29.01.2018 às 22h56
MANUEL ARA\303\232JO/ LUSA
O terreno era vermelho e pouco favorável, mas a líder centrista fechou o primeiro dia de jornadas parlamentares em tom otimista (e também aproveitou para mostrar cartão, também vermelho, ao Governo)
O CDS está a trabalhar para as próximas legislativas a e foi isso mesmo que a líder, Assunção Cristas, fez notar na noite desta segunda-feira, no fim do primeiro dia de jornadas parlamentares, em Setúbal. Falando sobre a nova solução de Governo e os que “ainda estranham a nova dinâmica' do Parlamento, a centrista disse que a mensagem é 'simples”: “Em 2019 o voto é livre, é muito mais livre do que aquilo que alguma vez foi. Podem seguir a sua convicção, que às vezes sentiam que não podiam fazer”.
Tem sido a mensagem de Cristas nos últimos dias, numa altura em que a legislatura vai a meio e o CDS faz contas que espera que sejam de somar. “As pessoas diziam: gostamos muito de vocês, mas vocês nunca lá chegam. Essa conversa acabou. Estamos a discutir quem consegue ter metade do Parlamento mais um”, frisou. E lembrou que a alternativa que o CDS deseja é uma que passe 'por CDS e PSD', com os centristas a quererem dar o máximo “contributo para estes 116 deputados, no mínimo. Temos as ideias, o trabalho de casa e os protagonistas. Fazemos trabalho de formiguinha há muito tempo”.
Num discurso acidentado - afinal, no restaurante em Almada onde militantes e deputados se reuniram via-se o Belenenses vs Benfica e havia quem gritasse, nervoso, “pénalti!” - Cristas fez uma espécie de resumo do dia e das prioridades dos centristas, já virada para o programa eleitoral, insistindo nos temas da saúde, do investimento e nas críticas às cativações deste Governo.
CARTÃO VERMELHO A COSTA
Estando no distrito de Setúbal, Cristas não se esqueceu de falar da Autoeuropa - “uma empresa em polvorosa, e não é uma empresa qualquer” - e deixar acusações ao Governo, que diz “não ter considerado a concertação social e [que] não tem dado o exemplo”. “Só podemos apresentar um cartão vermelho ao Governo”. Também para os parceiros, uma vez que com BE e PCP ficou “esvaziado o diálogo social e a concertação social”.
Cristas sabia que estava em terreno pouco favorável - além de os ânimos estarem agitados por causa o jogo (“Não vos quero maçar muito porque ainda faltam alguns minutos para acabar”), o distrito é vermelho e Setúbal também, hoje como sempre. Mas a centrista não desanima e diz que entre os jovens o CDS pode mesmo conquistar novo público-alvo: “O que é novo é ser do CDS, porque do PS já são os pais e os avós!.
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