O conflito israelo-palestiniano e nós
Posted: 17 May 2021 03:55 AM PDT
O conflito israelo-palestiniano e nós
Posted: 17 May 2021 03:55 AM PDT
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Posted: 14 May 2021 03:58 AM PDT
«Com o levantamento da cerca sanitária, a situação em Odemira tenderá a sair da agenda. O problema de fundo, contudo, persistirá. Mesmo se fosse possível resolver todos os casos de abuso no trabalho ou até eventuais situações de escravatura laboral e de tráfico de pessoas, o crescimento para lá do razoável da agricultura intensiva continuaria a colocar uma pressão incomportável sobre o território. Há dias, o Presidente da República afirmava que “a sociedade prefere ver a ponta do icebergue em lugar de discutir a parte fundamental, as condições sociais”. A questão é essa, mas, na verdade, não é essa. Em Odemira, os problemas sociais persistirão, a menos que se repense o equilíbrio entre a aposta necessária numa agricultura mais moderna e um território que é um recurso ambiental de valor inestimável. Nos últimos tempos, esta relação desequilibrou-se, provocando problemas sociais. Não é possível um concelho com cerca de 25 mil habitantes, com serviços públicos escassos e um parque habitacional subdimensionado albergar uma população migrante que se estima superar os 10 mil trabalhadores sazonais e tenderá a crescer muito. Em abstrato, até se podia pensar em fazer de Odemira um grande parque agrícola, mas numa região atravessada por um parque natural seria um absurdo e uma ameaça ao património ambiental. E o absurdo nasce também da resolução do Conselho de Ministros aprovada há dois anos e que enquadra a exploração agrícola nos 12 mil hectares do perímetro de rega do Mira. Uma resolução que se propunha promover uma solução temporária para o alojamento (os muito propalados contentores) e fixar a área passível de ser ocupada por estruturas de cobertura. De acordo com a resolução, 40% dos 12 mil ha podiam ser dedicados à exploração em estruturas cobertas. Ou seja, com esta decisão, é possível ter 4800 ha de agricultura em estruturas cobertas. Em 2013, estas estruturas ocupavam cerca de 400 ha, atualmente ocupam 1600 ha, e o ritmo de crescimento anda em redor de 15% ao ano. Neste momento, são necessários mais de 10 mil trabalhadores, imagine-se quando atingirmos os 4800 ha permitidos. Uma situação social ingerível. É neste contexto que surpreende a interpretação que o ministro do Ambiente fez da resolução em vigor. Segundo Matos Fernandes, “a área de estufas não pode ter mais de 40% da parcela de cada propriedade”. Em que é que ficamos? Afinal, são 40% de cada parcela ou, como era o entendimento até aqui, 40% da área do perímetro de rega do Mira? Se for levada a sério a declaração do ministro, quase todas as explorações com estas estruturas criadas após 2019 são ilegais, pois ocupam muito mais do que 40% das parcelas onde se inserem. Ou os vários organismos da Administração Pública se entendem e o Governo clarifica a sua posição ou brevemente o país será confrontado com um icebergue na sua totalidade. Não será por falta de aviso.» |
Dinis de Almeida – Morreu um indómito Capitão de Abrilpor estatuadesal |
(Major Mário Tomé, in Facebook, 16/05/2021)
Morreu o Dinis de Almeida. O capitão Dinis de Almeida, oficialmente Coronel de Artilharia Dinis de Almeida.
Se há capitães de Abril que durante a situação revolucionária, vulgo PREC, estiveram sempre no olho do furacão, Dinis de Almeida foi um deles. Direi, mesmo, dos primeiros de entre eles.
Ao Dinis de Almeida se deve, pela sua coragem e ponderação revolucionárias, que a contrarevolução ensaiada por Spínola e spinolistas não tivesse terminado em tragédia no ataque covarde ao RALIS em 11 de Março de 1975 pelos paraquedistas às ordens do comandante do Corpo de Paraquedista, coronel Rafael Durão.
Ao Dinis de Almeida se deve que a miserável demonstração de despotismo “maoísta” na tortura a Marcelino da Mata por MRPP’s infiltrados no seu quartel, o RAL 1, tivesse consequências mais funestas.
Ao Dinis de Almeida se deve uma intervenção sempre atempada na dissuasão de atos contrarrevolucionários ou de atos ditos revolucionários na região e na cidade de Lisboa.
Dinis de Almeida pertenceu desde os primeiros instantes ao núcleo duro do Movimento dos Capitães, integrou os principais centros de decisão do Movimento dos Capitães (depois MFA numa decisão que já prognosticava cedência à hierarquia derrotada) quer na vertente de mobilização, quer nas de planeamento e de ação.
Com Otelo e Vasco Gonçalves foi alvo das mais imbecis e brutais calúnias por parte dos que, civis e militares, mesmo que rendidos a uma revolução que lhes trocou as voltas, tiveram sempre no pensamento e no coração um 25 de Novembro que haveria de chegar.
O seu carácter e verticalidade ética assim como o seu desassombro na defesa do que considerava justo e de acordo com os objetivos que desencadearam a Revolução de Abril – o fim da guerra colonial, a defesa da liberdade e responder aos superiores interesses populares - marcaram todo seu empenhamento radical no Movimento e na Revolução.
Tive, ainda jovem capitão empenhado na guerra colonial, a grande honra de comandar o Alferes Dinis de Almeida na minha Companhia de Cavalaria 1601, no Niassa, onde foi colocado para se iniciar na condução prática da guerra de contraguerrilha. Um grande profissional e um grande revolucionário. Como eu, aprendeu o suficiente para acabar com ela.
Dinis de Almeida deixou-nos o mais importante acervo documental relativo à conspiração, à execução e desenvolvimento da revolução de Abril: «Ascensão, Apogeu e Queda do MFA», 2 volumes, e «Origens e Evolução do Movimento dos Capitães» ambas as obras das Edições Sociais.
Tchau camarada. Muito te ficámos a dever.
Co-gestão das áreas protegidas: a demagogia e a incompetência de pôr a raposa a guardar o galinheiro
Posted: 15 May 2021 03:48 AM PDT
por estatuadesal |
(Carlos Matos Gomes, 16/05/2021)
Estive a ver e ouvir, enojado, a explicação da carnificina em Gaza por Paulo Portas na figura de moço de recados de Netanyahu, enquanto carniceiro gordo.
Os palestinianos do gueto de Gaza (os judeus deviam saber o que é um gueto) afinal são terroristas do Hamas. Os sionistas do governo de Netanyahu deviam ter respeito pelos judeus que resistiram aos nazis nos guetos de Praga e de Varsóvia, eles foram o que o Hamas é hoje.
Mas vergonha não é material que faça parte do caráter dos atuais nazis. Depois, no seu papel de puxa-saco (a feliz expressão dos brasileiros para estes seres sem coluna dorsal), Portas apresenta o Hamas como equipado com o arsenal do Irão, da Síria, do Iraque... uma ameaça de que os israelitas têm de se defender, arrasando Gaza e as populações civis, que Portas, o piedoso, o vidente que viu armas de destruição total no Iraque, mostradas pelo amigo Rumsfeld, jamais refere.
Uma figura perdida de figurante ouve e abana a cabeça... A Mossad e os nazis do governo de Israel têm em Portas um tipo para todo o serviço...
Acredito que lhe vão pagar a próxima candidatura à Presidência da República ou arranjar um penacho numa das suas filiais...