Translate

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Laicidade — Páscoa católica, Justiça e escolas públicas

por estatuadesal

(Carlos Esperança, 17/04/2019)

O país foi, este ano, assolado por um violento ataque de fé que levou às escolas públicas a liturgia e as orações.

donativo

AJude a Estátua de Sal. Click aqui

A abertura do Ano Judicial foi, este ano, abrilhantado por um figurante de vestes talares, um cardeal objeto de saudações generalizadas, o que faz temer o regresso do direito canónico ao Código Penal, com punição exemplar para os casos de adultério feminino e homossexualidade, proibição do divórcio e penas severas para os pecados, talvez com a benevolente redução penal para a pedofilia e a violência doméstica.

A Universidade de Coimbra deu o exemplo ao introduzir a missa, pela primeira vez, na cerimónia de posse do reitor. Na próxima posse de um novo reitor será já uma tradição.

Nos Hospitais públicos, além dos nomes de santos com que são crismados, pululam nos corredores das enfermarias crucifixos e senhoras de Fátima onde se acoitam bactérias e fungos que a água benta e as orações não erradicam.

Em Vieira do Minho, a atividade pascal, da iniciativa dos pais dos alunos, levou a missa ao Agrupamento de Escolas Vieira de Araújo; em Famalicão, o compasso visitou as 27 escolas do Agrupamento D. Maria II; em Viana do Castelo, os alunos das escolas de Lanheses, Arcos de Valdevez e Ponte de Barca participaram em cerimónias religiosas; em Bragança a comunhão pascal foi facultativa no Agrupamento de Escolas Miguel Torga e nos restantes agrupamentos do concelho também se realizou; em Vila Real, a missa aconteceu no horário normal, mas o subdiretor de Escolas Diogo Cão ressalvou que “é uma atividade como outra qualquer”; e, em Vila do Conde, no Agrupamento de Escolas Dr. Carlos Pinto Ferreira, na Junqueira, no último dia de aulas, alunos, professores e funcionários da EB 2,3 foram em cortejo até à igreja do Mosteiro de S. Simão da Junqueira para assistir à missa. (Fonte deste §: JN de 10-04-2019).

O regresso ou reintrodução da evangelização romana foi facultativa, diferente da sharia, em “escolas com autonomia” como se o caráter laico do Estado e a CRP permitissem as manifestações contrárias ao espírito e letra da Constituição, como se o constrangimento social não violasse a liberdade religiosa que, sendo inviolável, não pode expor quem se sinta coagido ou se recuse.

A Igreja católica goza de privilégios incompatíveis com a laicidade a que o Estado está obrigado. O Estado português tem obrigação de defender a igualdade entre os cidadãos declarando-se incompetente em questões de fé, obrigando-se a promover a neutralidade religiosa. É um abuso de qualquer religião a interferência na esfera pública, tal como a ingerência do Estado nas religiões.

A autonomia das escolas não pode servir de alibi para ferir a legalidade democrática e constranger a liberdade religiosa. A separação do Estado e das Igrejas é uma conquista civilizacional e a única garantia para evitar exigências de outros credos e prevenir novas guerras religiosas, de que a Europa tem trágicas tradições.

Sobre a violação da laicidade pelas escolas vale a pena ler o que escreveu um respeitado constitucionalista, Vital Moreira.

Motorista ‘típico’ de matérias perigosas ganha 1.416,74 euros por mês

António Vasconcelos Moreira 17 Abril 2019, 17:33

ANTRAM contraria sindicato e refere que “não é verdade que os motoristas afetos a este tipo de transporte se encontrem, em termos salariais, balizados pelo salário mínimo”. A ANTRAM e o sindicato dos motoristas (SNMMP) das matérias perigosas voltam a reunir-se esta quarta-feira para tentar colocar um fim no conflito laboral.

A GNR vai hoje fazer a segurança dos camiões cisterna ao longo do percurso entre o parque de combustíveis da Companhia Logística de Combustíveis (CLC), em Aveiras de Cima, concelho de Azambuja, e o aeroporto de Lisboa, Aveiras, 16 de abril de 2019. A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo sido impugnados os serviços mínimos definidos pelo Governo. CARLOS BARROSO / LUSA.

De acordo com os cálculos da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), um motorista “típico” de matérias perigosas ganha 1.416,74 euros líquidos por mês.

Em declarações ao Jornal Económico, a ANTRAM revelou que, “assumindo o exemplo típico de um trabalhador que, sendo casado, com dois filhos menores e cuja mulher não aufira rendimentos, num mês que realize 22 dias de trabalho, doze dos quais com deslocações que implicam dormida deslocada e dez dias com pequeno-almoço e almoço deslocados, auferirá, no mínimo 1.416,74 euros”.

