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terça-feira, 16 de outubro de 2018

João Galamba: O jovem turco chegou ao Governo

Novo artigo em Aventar


por Ricardo Ferreira Pinto


Típica construção artificial da tralha socratista, o João Galamba lá chegou ao Governo. Para já, como Secretário de Estado da Energia, que a titularidade de um qualquer ministério não tardará.
Se bem me lembro, começou a sua labuta no 5 Dias, mítico blogue das Esquerdas a sério, pela mão da Fernanda Câncio, que depois o levou para o falecido Jugular - blogue criado e mantido para apoiar José Sócrates enquanto primeiro-ministro.
Há que dizer que cumpriu sempre a sua missão a preceito. Nos seus escritos e nos dos outros. Como quando me chamou canalha, em 2009, por eu comparar Sócrates a Vale e Azevedo.
No Simplex, de onde saiu a foto deste post, esculpiu a sua chegada a deputado. Duas legislaturas depois, está no Governo. Mesmo que, pelo meio, tenha precisado de atraiçoar José Sócrates - ou como a criatura apunhalou o criador sem quaisquer remorsos com o beneplácito de António Costa, cuja aleivosia lhe está também na massa do sangue.
Algum mérito João Galamba há-de ter, embora eu não saiba muito bem qual. Assim como assim, não há-de fazer mais nem menos do que o restante putedo socialista que por lá anda. Toda a gente sabe que quem manda na Energia é a EDP.

As esquerdas portuguesas num novo ciclo

  por estatuadesal

(Boaventura Sousa Santos, in Blog OutrasPalavras, 15/10/2018)

cravos

(Boaventura escreve no Brasil, para brasileiros, este excelente texto sobre Portugal e a política portuguesa. Uma síntese de grande fôlego. E termina com uma proposta "fora da caixa": uma coligação pré-eleitoral do PCP e do BE para reforçarem a sua representação beneficiando do método de Hondt, usado para transformar votos em mandatos.

Tenho que reconhecer que é muito bem visto, sendo o objectivo matar de vez os sonhos miríficos do PS com a maioria absoluta e consequente regresso às suas posições mais à direita, até por pressão de Bruxelas. Tiro o meu chapéu à ideia e à proposta, uma espécie de Geringonça de esquerda.

Comentário da Estátua, 16/10/2018)


A “geringonça”, que permitiu um governo da centro-esquerda com esquerda em Portugal aproxima-se de uma crise. Socialistas ensaiam aliança com a centro-direita. Uma união da esquerda pode evitar este desfecho.


Na aparência, a articulação entre as forças de esquerda no atual governo português continua estável e os resultados das políticas continuam a ser encorajadores. Por exemplo, a taxa de desemprego é hoje de 6,9%, a mais baixa dos últimos 16 anos, e com tendência a queda, segundo as estimativas da OCDE. A inovação política portuguesa, inicialmente vista com grande suspeita pela mídia dominnante nacional e internacional, é hoje analisada com simpatia, senão mesmo celebrada. Bom exemplo disso é a reportagem do New York Times de 23 de Julho último, intitulada Portugal Dared to Cast Aside Austerity. It’s having a Major Revival.

Curiosamente, a análise do jornal estadunidense não se restringe aos dados econômicos. Fala numa viragem positiva na “psique coletiva dos portugueses”, em contraste com o que se passa, por exemplo, na Grécia. O êxito desta política não podia deixar de mostrar as suas limitações decorrentes, em grande medida, das restrições no investimento público impostas por Bruxelas, com impacto social particularmente significativo nas áreas da saúde e da educação, mas também nas infraestruturas, no sistema judicial e prisional, na cultura, etc. Como seria de esperar, nos últimos meses aumentou a contestação social por parte dos sindicatos, sobretudo dos sindicatos de professores. Por sua vez, a mudança política de 2016 [o governo de esquerda português iniciou-se no fim de 2015] devolveu aos portugueses a esperança realista de dias melhores. À medida que o tempo passa, querem ver as melhorias passar do discurso para a realidade. Isto é sobretudo visível na área da saúde.

