Ainda a campanha eleitoral não chegou ao fim e já vão sendo demasiado visíveis as divisões dentro do PSD. Sofia Vala Rocha, candidata na lista do PSD a Lisboa, dá hoje uma entrevista ao Diário de Notícias onde considera que “Passos matou o PSD Lisboa e foi um homicídio qualificado”.
Numa crítica feroz à condução do processo das autárquicas, a candidata denuncia que as hipóteses do PSD foram condicionadas à partida e que a sua cabeça de lista não tem capacidade para maximizar o resultado do PSD. Segundo Sofia Vala Rocha, “Passos achou que ia voltar rapidamente ao governo” e por isso não valorizou as autárquicas como “uma eleição importante”.
A reação dos apoiantes de Passos a esta entrevista foi particularmente violenta. Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD e um dos mais ferozes apoiantes de Passos, escreveu na sua página no Facebook que “ver alguém que integra uma lista autárquica aproveitar o último dia de campanha para achincalhar a líder dessa sua lista e aproveitar para atacar o presidente do seu partido é mau demais”. Abreu Amorim vai mais longe deixando uma ameaça velada: “Aconteça o que acontecer no PSD e no país, nunca mais ninguém confiará minimamente em quem foi capaz de perpetrar, no dia de hoje, uma coisa tão baixa e tão vil.”
Vários comentadores vaticinavam que o PSD iria proporcionar um espetáculo degradante ao país a partir de domingo. Poucos suspeitavam que o nível começasse a baixar já a partir do último dia de campanha.
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