“Contrariamente ao propugnado pelo [Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas] não é verdade que os motoristas afetos a este tipo de transporte se encontrem, em termos salariais, balizados pelo salário mínimo”, disse a ANTRAM.

A ANTRAM, associação patronal que representa as empresas do setor, vai reunir-se na tarde desta quarta-feira, 17 de abril, com o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) para tentarem ultrapassar o conflito laboral. O SNMMP arrancou com a greve ao transporte de combustíveis à meia noite de segunda-feira, com a paragem a ser de tempo indeterminado.

Cálculo da retribuição de um motorista “típico”

Este valor decompõem-se entre valor com descontos, no montante de 1.294,06 euros, sendo que 11% reverte para a Segurança Social e 7,3% é retido na fonte para efeitos de IRS, culminando em 1.057,24 euros, e valor de ajudas de custo no valor de 359,50 euros (21 euros vezes 12 dias) e (10,75 euros vezes 10 dias), segundo a ANTRAM.

De acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho (CCTV) vigente para o setor, publicado a 20 de setembro do ano passado, a remuneração base de um motorista de matérias perigosas ganha 630 euros (cláusula 44º); 12,60 euros de complemento salarial (cláusula 45ª); uma diuturnidade por cada três anos de trabalho, com um máximo de cinco, cada uma no valor de 16 euros (um trabalhador com cinco diuturnidades aufere 80 euros), de acordo com a ANTRAM.

Além disso, a remuneração por trabalho noturno corresponde a um acréscimo de 25% sobre o valor-hora ou, caso a entidade empregadora assim optar, o pagamento de 63 euros de subsídio de trabalho noturno (cláusula 48ª).

Há ainda lugar a um subsídio de risco no valor de 7,5 euros por cada dia em que seja concretizado o transporte de matérias perigosas. Assumindo 22 dias de trabalho, este subsídio acumula, ao final de um mês de trabalho, em 165 euros (cláusula 55ª).

Quanto ao “equivalente a duas horas extra de trabalho por dia, multiplicado por 3o dias” (cláusula 61ª), a ANTRAM explicou que, a este valor, “desconta-se 10% da remuneração base”. Assim, “esta verba, no exemplo que aqui trazemos, é no valor de 343,46 euros e, na prática, apresenta-se como se de uma isenção de horário de trabalho se tratasse, dadas as particularidades, desde logo, da ausência de controlo direto e imediato, que o trabalho prestado por estes trabalhadores tem”, assinalou a ANTRAM.

“Todas estas verbas, no valor global de 1.294,06 euros, são sujeitas a impostos e contribuições para a segurança social”, disse a ANTRAM.

“A estes valores, acresce, ainda, o seguinte valor mínimo de ajudas de custo, para os trabalhaores que realizam deslocações, como é o caso dos motoristas”: 2,75 euros para compensar custos de alimentação para pequenos-almoços ou ceias, sendo que este montante é elevado para 5,5euros caso o trabalhador tome uma refeição fora destes períodos quando estiver em serviço deslocado.

O almoço e o jantar têm uma ajuda de custo de 8 euros,as, caso o trabalhador se encontre deslocados nestes dois períodos do dia, tem direito a 16 euros.

“Desta forma, um motorista que realize trabalhos que impliquem deslocações mais prolongadas terá direito a um valor não inferior a 21 euros para compensar as suas refeições”, esclareceu a ANTRAM. “Mesmo o motorista que apenas tome um pequeno-almoço e um almoço deslocado, regressando, portanto, à empresa ou ao seu local de trabalho diariamente, auferirá, no mínimo, um valor de 10,75 euros”.

Divulgada a lista de reformas douradas – 332 políticos recebem 8,7 milhões

Por

SV

-

13 Agosto, 2016

Pela primeira vez, foi divulgada a lista dos políticos que têm direito a subvenções vitalícias do Estado. São ao todo 332 os beneficiários num gasto total para os cofres públicos que é superior a 8,7 milhões de euros por ano, com prestações mensais que variam entre os 13 mil euros e os 883 euros.

A Caixa Geral de Aposentações foi forçada a divulgar a lista completa dos beneficiários das subvenções vitalícias, após um parecer da Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos.

A lista contém os nomes de 332 os beneficiários, que ao todo recebem 8,7 milhões do Estado, revela a revista Visão, um dos órgãos de informação que publica na íntegra a lista dos políticos políticos que beneficiam deste apoio.

