causa do frio.

A senhora confirmou indiretamente que Portugal é vítima dos incendiários quando disse que os vários estudos da sua universidade mostram que os incêndios variam de ano para ano entre o sul, centro e norte. Ora, na generalidade, acontece como este ano, o calor e a seca abrangem todo o país e não há uma explicação para a concentração dos incêndios em zonas diferenciadas por anos. Simplesmente, os interesses dos incendiários não abrangiam sempre a totalidade do Nação.

A história do rato e do psicólogo

  por estatuadesal

(António Guerreiro, in Público, 10/08/2018)

Guerreiro

António Guerreiro

Na semana passada, assistimos em Portugal a dois fenómenos extremos: um, foi o excesso de calor, parecia que a Terra tinha saído dos eixos e tudo chegara a um ponto de extenuação; o outro foi a saturação do espaço público pela proliferação de artigos, crónicas, reportagens, opiniões, comentários, que escorreram como o caudal de um rio, sobre os negócios do vereador do Bloco de Esquerda em Lisboa.

Chegou-se ao limite em que o caso do vereador era uma protuberância tão dilatada que pensámos que ela iria parir. Mas não, era apenas uma manifestação espectacular da obesidade do sistema. Não há nenhuma prova de que estes dois fenómenos extremos tenham uma causa comum ou qualquer relação um com o outro, a não ser que os incluamos na vaga ideia de extenuação por excesso e num conceito muito alargado de poluição.

Não menosprezo a justiça imanente que assistiu aos dois fenómenos extremos e a punição que em ambos se cumpriu (um consenso científico diz-nos que o homem é tão culpado das alterações climáticas como da compra de bens imobiliários). Mas gostaria de mostrar aqui o paradoxo que consiste em as coisas, ao chegarem a um nível excessivo, se anularem ou começarem até a produzir o seu contrário. No segundo fenómeno extremo a que me refiro, esse paradoxo é potenciado pelas manhas incontroláveis da reversibilidade.

A reversibilidade é uma figura que explica o modo de funcionamento de alguns sistemas actuais. Foi isso que nos ensinou o sociólogo Jean Baudrillard, com uma forte pulsão especulativa, e que até chegou a ter um andar em Alfama. As histórias de reversibilidade, escreveu ele, são sempre as mais divertidas, como a do rato e do psicólogo.

Nesta história, o rato conta como condicionou o psicólogo a dar-lhe um pedaço de pão cada vez que accionava um dispositivo da gaiola. Talvez seja precipitado transpor para a história do vereador, tal como ela se desenrolou na semana passada, um semelhante fenómeno de reversibilidade, mas uma saturação fatal, até à náusea, desviou o sentido das palavras e das frases que sobre o assunto se foram acumulando.

Quase todas elas denunciavam justamente a falsa moralidade e as incoerências políticas do vereador. Mas, por saturação, elas obstruíram o próprio sistema de onde emergiam e já só apontavam, dotadas de reversibilidade, para quem as pronunciava. Todo o discurso sobre o assunto já só parecia uma excrescência, um efeito que ganha vida autónoma, separando-se das suas causas.

Os factos implodem na hipertrofia dos comentários. E o demónio da reversibilidade perturba a possibilidade de percepções e juízos pertinentes porque se anulou até o sentido da realidade. Todo o discurso adquire então uma forma imoral e histérica, e é já só esse imoralismo que nos interpela e suscita reacção, já que o imoralismo e a contradição política insanável do vereador que começaram por ser o motivo da crítica, da denúncia e da indignação perderam substância e resistência.

O motivo da “festa” desaparece porque esta vai para além dos seus próprios fins e torna-se hipertélica. Começa por ser uma orgia, mas prolonga-se de maneira patética: há sempre alguém ainda a correr para alimentar a orgia e não deixar que ela acabe.

Não há êxtase que sempre dure, e uma orgia alimentada como uma novela deixa de ser uma orgia, é um  serviço obrigatório, mais militar do que civil.

