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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

15 fantásticos locais para visitar na Galiza

por admin

A Galiza, a norte de Portugal, é uma espécie de irmão mais velho do nosso país ou, para sermos mais honestos, o irmão separado à nascença. A história comum entre a Galiza e Portugal fez com que os seus povos adquirissem uma cultura muito semelhante que pode ser comprovada nas suas tradições, na língua galega, na gastronomia e até nas suas aldeias, vilas e cidades. Visitar a Galiza é, portanto, visitar uma parte de nós próprios. A simpatia e a amabilidade do povo galego irão fazê-lo sentir-se em casa. Seja nas grandes cidades como Vigo, Lugo, Ourense, Santiago de Compostela, Corunha, Pontevedra ou Ferrol, ou seja em pequenas aldeias, encontrará sempre uma cara amiga e pronta para o receber.

A Galiza está repleta de belas praias, embora com água um pouco fria. Pode ainda encontrar cidades com centros históricos bem conservados, monumentos romanos como a Torre de Hércules, parques naturais (como o prolongamento galego do nosso Parque Nacional da Peneda Gerês) e pequenas aldeias típicas onde poderá sentir ainda o peso das tradições de antigamente. As semelhanças com o norte de Portugal são tantas que na Galiza até pode encontrar estruturas iguais aos nossos espigueiros, aos quais eles chamam Horreos. Descubra os melhores locais para visitar na Galiza!

1. Vigo

Conta Júlio Verne que o segredo melhor guardado do Capitão Nemo está em Vigo. Sabia que era aqui que o navio Nautilus vinha para se abastecer de ouro? Na ria de Vigo há dúzias de galeões afundados carregados de ouro das Américas. Tesouros que ainda não viram a luz. Mas também há tesouros ao alcance de todos. Como passear pelo Centro Histórico e provar umas ostras n’A Pedra. Ou um dia de praia em Samil. Ou o Parque de Castrelos, com o seu paço e jardins. Ou uma excursão de barco ao paraíso das ilhas Cíes. Ou passear por ruas repletas de elegantes camélias. Ou subir ao Castro para ver um impressionante pôr-do-sol. E para os que se sentem jovens, a lendária noite viguesa... Aberta até ao amanhecer. Isto é Vigo, a maior cidade da Galiza. Uma cidade moderna e empreendedora, aberta ao mundo.

VigoVigo

O visitante de Vigo tem uma oportunidade única de encontro com a natureza virgem: a de conhecer as Ilhas Cíes. São três ilhas situadas na entrada da Ria de Vigo e fazem parte do Parque Nacional Marítimo Terrestre das Ilhas Atlânticas da Galiza. Têm um parque de campismo e transporte regular na época alta que transporta os turistas até ao arquipélago, com várias viagens ao longo do dia, embora devamos ter presente que há uma limitação de visitantes por dia, para reservar com tempo a travessia. Sítio ideal para gozar de um ambiente natural em praias paradisíacas. Grande riqueza paisagística, de fauna (em especial aves marinas) e flora.

2. Santiago de Compostela

Património da Humanidade desde 1985, há séculos que Santiago de Compostela atrai visitantes e peregrinos do mundo inteiro. É a cidade mais cosmopolita da Galiza, mas toma isto com naturalidade, por isso, logo a partir do primeiro momento sente-se que se faz parte da mesma. Aqui há de tudo. No centro histórico, a Catedral e o Pórtico da Glória. Praças emblemáticas como a do Obradoiro, a Quintana e a d’O Toural. Dezenas de igrejas, conventos e palácios. Românico, gótico e barroco. E também lojas, bares, restaurantes e um bonito Mercado Hortícola a transbordar de produtos frescos. Além disso, em pleno centro, a Alameda com as suas árvores de camélias e o Passeio da Herradura, com uma estupenda vista da catedral. E nas margens do Sar, a Colexiata de Santa Maria e as suas impossíveis colunas inclinadas. Santiago é grande. E assim nos faz sentir.

Santiago de CompostelaSantiago de Compostela

O visitante de Santiago não deve perder a oportunidade de subir às coberturas da Catedral. A visita aos telhados do templo era já recomendada no Códex Calixtinus para se poder apreciar a sua esplêndida beleza. O que nós podemos acrescentar é que das mesmas se pode ver grande parte do conjunto histórico e da parte nova da cidade, bem como dos arredores de Santiago, do Monte Pedroso ao do Gozo, tornando-se num miradouro excepcional. Vista de cima, Santiago pode-se compreender melhor, tornando-se ao mesmo tempo mais verdadeira e mais mítica. Das coberturas, podemos ver a Cruz dos Farrapos, aos pés da qual os peregrinos medievais queimavam as roupas velhas do caminho, numa espécie de ritual purificador. É também um sítio óptimo para apreciar as fases de construção do templo e os diversos estilos arquitectónicos empregues até se conseguir o faustoso resultado final.

3. Ourense

Ourense é a cidade da água. Oito pontes atravessam o rio Minho, que no tempo dos romanos era uma mina de ouro. Agora já não há ouro mas sim umas águas muito valiosas: as águas termais. Há-as por toda a cidade e muitas são gratuitas. Como as termas de A Chavasqueira à beira-rio, onde poderá ter o prazer de tomar um banho Zen. As águas brotam também a 65º em pleno centro, na fonte d'Burgas, que com o Santo Cristo e a Ponte Romano, são os símbolos da cidade. Mas, além disso, Ourense tem uma original Praça Mayor... inclinada, e uma zona histórico rica em igrejas e capelas. O Pórtico do Paraíso da Catedral conserva ainda a sua policromia original do século XIII.

