Severa”, a maior cantadeira de fados
de todos os tempos
Não há algum cidadão do Portugal
moderno, que nunca ouviu falar da “SEVERA”, a maior cantora de Fados de todos
os Tempos.
Essa figura gigantesca do Fado nasceu
em Lisboa no ano de 1820 e morreu no ano de 1846, portanto, com apenas 26 anos,
e em virtude de uma doença perniciosa, a tuberculose. Na verdade ela tornou-se
um mito do Fado em razão de que o grande escritor português JULIO DANTAS
escreveu uma novela “A Severa” e posteriormente por vários autores sobre a sua
vida, em teatros, cinemas e livros.
Ela era adorada e deixava paixões ao
“léu”, como dos artistas, de políticos e de fidalgos e ela que tivera uma vida
irregular, uma vida pobre, mas cheia de encanto e graça, morreu de uma doença
irreversível para a época e morreu pobre e abandonada no bordel que sempre
ativou a sua beleza, isso no ano de 1846 e na Rua do Capelão,e ao morrer as
suas últimas palavras foram “Morro, sem nunca ter vivido”.
Na vida real ela era uma prostituta
de rara beleza e cantava o fado na Rua do Capelão em uma taberna, e ali nos
seus anos dourados espalhava a loucura entre os ouvintes, tanto pelo fado
magistral que cantava, como pela sua beleza estonteante, como na realidade tornou-se
após a sua morte como a “Deusa do Fado Eterno”. Além de ter tido vários amantes
em razão da sua beleza pessoal e como prostituta, o mais célebre de todos foi o
“Conde de Vimioso”, o qual ficou na verdade apaixonado por ela, pela sua
beleza, pelo cantar do fado e pelo tocar a guitarra.
Ela nasceu na Mouraria, era filha de
Severo Manuel e Ana Gertrudes e eles eram donos da taberna de nome “A Barbuda”,
e veio a falecer no dia 30 de Novembro e foi sepultada no Cemitério do Alto de
São João, numa vala comum, conforme o seu registo.
A Severa, cognome artístico, tinha o
nome original de MARIA SEVERA ONOFRIANA, seu pai era de origem cigana e a mãe
de Ovar ( terá nascido na Rua Velha, actual Capitão Leitão).
E a mãe como a filha também foi celebre
prostituta. Portanto, uma vida muito sofrida, mesmo porque seguiu os passos da
própria mãe, nunca tendo chegado a um verdadeiro amor pessoal, embora tivesse
inúmeros amantes apaixonados, mas, na realidade eram tão somente amantes.
O amante Conde de Vimioso foi na
realidade o seu verdadeiro amor, o homem amante que era por ele apaixonada, o
Conde era um homem bastante vistoso, bonitão, mas também era um leviano, após a
paixão pela Severa a abandonou e foi juntar-se a outra cigana, o que a deixou
miseravelmente atordoada e como já a doença lhe era mortal, não conseguiu
resistir a esse desfecho.
Segundo um registo do Cemitério de
Lisboa oriental, do Alto de São João ela faleceu na Rua do Capelão e já era uma
música famosa dela ao cantor a “Rua do Capelão”, portanto, a Deusa do Fado
morreu e mais de 150 anos após a sua morte os fados por ela cantados são
recordados por dezenas dos mais famosos cantores do maravilhoso fado português.
Ela morreu e foi enterrada em vala
comum, seu desejo para que as suas amigas o fizessem e pela canção que ela
cantava em vida:
Tenho vida amargura
Ai que destino infeliz!
Mas, se sou tão desgraçada
Não fui eu que assim quis.
Quando eu morrer, raparigas
Não tenham pesar algum
E ao som da vossas cantigas
Lancem-me na vala comum !!!
Portanto, olor a essa Deusa do Fado,
que gerações e gerações posteriores à sua vida, dignificaram o cantar do Fado
dessa brilhante cantadeira, para honra e glória do nosso querido e eterno PORTUGAL.
Por mundolusiada
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