Nos últimos meses, o principal ponto de fricção entre o PS e os seus aliados foi a reforma da legislação trabalhista. O projeto de lei apresentado pelo governo ao parlamento afasta-se do que fora acordado nas negociações com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista e foi aprovado com os votos do partido de direita, o Partido Social Democrata, que esteve no poder entre 2011 e 2015. Este fato veio mostrar que o PS pode estar tentado a recorrer ao partido de direita para ultrapassar os bloqueios que lhe possam ser criados pelos parceiros de coligação enquanto estes se mantiverem nela por entenderem que, apesar de tudo, o essencial dos objetivos da coligação estão sendo mantidos. Neste momento, há a considerar vários fatos novos que, longe de prefigurarem o fim próximo da coligação, podem ser próprios da crise de crescimento desta. O primeiro fato foi a eleição, em fevereiro de 2018, do novo presidente do PSD [de centro-direita], Rui Rio, um político respeitado que foi a oposição interna mais visível à vertigem neoliberal que assolou o partido sob o comando de Pedro Passos Coelho. Com Rio, o partido mostrou vontade de voltar à sua origem de direita moderada ou centro-direita, sempre disponível para acordos de governança com o igualmente moderado Partido Socialista, de centro-esquerda. Estes acordos foram responsáveis por vários períodos de governo do “bloco central” nos últimos 40 anos. A eleição de Rio ampliou as opções do PS. Enquanto com a liderança e a orientação anteriores do PSD seriam improváveis quaisquer convergências com esse partido, agora tais coligações são possíveis (como, aliás, sucedeu no passado).

O segundo fato é que, com este novo campo de manobra para o PS, não surpreende que dentro do PS tenham surgido vozes influentes no sentido de o PS voltar à sua tradição de se coligar com a direita e não com a esquerda. Estas vozes contam com o apoio dos interesses neoliberais internacionais (incluindo a UE), temerosos que a articulação das esquerdas se reproduza noutros países, eventualmente com agendas mais amplas que a portuguesa. Uma variante desta posição é a daqueles que preveem que o êxito das políticas do Governo pode levar o PS a conquistar maioria absoluta nas próximas eleições no final de 2019, caso em que o partido poderia prescindir de coligações tanto à esquerda como à direita.

De todo o modo, estes fatos colocam as forças de esquerda sob novas pressões. Se romperem o acordo em face de recorrentes violações do acordado por parte do PS, temem ser responsabilizados pelos eleitores por terem posto fim a uma solução política que tinha devolvido alguma esperança e maior bem-estar à maioria empobrecida dos portugueses. Se, pelo contrário, mantiverem a coligação, podem ser responsabilizados pelos seus militantes e simpatizantes por terem pactuado com a entrada da austeridade pela janela depois de esta ter sido expulsa pela porta. As alianças pragmáticas terão redundado em perda de identidade. Os partidos de esquerda têm revelado uma enorme maturidade neste contexto político. O debate interno no Bloco de Esquerda é mais conhecido e por isso lhe dedico particular atenção. As correntes majoritárias do BE fazem um balanço globalmente positivo da articulação política com os outros partidos da coligação e reivindicam para si (para a sua iniciativa política) muitas das medidas que vieram melhorar a vida dos portugueses. E fazem-no com razão. Salientam em especial que na esmagadora maioria das questões houve uma grande consonância com o PCP. São especialmente críticos da posição do PS nos domínios da legislação trabalhista, com concessões quase totais às exigências das confederações patronais (que ecoam as pressões europeias), e no domínio da saúde, com a manutenção das parcerias público-privadas que alimentam o setor privado da saúde e impedem o Serviço Nacional de Saúde de voltar aos níveis que no passado fizeram de Portugal um caso de sucesso internacional no domínio da promoção da saúde como bem público.

Acima de tudo, as correntes majoritárias do BE entendem que o saldo positivo da experiência dos dois últimos anos e as expectativas positivas que criaram na maioria dos portugueses criaram uma responsabilidade nova ao conjunto dos partidos de esquerda no sentido de não frustrar essas expectativas. Entendem, no entanto, que para que tal seja possível é necessário que a articulação entre forças de esquerda se aprofunde e supere pelo menos algumas das limitações que teve na sua primeira fase. Tais limitações eram compreensíveis no contexto difícil de 2015, mas não o são hoje, ou, pelo menos, devem passar a ser objeto de debate que pode implicar a reformulação e ampliação dos acordos. O êxito da inovação portuguesa é o outro lado dos seus objetivos extremamente modestos, que nem sequer conseguem devolver aos portugueses o bem-estar relativo que tinham antes da crise. Para o BE, tais limitações decorrem, em última instância, dos tratados que governam a política europeia (sobretudo o Tratado Orçamentário), tratados que impedem o investimento público, o reforço do Estado social e o controle público de setores estratégicos. E decorrem também da enorme dívida pública que é insustentável e devia ser reestruturada. Para o BE, o êxito internacional da política portuguesa dos dois últimos anos (nem sempre elogiada pelas boas razões) confere alguma autoridade a Portugal para pressionar as instituições europeias, nomeadamente por via de alianças com outros países que têm interesses convergentes com os de Portugal.

