O porta-voz da Comissão Europeia encarregado da Ajuda Humanitária e Proteção Civil, Carlos Martin Ruiz de Gordejuela, considera que o incêndio de Pedrógão Grande foi o mais dramático dos últimos 10 anos na Europa, pela consequências trágicas que provocou a nível humano.
Em declarações ao Jornal de Notícias, em Bruxelas, Carlos Martin disse que o mecanismo de ajuda europeu "funcionou em condições bastante difíceis, proporcionando uma resposta coordenada a partir das disponibilidades dos estados-membros, e, sobretudo, deu uma oferta rápida no mesmo dia em que Portugal fez o pedido de ajuda". Trata-se, segundo o responsável, este mecanismo" e uma ajuda suplementar para momentos difíceis".
A base do mecanismo de ajuda europeu é voluntária e só é acionada após o pedido dos países que fazem parte de um dos Estados, embora também preste apoio a nações que não fazem parte da Comunidade Europeia. "O que nós fazemos, após ser acionado o mecanismo europeu, é enviar a todos os Estados o pedido de disponibilização de recursos humanos e matérias e depois coordenamos as respostas de acordo com a capacidade de resposta de cada país", referiu Carlos Gurdejuela.
No que concerne ao pedido de ajuda de Portugal por causa do incêndio que deflagrou no sábado, o mecanismo deu resposta a todos as solicitações por parte das autoridades nacionais. Foram enviados sete aviões Canadair, sendo que o primeiro pedido de ajuda chegou à Ajuda Humanitária e Proteção Civil (AHPC) cerca das cinco da manhã (hora de Bruxelas). "Passado uma hora estava a sair a primeira resposta para Portugal", afirmou o porta-voz.
Para Portugal seguiram também 137 bombeiros, com 29 veículos e 42 mapas digitais retirados do programa europeu Copernico, que é uma rede de satélites usados para fazer uma avaliação precisa do terreno, por "serem muito detalhados e poderem ser produzidos em pouco tempo. No primeiro momento não puderam ser produzidos dadas as condições muito difíceis em que a região se encontrava", explicou aquele responsável. Os meios materiais foram para o terreno acompanhados por um coordenador.
Esta sexta-feira, encontram-se ainda em Portugal os aviões espanhóis e italianos, bem como os bombeiros, sendo que as aeronaves francesas regressaram ao seu país, onde risco de incêndio é elevado.
A Comissão Europeia assume 85 % dos gastos com a deslocação dos meios para a zona onde são necessários e os restantes 25 % são assumidos pelo país que os disponibiliza os recursos de ajuda. Existem apoios para os prejuízos em situações de crise que podem ser acionados pelos países afetados, mas são posteriores e não correspondem à ajuda de emergência.
Fonte: JN
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