Marques Mendes foi o único que abdicou

A Subvenção Mensal Vitalícia foi criada em 1985, durante o governo de bloco central do PS e do PSD, concedendo a ex-titulares de cargos políticos, nomeadamente deputados, ex-governantes e autarcas, uma compensação pelo tempo que dedicaram à causa pública.

Pela primeira vez, foram divulgados os nomes destes 332 políticos beneficiários.

Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD e actual comentador da SIC, é o único na lista que pediu para suspender a subvenção por iniciativa própria, realça a Visão.

Marques Mendes tem direito a uma subvenção de 3311 euros desde 2007, mas abdicou desse direito.

Entre os 332 políticos que têm direito ao benefício, 112 têm a atribuição da subvenção suspensa por exercerem cargos públicos ou políticos e 18 recebem somente uma parte da pensão por trabalharem no privado, nota o Correio da Manhã.

Há pensões de 13 mil euros e políticos de PS, PSD, CDS e PCP

Os ex-governadores de Macau, Carlos Melancia e Rocha Vieira, surgem à cabeça com as subvenções mais elevadas, 9727 euros e 13 mil euros, respectivamente. Rocha Vieira, que tem direito ao benefício desde o ano 2000, está a receber apenas uma parte do valor por imposição legal.

O ex-primeiro-ministro António Guterres tem direito a 4138 euros, mas só recebe uma parte desse valor.

Pedro Santana Lopes, que exerceu o mesmo cargo político, tem atribuída uma pensão de 2199 euros que está suspensa, neste momento, por o ex-governante ser actualmente provedor da Santa Casa da Misericórdia.

Outro ex-primeiro-ministro com direito a subvenção é José Sócrates, que recebe 2372 euros, enquanto Freitas do Amaral tem direito a 2.575 euros, valor que está contudo, totalmente suspenso por imposição legal.

Mota Amaral, ex-deputado do PSD e ex-presidente da Assembleia da República, está a receber uma subvenção de 3.115 euros.

Assunção Esteves, que esteve na Presidência do Parlamento entre 2011 e 2015, aufere 3432 euros, enquanto o actual titular do cargo, Eduardo Ferro Rodrigues, tem direito a 2.635 euros (valor totalmente suspenso por estar no activo).

O ex-deputado do PSD, Duarte Lima, que foi condenado a 10 anos de prisão no chamado caso Homeland, por burla qualificada e branqueamento de capitais, tem direito a 2289 euros desde 2010.

Também Armando Vara, ex-ministro-adjunto de Guterres que foi condenado, em 2014, a cinco anos de prisão no caso Face Oculta, por crimes de tráfico de influências, recebe parte de uma pensão total de 2.199 euros.

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Fernando Faria de Oliveira, tem direito a 3.228 euros (que não recebe por imposição legal) e o banqueiro Alípio Dias, que esteve com Jardim Gonçalves no BCP, recebe 1.289 euros pelas funções que desempenhou no governo.

Os ex-ministros do PSD Miguel Relvas (2.899 euros), Leonor Beleza (2.566 euros), Manuela Ferreira Leite (2759 euros), António Capucho (2.759 euros) e Álvaro Barreto (3.665 euros) têm as respectivas subvenções suspensas por imposição legal, por desempenharem funções profissionais.

O actual ministro do PS, Luís Capoulas Santos, tem direito a 2.635 euros, que está a receber apenas parcialmente, e o líder da bancada parlamentar socialista, Carlos César, não está a receber os 2.550 euros a que tem direito por desempenhar actualmente cargos políticos.

O conselheiro de Estado Domingos Abrantes, do PCP, recebe 2685 euros e o ex-líder comunista Carlos Carvalhas aufere 2819 euros, enquanto Jerónimo de Sousa tem a sua pensão de 2.282 euros suspensa, por ser actualmente deputado.

Adriano Moreira, indicado pelo CDS para o Conselho de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa, tem uma subvenção de 2685 euros, que recebe parcialmente, e o ex-deputado popular Narana Coissoró aufere 2.819 euros.

Pacheco Pereira, ex-deputado do PSD e actual comentador da SIC, tem atribuída uma pensão de 2.207 euros.

A lista não inclui os nomes de Aníbal Cavaco Silva, nem de Paulo Portas.

SV, ZAP

Halloween Brexit

Opinião

Miguel Guedes

12 Abril 2019 às 00:01

ÚLTIMAS DESTE AUTOR

O Reino Unido prepara as próximas (e derradeiras?) eleições europeias com muitas interrogações e muito para além do signo da incerteza. Mais do que dos resultados, duvida-se do processo.