Como se pode imaginar, esta posição choca frontalmente com a do Governo do PS, cujo ministro das Finanças, Mário Centeno, foi eleito para presidir ao Eurogrupo e assim selar o alinhamento total de Portugal com o Tratado Orçamentário. No meu entender, salvo a ocorrência de maior turbulência financeira internacional (sempre possível devido à impenitente opacidade dos mercados financeiros), os próximos tempos vão trazer grandes desafios à articulação das esquerdas e nada indica que esses desafios não possam ser enfrentados com êxito. Na minha opinião, tal depende dos seguintes fatores: 1) É fundamental que se torne claro para a opinião pública portuguesa que o êxito das políticas dos últimos anos se deve por igual aos três partidos da coligação. Só isso permitirá que todos eles cresçam eleitoralmente e todos à custa do eleitorado tradicionalmente indeciso ou de direita. 2) A luta mediática vai ser neste domínio muito forte e a esquerda não tem de saída muitos trunfos, dado o predomínio dos comentaristas de direita na comunicação social. Para compensar isso, é necessário que os portugueses se mobilizem socialmente para que as melhorias dos últimos anos se consolidem e aprofundem. 3) A mobilização social é, pois, decisiva. 4) Penso, além disso, que as forças de esquerda, sobretudo o BE e o PCP, devem estar particularmente conscientes dos riscos que correm a democracia e o bem-estar das classes trabalhadoras e médias numa Europa xenófoba crescentemente dominada por forças de extrema-direita.

Uma análise profunda deste contexto deve ser um incentivo para ousar ter mais imaginação política. Deve ser contemplada a possibilidade de uma coligação entre o BE e o PCP de modo a poder beneficiar da lógica do método de Hondt* no sistema eleitoral português (que beneficia os partidos maiores e as coligações em detrimento dos partidos pequenos). Isto permitiria fazer crescer a pressão de esquerda sobre o PS, sem a qual os automatismos antigos e os interesses de sempre inclinarão o partido para a direita, uma direita mais do que nunca disponível para construir a aliança alternativa.

Todos sabemos das divergências ideológicas entre o BE e o PCP e das razões que a tal conduziram. Mas também sabemos que nos últimos anos convergiram quase sempre nas políticas principais da governança de esquerda. Muitos acharão esta ideia utópica, mas, como dizia Sartre, antes de se realizarem todas as ideias são utópicas.

________

* O método de Hondt, também conhecido como método dos quocientes ou método da média mais alta D’Hondt, é um método para alocar a distribuição de deputados e outros representantes eleitos na composição de órgãos de natureza colegial. O método tem o nome do jurista belga que o inventou, Victor D’Hondt. O método é usado em países como Cabo Verde, Portugal, Timor Leste, Argentina, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Islândia, Países Baixos, Paraguai, Uruguai e outros países. O método consiste numa fórmula matemática, ou algoritmo, destinada a calcular a distribuição dos mandatos pelas listas concorrentes, em que cada mandato é sucessivamente alocado à lista cujo número total de votos dividido pelos números inteiros sucessivos, começando na unidade (isto é no número 1) seja maior. O processo de divisão prossegue até se esgotarem todos os mandatos e todas as possibilidades de aparecerem quocientes iguais aos quais ainda caiba um mandato. Em caso de igualdade em qualquer quociente, o mandato é atribuído à lista menos votada.

Nobel Morre na Miséria

  por estatuadesal

(Dieter Dellinger, 15/10/2018)

liderman

Aos 96 anos de idade morreu, no passado dia 3, Leon Lederman, um dos pais dos Neutrinos, nomeadamente do Myon-Neutrino e também um dos construtores da teoria das partículas elementares.

Ledermann era americano de origem russa e judaica, nascido em Manhattan depois dos pais terem fugido ao bolchevismo russo.

Foi Prémio Nobel em 1988 e morreu com demência senil na miséria.

O seguro de doença não cobria já as despesas médicas nem a estadia numa casa para pessoas com a sua doença. Por sua vez, a reforma privada como a de quase todos os americanos sofreu uma forte erosão por via da queda das taxas de juro e, talvez, com a falência de alguns bancos ou seguradoras de reformas..