Uma pergunta conhecida, cheia de implicações, devia ser colocada à porta onde se aglomeram tantos funcionários da palavra erecta: “What are you doing after the orgy [com o vereador imoral]”? Nada, absolutamente nada, a não ser tornar bem visível a obscenidade e a inércia de um mundo saturado.

sábado, 11 de agosto de 2018

Terreno desconhecido

Pedro Lino, Economista

Ontem 00:16

A zona euro não está preparada para guerras comerciais, muito menos financeiras. Trump tem consciência desta debilidade e sabe que o tempo joga a seu favor.

Por muito estranho que possa parecer, no dia 22 de Agosto de 2018 será batido um novo recorde mundial. Teremos 3.543 dias em que o SP500 esteve em alta sem correcções de 20 entre 2009 e 2018, ultrapassando o anterior recorde registado nos anos 90. Para muitos esta subida é estranha, uma vez que vivemos um dos piores períodos da história da Europa, com resgates, falências de instituições, taxas de desemprego incomportavelmente elevadas e, no entanto, quem tivesse investido no mercado financeiro ano após ano, teria acumulado ganhos fabulosos, superiores a 320%.

Não nos podemos esquecer que a década de 90, o maior período de expansão nos mercados, trouxe consigo a democratização da internet, com o aparecimento de empresas como a Google ou a Amazon, hoje colossos próximos do bilião de dólares.

Com a actual subida dos mercados financeiros, estamos a assistir à consolidação desses negócios, com uma consequente concentração dos índices em empresas tecnológicas. Estes recordes trouxeram para o dia-a-dia a palavra trilião, ou bilião na linguagem europeia, e não me refiro apenas às dívidas públicas e privadas, nessa ordem de grandeza. Trump poderá ficar conhecido com o “senhor bilião”, já que desde que foi eleito presidente o mercado americano valorizou mais de 7 biliões de dólares. Outro recorde que será batido este ano diz respeito ao total de recompras em acções que também ultrapassará o bilião. A reforma fiscal teve um efeito muito positivo no mercado, já que as empresas investiram parte dos lucros repatriados na recompra de acções próprias.

Aqui entra a diferença de conceitos do capitalismo. Nos EUA, o conceito de capitalismo tem por base a valorização de activos. Na Europa, capitalismo significa retirar o máximo de valor da empresa em dividendos para os seus accionistas. Esta diferença de mentalidade, suportada pela debilidade financeira dos governos e accionistas, origina uma pressão sobre a gestão das empresas focada no curto prazo. O efeito de capitalização proporcionado pela recompra de acções é muito poderoso quando comparado com a distribuição de dividendos, que retira dinheiro às empresas.

A consequência de longo prazo é o fortalecimento das empresas americanas que se autofinanciam, quer por capitais próprios, quer por dívida para a recompra de acções. O capital ruma a quem cuida dele, ou seja ao mercado mais líquido. Não é por isso de estranhar que com tanto proteccionismo, guerras psicológicas, guerras comerciais e cambiais, tensões geopolíticas, Trump consiga o que muitos duvidavam: a valorização do dólar, a subida de taxas de juro, o crescimento económico e um mercado financeiro que atrai todo o tipo de investidores.

A zona euro não está preparada para guerras comerciais, muito menos financeiras, principalmente quando tem necessidade de esvaziar os cofres das suas empresas e contribuintes. Trump tem consciência desta debilidade e sabe que o tempo joga a seu favor.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.

PASSAR À DISPONIBILIDADE NO PSD

  por estatuadesal

(Clara Ferreira Alves, in Expresso, 11/08/2018)

cfa

Clara Ferreira Alves

(A Dona Clara, prosélita confessa do "bloco central", anda estarrecida com o PSD e com a incapacidade deste se apresentar como alternativa credível aos partidos da esquerda num hipotético noivado futuro com o PS. Passos Coelho, agora elevado a catedrático, do alto da cátedra deve estar a gozar fininho: o diabo não veio, mas depois dele veio o dilúvio, o dilúvio que atinge o PSD e faz a Dona Clara suspirar nos calores do verão.

