Se perguntarmos a um cínico sobre o que pensa do futuro do país, responderei que será igual ao presente e ao passado, queira e possa a Europa manter à tona este quintal de bárbaros dislexicamente embevecidos em simultâneo pela retórica patologicamente reciclada a Ulrike Meinhof e pelo alegre conforto que um cupão de desconto do Lidl pode proporcionar. Contudo, se fizermos a pergunta a um pragmático-optimista, o novo blasfemo que agora vos apresento responderá que o futuro é o que dele fizermos, hoje, amanhã e todos os dias que se seguirem, pedra sobre pedra, ideia consequente — como todas — sobre ideia consequente.
É por isso que, em nome de todos os blasfemos, dou as boas vindas ao mais amaldiçoado dos blogues pela religião oficial da república popular portuguesa ao apóstolo da ordem espontânea, cronista do encanto nacional pela fugacidade, teólogo da superioridade moral do laissez-faire, sociólogo especialista da casta exótica da insaciável regulação e psicólogo do neurónio cansado do infortunado socialista, a única pessoa com actividade cerebral que assistiu à chegada dos únicos compradores reais do último livro de Sócrates na sua apresentação formal na cidade do casario que se vê ao atravessar o rio junto à Serra do Pilar e um amigo que — garanto — paga a sua própria conta em restaurantes.
O seu nome é Telmo Azevedo Fernandes.
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