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Expresso há 1 Dia
© Expresso Lobo Xavier: “O que é o presidente do Eurogrupo? É um presidente de porra nenhuma”
O conselheiro de Estado sublinha que o Eurogrupo é um fórum de discussão dos países da zona euro, não cabendo ao seu líder tomar decisões
António Lobo Xavier defendeu esta quinta-feira que a eleição do ministro das Finanças para a presidência do Eurogrupo deve ser um motivo de orgulho para o país. O conselheiro de Estado desvalorizou, contudo, a importância do cargo.
“Do ponto de vista do orgulho nacional penso que é razão para estarmos satisfeitos. (...) Mas e o que é o presidente do Eurogrupo? É um presidente de porra nenhuma, utilizando o bom vernáculo português”, afirmou Lobo Xavier na “Quadratura do Círculo”, na SIC Notícias.
Segundo o comentador, o Eurogrupo resume-se a um fórum de coordenação e discussão dos países da zona euro, não cabendo ao seu líder tomar decisões. “Centeno é um homem culto, preparado, com trajeto de sucesso, ao contrário de Dijsselbloem. De facto ele consolidou as contas públicas e cumpriu metas, mas não estamos a exportar nenhum modelo”, acrescentou.
Jorge Coelho manifestou-se também satisfeito com a eleição de Centeno como presidente Eurogrupo. “Em primeiro lugar sou um provinciano. Ter um português num lugar como esta posição, como Barroso ou Guterres, é para mim importante”, disse o antigo ministro socialista, sublinhando que cada um dos ministros das Finanças da zona euro defende os interesses do seu país e dos partidos que representam, sendo vital alcançar por isso consensos.
Quanto à governação do Executivo, Jorge Coelho insistiu que os números evidenciam o sucesso da política seguida, com destaque para a pasta das Finanças. “Contra a minha expectativa inicial, que era fraquinha, o certo é que está provado que foi possível cumprir duas coisas ao mesmo tempo: cumprir os compromissos internacionais e fazer política com recuperação de rendimentos, devolução de pensões, aumento do SMN, e ao mesmo tempo diminuiu o desemprego e a economia cresce”, sustentou.
Para José Pacheco Pereira, o atual Governo pode ter conseguido reverter algumas medidas, mas não mudou substancialmente a política do anterior executivo, nomeadamente quanto à questão da UE e do Eurogrupo.
Sobre a eleição de Centeno, Pacheco Pereira considerou que acontece numa altura em que o ambiente na Europa é “bastante caótico”. “A questão chave é que a Europa deixou há muito tempo de ser um instrumento de coesão. O consenso desapareceu há muito tempo da política europeia”, defendeu o comentador, insistindo que a política do euro é moldada aos interesses políticos e económicos da Alemanha.
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