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sexta-feira, 28 de julho de 2017

E se o publicitário corrupto trabalhasse para a esquerda?

28/07/2017 por João Mendes




Isto é, obviamente, uma não-notícia. Pelo menos no que a Pedro Passos Coelho diz respeito. O homem pode ser culpado de muita coisa, mas seguramente não será responsável pelas alegadas maroscas em que um publicitário que em tempos trabalhou para si se mete ou deixa de meter. Claro que a imprensa não deixa passar em branco, porque, não-notícia ou não, vende mais se lhe for associado o nome do líder da oposição. Como venderia com o nome de outra figura de destaque do panorama político nacional.
Mas há uma questão que fica por esclarecer: quanto spin vomitaria a direita, de braço dado com a imprensa que a serve, que é quase toda, caso o nome associado fosse o de António Costa? Ou, pior, de Catarina Martins ou Jerónimo de Sousa? Se fosse o Sócrates dava aí umas 15 capas consecutivas no Correio da Manhã, mas qualquer um dos anteriores daria pano para mangas para teorias da conspiração naquelas páginas manhosas ligadas e dirigidas por altos oficiais laranjas no Facebook. Seria um manancial de factos alternativos para os fundamentalistas do Culto da Vinda do Diabo que Nunca Mais Chega. As Marias Luz desta vida, essas grandes putas, arrancariam cabelos, histéricas. E a ligação seria por demais óbvia: publicitário corrupto, Lula da Silva, comunistas, União Soviética, totalitarismo. E a frase batida da Thatcher, tipo cereja em cima do bolo, partilhada em massa nas redes sociais por militantes e dirigentes de partidos que duram enquanto durar o dinheiro dos outros.

Fonte: Aventar

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