Comentário da Estátua, 11/08/2018)


Nos últimos tempos, o PSD passa mais tempo a dar cabo do PSD do que é natural, apesar de ser o PSD, famoso pela querela e o dramalhão. Uma doença atacou os dirigentes e candidatos a dirigentes. Esta doença tem manifestações exógenas e exóticas do género verbal. Entre elas, uma propensão para manifestar disponibilidade. Estou disponível. Faz lembrar a famosa frase de Marco Paulo quando a internet começou a dominar o mundo e a fazer vender canções. Então e a internet, Marco Paulo? O que pensa disso? “Se a internet me quiser, estou disponível.”

O mesmo sucede com os líderes e putativos líderes, passaram à disponibilidade. Lembro-me de Passos Coelho dizer que estava disponível, embora não exagerasse a dádiva aos portugueses, limitando-se a avançar sem inimigos. Rui Rio esteve anos na disponibilidade, à espera do que ele chamava um chamamento, um clamor que se erguesse do partido e lhe entoasse o nome ao som de trompetas triunfais, e acabou por avançar sem grande convicção ou chamamento. Pedro Santana Lopes esteve disponível para ser candidato à Câmara Municipal de Lisboa, deixou de estar disponível, voltou a estar disponível e, depois de se classificar como absolutamente indisponível, considerou-se disponível para disputar com Rui Rio a liderança do partido. Acotovelado por prosélitos e oportunistas, instado e instantâneo, Santana Lopes acabou por perder, apesar de um certo chamamento de um nome que já tem um valor histórico. Santana e Rio avançaram porque todos os outros, os jovens turcos da novíssima geração, os brilhantes talentos políticos que carregarão a tocha olímpica no futuro, se consideraram indisponíveis para avançar. Ou tinham bons empregos nacionais e internacionais, ou não estavam para isso, ou faltava-lhes a coragem, ou falhava-lhes a vontade de dedicar a vida à política. Ficaram sentados a comentar os mais corajosos do que eles na televisão, onde os riscos são menores e se cultiva uma imagem senatorial que dá jeito para os negócios.

Os ultrajados pela vitória de Rio e amarrados a uma saudade eterna de Passos, um passismo passadista, ficaram nos cantos a conspirar. Um deles, Montenegro, declarou-se disponível para o futuro. O povo estará atento. E agora é Pedro Duarte, que não tem má reputação, a considerar-se disponível. E Santana, sendo Santana, resolveu sair do partido e estar disponível para fundar um novo partido. Reina a confusão. O único que esteve brevemente disponível e a seguir resolveu disponibilizar-se a tempo inteiro, entregando-se dia e noite a ganhar a eleição, foi Marcelo Rebelo de Sousa. Confessada a disponibilidade, logo rejeitada por Passos, Marcelo percebeu que a disponibilidade não valia um pataco. Era preciso trabalhar, meter a mão na massa, correr o país, falar com as pessoas, encontrar-se com os caciques e amigos e inimigos e articular uma atitude política com uma mensagem coerente. Marcelo não ficou sentado à espera que lhe caísse o cetro no colo.

Compreende-se o desencanto das hostes sociais-democratas com a vida na oposição enquanto as sondagens exaltam o PS e o elevam a quase absoluto, ou a poder com uma ajudinha do Bloco, que agora levou um tiro no porta-aviões. Percebe-se o terror de jazer na oposição nos próximos anos, vendo o país entregue à esquerda e o PSD reduzido a um partidinho, correndo o risco da autoaniquilação. E, justamente, por se calcular o perigo e existir uma possibilidade de arregimentar a metade, ou um terço, do país que não gosta de ver o PS de braço dado com o PC e o Bloco, seria natural que esta gente saísse da disponibilidade e começasse a fazer política em vez de distribuir entrevistas e comentários sobre o modo de fazer política. Sair do banco e fazer-se à vida.

