Presidente da Câmara de Paredes revela “situação financeira grave e insustentável” da autarquia devido à devolução de seis milhões de euros de fundos comunitários, no âmbito de um processo movido pelo Organismo Europeu Anti-fraude, a que acresce um relatório demolidor da inspecção-Geral de Finanças.
Alexandre Almeida, presidente da Câmara de Paredes
Rui Neves ruineves@negocios.pt13 de dezembro de 2017 às 12:56
O economista e socialista Alexandre Almeida, que foi eleito presidente da Câmara de Paredes nas últimas Autárquicas, em Outubro passado, vai promover na próxima quinta-feira, 14 de Dezembro, uma conferência de imprensa onde promete revelar "a situação financeira gravíssima e insustentável" do município, "condicionada pelo anterior executivo e pela devolução de seis milhões de euros de fundos comunitários".
A devolução desta verba ocorre no âmbito do processo movido à Câmara de Paredes pelo Organismo Europeu Anti-fraude (OLAF), que descobriu indícios de fraude com fundos comunitários atribuídos à autarquia para a construção de escolas.
Suspeitas de viciação na contratação de empreitadas dos centros escolares de Duas Igrejas, Recarei, Sabrosa e Vilela levaram a OLAF a propor a devolução de seis milhões de euros.
O sucessor de Celso Ferreira (PSD) na presidência da autarquia promete também tornar públicas as conclusões da auditoria da Inspecção-Geral de Finanças (IGF), realizada no ano passado e cujo relatório foi "recepcionado a 7 de Novembro de 2017", que "revela que a Câmara de Paredes não estava a cumprir com o Estado, no final de 2015, com as obrigações a que estava comprometida pelo Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) referentes ao empréstimo de 19,7 milhões de euros, contraído em 2013, a pagar em 14 anos".
Na conferência de imprensa de Alexandre Almeida será ainda abordado o orçamento do município para 2018 - "contas difíceis e condicionadas pelo orçamento de má herança", alerta o autarca.
(Notícia actualizada às 13:19)
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