OurenseOurense

E na Capela de San Cosme e San Damián, uma curiosidade desconhecida pelos visitantes: aqui e exposto durante todo o ano o presépio mais surpreendente que jamais viu. E se quiser animação, não se preocupe. Se há alguma coisa de que os ourensáns gostam é de sair à rua. O visitante de Ourense deve impregnar-se com a essência da cidade, ou seja, com o elemento que originou o assentamento, as águas termais. A área termal d’A Chavasqueira-Outariz oferece uma oportunidade insuperável de aproveitar as virtudes das águas mineromedicinais quentes que brotam das diversas burgas existentes no espaço da cidade. Para tal, pode percorrer-se o Passeio Termal, que percorre a margem direita do rio Minho, começando no Campo da Feira e acabando em Outariz. O espaço no qual o passeio se desenrola é invejável, com as margens do rio Minho recuperadas, acondicionadas e de grande valor natural. Este conjunto, com piscinas públicas ao ar livre e ambientes privados, está aberto em qualquer época do ano.

4. Corunha

De dia e de noite, aqui há sempre ambiente. Esta é uma cidade para passear e usufruir, com praias em pleno centro e, presidido pela Torre de Hércules, um longo Passeio Marítimo que a rodeia quase por completo. Os corunheses têm fama de viver bem, portanto, siga os costumes deles. Sente-se numa esplanada na Praça de María Pita e descubra a sua apaixonante história. Ou passeie pelos Cantones e admire as suas famosas galerias de vidro, de estilo modernista. E se quiser ir às compras, este é o local perfeito, sobretudo se quiser vestir-se à moda. Além disso, a Corunha tem excelentes museus como o de Belas Artes, a Casa das Ciências, o Domus ou o Arqueológico, no Castelo de San Antón.

CorunhaCorunha

E ao entardecer, nada como o acolhedor e romântico Jardim de San Carlos ou, se preferir animação, os Jardins de Méndez Núñez, em pleno centro. Aqui está o Kiosko Alfonso, hoje em dia sala de exposições e antes um cinema com as salas divididas pelo ecrã, de maneira que se pagava uma entrada mais barata... vendo o filme por trás... Uma das experiências mais inesquecíveis que o visitante pode viver na Corunha e na Galiza é a contemplação de um entardecer visto da Torre de Hércules. O sol vai desaparecendo no Finisterrae atlântico, com uma paisagem de sonho, diante do único farol romano do mundo ainda em funcionamento, que é acompanhado por um parque escultórico com figuras que representam as origens lendárias da torre e da cidade: Ártabros, de Arturo Andrade; Breogán, de Xosé Cid; Caronte, de Ramón Conde; Hércules e Gerión, de Tim Behrens e José Espora; e o bosque de menhires de Manolo Paz. A Torre é obra do início do séc. II do arquiteto de Coimbra Cayo Sevio Lupo. Apresenta o aspeto exterior que em 1791 lhe outorgou a reforma dos engenheiros E. Giannini (autor dos planos) e J. Elejalde.

5. Ribeira Sacra e Desfiladeiro do Sil

Percorra de catamarã os impressionantes Desfiladeiros do Sil e do Minho, adentrando-se noutro mundo. Paragens imponentes com belos mosteiros que durante séculos, afastados do ruído mundano e ao abrigo do clima benigno destas terras, dedicaram o seu tempo e sabedoria a honrar Deus e homens estudando os segredos da videira. Esta é a Ribeira Sacra, o berço do lendário “Amandi”, um vinho tão apreciado pelos romanos que o consideravam o verdadeiro “ouro do Sil”. Um vinho que, séculos mais tarde, os frades beneditinos elaborariam exclusivamente para as adegas dos mais refinados papas. Embora se trate de um dos melhores espaços naturais definidos pelos dois grandes rios, ninguém sabe onde exactamente começa e acaba a Ribeira Sacra. É possível que os seus verdadeiros limites sejam dados pela presença das videiras nas encostas soalheiras. Daqui, saíam os vinhos de Amandi, que alcançaram fama de requintados já em tempos do Império romano, e hoje em dia são abrangidos pela Denominação de Origem que os protege.

Ribeira SacraRibeira Sacra

Os mosteiros foram secularizados e as águas aquietadas em sucessivas barragens, mas a força da paisagem continua a palpitar em cada colheita dos seus frutos. Admire a difícil vindima nos fortes declives só cultiváveis em socalcos, na melhor amostra de paisagem humanizada sem pressa. Os mosteiros mais próximos do fluir do Sil são os de Santo Estevo de Ribas de Sil e o de Santa Cristina. Ao primeiro, transformado em estabelecimento hoteleiro, chegamos vindos da localidade de Luíntra (Nogueira de Ramuín) ou, se quisermos prolongar o caminho, pelo mosteiro de San Pedro de Rocas (desvio na OU-536 em Tarreirigo, Esgos). O centro de interpretação do cenóbio de Rocas, considerado o primeiro da Galiza, valoriza a visita. Ao de Santa Cristina, chega-se por Parada de Sil por uma estrada de ida e volta. A descida até este mosteiro é feita por entre a densidade de árvores centenárias. Também a partir de Parada de Sil, uma breve pista de terra conduz-nos até ao denominado Balcóns de Madrid. Trata-se de um miradouro sobre o abismo que dá vertigens. E na outra margem do rio, veremos o santuário de Cadeiras (Sober) e a planície de Monforte no horizonte. No caminho, não faltarão outros miradouros, como a andaimada entre Vilouxe e Caxide, onde o desfiladeiro alcança a sua altitude máxima.

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