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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O problema não é a dívida pública, é a dívida externa

Ladrões de Bicicletas


Posted: 21 Dec 2017 03:16 AM PST

O euro conduziu ao enorme endividamento externo privado de Portugal, em percentagem do PIB, um dos maiores da UE. E agora?

Se o governo conseguir relançar a economia de forma continuada através da procura interna, o único caminho possível no imediato porque as exportações dependem sobretudo de terceiros, e também porque não podem todos crescer pelas exportações, então regressam os défices comerciais externos (as importações aceleram enquanto as exportações não alteram a tendência) e, portanto, a dívida externa volta a crescer. A sangria dos rendimentos associados a essa dívida permanecerá.
Portanto, só uma subida dos preços dos bens susceptíveis de ser importados dá condições para que seja possível relançar a industrialização do país. Condição necessária, claro, mas não suficiente. Isto é, sem desvalorizações e sem política industrial (proibida pela UE por violar as regras da concorrência) não há solução duradoura para o maior problema de política económica que temos de enfrentar. Usar os impostos para penalizar as importações supérfluas é apenas um triste remedeio, ainda mais triste se tal significar que já nos resignámos ao destino de país que abdicou dos instrumentos da política económica de desenvolvimento a troco de dinheiro fácil, de muito dinheiro fácil.
E quem pensa que só com esse dinheiro comunitário poderíamos ter feito as grandes infraestruturas do país não sabe o que é um país com moeda soberana. Os governos da altura não sabiam e os seus economistas também não. Aliás, ainda hoje não sabem. Vejam o vídeo porque trata disto e da forma de sair disto.

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