Enquanto o PSD paira na angústia existencial e se retorce de inquietação, enquanto Rui Rio entende a impossibilidade de ganhar as próximas eleições, não deixando que isso lhe tire o sono, António Costa faz o que sempre fez, política. A tempo inteiro. Sem descanso. É assim que se ganham eleições, dando coiro e cabelo, lá diz o povo.

Costa estava na Câmara Municipal e não estava disponível. Quando o partido o chamou, embora não tenha sido um chamamento, Costa não disse que estava disponível. Simplesmente, avançou. Convocou eleições dentro do partido e massacrou a oposição e António José Seguro à passagem. A seguir, disputou eleições nacionais, que perdeu. Na noite da derrota, sorridente, Costa avançou com os dois partidos da esquerda e conseguiu a maioria parlamentar que necessitava para governar. De caminho, massacrou Passos Coelho e amigos. E, se virmos bem, reduziu o Bloco e o PCP a dois aliados que estão mais reféns dele do que ele deles, visto que o sabor do poder os entonteceu. E, para cúmulo, fez eleger para o Conselho Europeu, depois de ouvir os insultos de Schäuble, o amigo Centeno, o arquiteto financeiro. Não admira que o “New York Times” o considere um pioneiro da cultura antiausteritária e o grand manitou da esquerda socialista europeia. Em Espanha, Sánchez pratica a emulação, e o grego Tsipras não desdenha o método.

À direita, a malta dá um suspiro enfastiado e sopra para o lado, olha, estou disponível.

Os fogos e o aquecimento global

  por estatuadesal

(Carlos Esperança, 11/08/2018)

calor

Após duas semanas de combate ao maior fogo florestal da história da Califórnia, com os fortes meios de que dispõe uma das maiores economias mundiais, só ficará sob controlo em setembro, segundo disseram os experientes e bem preparados bombeiros.

Num ano em que a Sibéria atingiu 40º e sofreu incêndios devastadores, a Escandinávia derreteu e a sua floresta foi devorada pelas chamas, o medonho e trágico incêndio de Mati, na Grécia, ou o de Monchique, em Portugal, são apenas uma antecipação do que nos espera no futuro, que já começou, e em cada ano é pior do que no anterior.

Enquanto o gelo derrete nos polos, os glaciares se reduzem metódica e inexoravelmente, e a Terra aquece e caminha para o ponto de não retorno, perante o autismo de dirigentes dos países mais poderosos, em Portugal o fogo é uma arma de arremesso partidário.

No caso português, soma-se ao desordenamento florestal a estrutura fundiária, a incúria e a impossibilidade de avaliar os meios, as empresas e os bombeiros que combatem os incêndios. Os dirigentes e comandantes de bombeiros nunca têm interesses ligados aos incêndios, os meios de combate são sempre inadequados, os bombeiros perpetuamente abnegados e eficientes, só os governantes são incapazes e um bando de malfeitores.

Morrem os rios, secam os lagos, desaparecem as florestas, escasseiam os solos aráveis, avançam os desertos, contaminam-se os lençóis freáticos, reduz-se a biodiversidade, e há quem pense que a vida humana será eterna.

É a miopia, o egoísmo e a insensatez de quem já consumiu os recursos cuja demografia e os hábitos suicidas de alguns impedem a reposição, que vai arrastando o mundo para o abismo que se aproxima.

Explorar os desastres, que os cientistas anunciaram e explicaram, com a incompetência dos governantes de turno, sugerindo que sucedem por não ser governo a oposição, é um péssimo contributo para atenuar os danos e dar alguma esperança ao futuro.

Quem se habitua a enganar os outros, acaba a mentir a si próprio.