Ledermann teve de vender a sua medalha do Prémio Nobel, adquirida por favor pela sua universidade por 765.000 dólares e foi com essa quantia que se manteve nos últimos dez anos de vida com despesas médicas gigantescas como são as americanas.

Enfim, é o segundo Prémio Nobel da Física que morre nos EUA na miséria por via dos sistemas privados de saúde e reforma.

Saliente-se que isto é conhecido por se tratar de um cientista laureado com o Nobel, porque, ao mesmo tempo, morrem milhares ou milhões de americanos brilhantes ou apenas de classe média ou baixa na indigência porque as entidades privadas que tudo prometem pouco ou nada pagam quando é mesmo necessário e, por vezes, não existem mais quando se chega à idade da reforma.

Não devemos esquecer que o PSD e o CDS sempre lutaram pela chamada redução do Estado com a privatização total ou parcial da Segurança Social e do Serviço Nacional de Saúde.

Imagine-se que milhares de portugueses teriam entregue ao BES o equivalente aos descontos para a reforma. Como estariam agora? Da mesma maneira que os lesados que eram pessoas a quem a propaganda da direita fez não acreditar no Estado, ou julgar que este iria à falência, quando afinal foi o BES que faliu e já engoliu mais de 8 mil milhões de euros para entregar a um fundo carteirista americano.

Ainda há pouco tempo o porta voz para a economia de Rui Rio falava nessa "reforma estrutural" do Estado. Sempre que algum economista fala em "reforma" do Estado é a isso que se refere.

Hoje, temos um Estado com défice praticamente zero, apesar da dívida, que nos dá a garantia de que haverá dinheiro para as reformas de todos os portugueses e para o Serviço Nacional de Saúde.

Mas, há gente dita de esquerda que considera um défice de 0,2 ou 0,3% uma subserviência ao capitalismo quando é precisamente o contrário. O Estado Social não pode ser algo para aumentar eternamente a dívida porque chegaria a uma situação de incapacidade para pagar as reformas, saúde, escola pública e salários dos seus funcionários e os credores são fundos capitalistas.

Há que salientar claramente. O Estado Social tem dois grandes inimigos, um à direita que quer acabar com ele e outro à esquerda que quer despesas tais que significam o seu fim. Contra ambos tem o PS de defender a grande conquista da democracia que é o Estado Social.

A Segurança Social de Portugal tem amplas reservas e consegue aumentá-las todos os anos. O seu orçamento é quase independente e conhecidas as suas contas, não indo dinheiros das reformas para outros fins. Portugal não constrói bombas atómicas, como certos estados que pretendiam e pretendem ser muito sociais, e gastamos pouco em tropas e armas.

Portugal com uma contabilidade equilibrada poderá renacionalizar a ANA, a EDP e a REN, deixando de ser uma colónia de chineses e franceses. Para isso, gastaria menos do já meteu no Novo Banco entregue a larápios americanos.

A ANA foi vendida por três mil milhões de euros, uma ninharia que já embolsaram com os lucros e a EDP/REN não foi por muito mais. Alguém ganhou com estes negócios, mas a Joana não quis investigar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A tempestade

15/10/2018 by Autor Convidado

Nelson Zagalo

Faz hoje exatamente um ano que aconteceu a tragédia do incêndio do Pinhal de Leiria que arrastou toda a zona centro e chegou à Galiza. Na altura, foi o caos com a eletricidade, as redes móveis, assim como o apoio da Proteção Civil, para não falar dos media. Nessa altura, tanto rádio como imprensa online (TV não adianta falar), pouco ou nada ajudaram, nem antes, nem durante, nem depois. Porquê? Porque não era em Lisboa nem Porto, e no resto do país mais uma vez era fim-de-semana e não acontecem notícias ao fim-de-semana para se reportar na imprensa e rádio regionais.

Este ano, repetiu-se todo o mesmo panorama. Quem ouvisse as rádios na altura da entrada do furacão em terra na Figueira da Foz, com impacto até Aveiro e Coimbra, ou tentasse ter informação online, não tinha qualquer informação. No momento em que eu segurava algumas das janelas mais expostas cá em casa, as rádios passavam música, e esperavam pelo sinal horário para dar algumas notícias. Os vários canais de informação online diziam apenas que o furacão se tinha desviado de Lisboa, e por isso até parecia que tínhamos todos escapado ao pior, embora as minhas janelas não parecessem concordar.