Como preparar eleições até 22 de Maio no Reino Unido quando os votos nada dirão sobre o futuro do país na Europa? Esta poderá ser a primeira eleição sobre o vazio que a Europa nos deixou. Ao querer construir-se com o olhar sobranceiro de quem vê de cima para baixo, a UE acaba com um país nas mãos que se compromete a votar na miragem do que a Europa poderia ter sido. Não podia haver cenário mais patético.

Eleições como uma alegoria ao segundo referendo de que tantos não desistem. O carimbo da vontade da manutenção do Reino Unido na UE poderia passar por uma participação histórica dos britânicos nas eleições europeias. No entanto, nada disso é previsível ou interioriza, no limite, qualquer eficácia. A possibilidade de um Brexit com acordo acontecer antes das eleições (desobrigando o Reino Unido de as realizar) é tão plausível como um conto de fadas na Câmara dos Comuns. Mas a partir do primeiro dia deste novo prazo de extensão, sabe-se que Theresa May está finalmente obrigada a ultrapassar e negociar uma quota-parte das suas linhas vermelhas com Jeremy Corbyn de forma a alcançar o compromisso três vezes desperdiçado.

A inevitabilidade de um acordo até 31 de Outubro não é assegurada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. Nem ele o poderia fazer perante a imprevisibilidade do caminho e da gestão da política interna britânica. Já o respeito pela vontade das pessoas pode esperar. Independentemente dos humores da revisão intercalar do processo no fim de Junho aquando do Conselho Europeu, a opinião pública britânica arrastará a sua visão da Europa perante uma cláusula de não ingerência e bloqueio em assuntos europeus a correr em simultâneo com eleições fantasma. "Halloween Brexit", for sure.

Como bem aponta Sathnam Sanghera, o falhanço do Reino Unido em olhar-se ao espelho do Império Britânico em muito contribui para a forma desordenada e confusa com que atravessa este processo de saída da UE. Mastigar essa memória, exige. Veja-se como os EUA continuam a olhar lateralmente para os tempos da escravidão e agora enfrentam o total declínio de uma ideia de país. Não há disfarce de Halloween à medida para a disrupção provocada pela falta de visão crítica e comentada sobre as brutalidades do nosso passado.

*Músico e jurista

Contas há muitas

Opinião

Mariana Mortágua

16 Abril 2019 às 00:01

ÚLTIMAS DESTE AUTOR

O Orçamento do Estado para 2018 foi elaborado com base nas projeções de receitas e despesas do Ministério das Finanças.

Foi com base nesse exercício, que estabeleceu um limite para o défice (1% do PIB), que foi negociado o aumento das pensões, o financiamento dos passes ou a descida dos impostos sobre a eletricidade. Todas estas medidas foram decididas dentro das fronteiras estabelecidas pelas projeções orçamentais.

Em abril do ano passado, quatro meses depois da aprovação do Orçamento, o Ministério das Finanças refez as suas contas. As receitas superaram o estimado e as despesas ficaram aquém da previsão. A margem financeira para políticas públicas revelou-se maior em cerca de 600 milhões, mas o tempo das negociações tinha terminado e a meta do défice de 2018 foi revista 1% para 0,7%.

Quando chegou o momento de fechar as contas do ano, tinham sobrado mais 500 milhões, também eles não investidos, que fizeram o défice descer de novo para 0,4%.

Se o Ministério das Finanças, essa máquina infalível, tivesse estado certo nas suas projeções, Portugal teria beneficiado de mais 1100 milhões de investimento e ainda assim teria cumprido a meta inicial de 1%. É demasiado dinheiro para apostar nos campeonatos europeus da décima orçamental. Dinheiro que podia ter melhorado a vida de muita gente, que podia ter reforçado serviços públicos ou novo investimento criador de emprego.

Ao apresentar projeções orçamentais erradas, que depois vão sendo revistas gradualmente, o Ministério das Finanças encontrou uma forma de condicionar as escolhas políticas do Parlamento e até a autonomia dos restantes ministérios.

É este o contexto em que o Governo apresenta agora as projeções para os próximos anos, inseridas no Programa de Estabilidade. A folga conseguida em 2018 será gasta na injeção de 1149 milhões no Novo Banco (que não estava totalmente prevista nas contas). Se estivesse, seria impossível apresentar um défice de 0,2% do PIB, a caminhar para inesperados 0% bem a tempo da campanha eleitoral.

Para o futuro, nada muito diferente. São adiadas políticas que abram um ciclo de investimento nos serviços públicos, que preparem o país para os desafios climáticos, que criem emprego qualificado e estável. Resta apenas esta obsessão que ignora as necessidades sociais e da economia, este objetivo que corre sempre à nossa frente e a que alguém chamou, certamente por ironia, estabilidade.

Deputada do BE