No dia seguinte, como não havia imagens de grande tragédia, menos ainda da zona centro por não haver eletricidade nem redes de comunicação nessa área, tudo parecia ter corrido pelo melhor, e as redes sociais divertiam-se a discutir uma qualquer celeuma contra o IPMA ou então a remodelação ministerial à sucapa.

Ontem ao final da noite, passadas mais de 24 horas sobre o impacto, a EDP resolve declarar o estado de emergência por ter mais de 100 mil habitações sem eletricidade. Já a Altice, e outras redes de telecomunicações, nada declaram porque é preferível fazer de conta que não têm vários milhares de pessoas completamente incontactáveis no país.

Os media vão debitando bochechos de informação sobre o que se passou. Acredito que lá para o final da semana devemos ter uma imagem mais próxima da realidade do impacto em Portugal.

O que nos vale é ter acabado a impunidade – ou os sucessos do Ministério Público

  por estatuadesal

(In Blog Aspirina B, 13/10/2018)

MP

1 – Inventona de Belém, Cavaco queixa-se que anda a ser espiado e o Ministério Público faz escutas ao Sócras.

2 – Cavaco faz permuta manhosa da vivenda Mariani pela cena da Coelha, 5 vezes mais área e qualidade superior, subavaliação à vista desarmada, papéis falsos, construção ilegal, etecetera & tal; Ministério Público investiga o Freeporcos na base de uma denúncia anónima dum gajo do CDS, que trabalhava no gabinete do Santana Lopes, em colaboração com agentes da judiciária.

3 – Cavaco e filha, embrulhados numa história de mais valias nunca vistas com acções do BPN, nunca justificou a compra e muito menos a venda; Ministério Público investiga um sucateiro que deu uma caixa de robalos ao Vara.

4 – BES financia o genro do cavaco na compra do barracão atlântico, o banco faliu, não se sabe se pagou, se ficou a dever mas aparentemente aquilo é dele mais umas herdades que entretanto comprou. Estranho para um gajo que só tinha credores à perna; Ministério Público investiga cartões de crédito dos ministros do governo Sócras e guarda resultados na gaveta para melhores dias.

5 – Falência fraudulenta do BPN, gang Cavaco à solta, só o Oliveira Casca foi dentro mas por pouco tempo e ainda gozou com a justiça; Ministério Público preocupado com 20 perguntas que não fizeram ao Sócras nos últimos 10 anos de investigações e fugas ao segredo de justiça.

6 – Governo sócras muda localização do futuro aeroporto da Ota para Alcochete por pressão do Cavaco, baseado em estudo pago pelo vanzelina, para os amigalhaços da primária do Cavaco comprarem terrenos em Alcochete com dinheiro emprestado pelo BPN. Ministério Público chamado a investigar Sócras por negociatas com a Elos e mais não sei quê relacionado com o troço do Poceirão que foi cancelado pelo Passos, negociata do Sérginho com condições ruinosas para o Estado.

7 – Desapareceram uns milhões com a compra dos submarinos e apareceram vestígios no CDS por intermédio do Capelo Rego. Idem com uns pães duros, mais umas broas com armamento e sobreiros do BES. Investigações borregaram, tudo gente séria. Ministério Público investiga Sócras por suspeita de receber bué de milhões do saco azul do GES.

8 – Orlando Figueira empresta dinheiro por baixo da mesa ao Carlos Alexandre e encaminha currículo do filho para a Sonangol e é tudo normal. investigam-se cabras & cabritos.

9 – Passos vende a PT à azeitice por uma broa e o Ministério Público resolve investigar Sócras porque não vendeu ao Belmiro.

10 – A corporação queria demitir o Centeno por causa dumas entradas para a bola, mas como a coisa não tinha ponta por onde pegar, abortaram a coisa e meteram a bucha dos cartões de crédito dos Secretários de Estado do Sócras.

11 – Rangel decide na Operação Marquês a contragosto da corporação, é investigado e há buscas em direto na TV manhosa por uma cena que afinal ninguém ainda sabe o que é, mas que afinal pode não ter sido nada. Dizem que havia um pacote com 10k euros na garagem.

Poderia ficar aqui a noite inteira, a enumerar exemplos da luta contra a corrupção e prisão de poderosos, mas seria fastidioso porque começam e acabam todos da mesma maneira: ai-é-então-espera-aí-que-já-comes.