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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Dica (705), Gandhi foi assassinado há 70 anos, As vistas curtas do Partido Socialista, Rui Rio e Jacqueline Onassis

Entre as brumas da memória


Dica (705)

Posted: 30 Jan 2018 12:20 PM PST

Is There Someting Wrong with Democracy? (N.Y. Times) - vídeo
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Gandhi foi assassinado há 70 anos

Posted: 30 Jan 2018 09:27 AM PST

Mahatma Gandhi foi assassinado em 30 de Janeiro de 1948, com 78 anos, depois de ter sido o artífice lendário e decisivo dos direitos cívicos, que levaram á independência da Índia. Mas nem tudo foi fácil depois e vale a pena ouvir uma curta descrição em «Os Dias da História» de hoje.

Raj Ghat, memorial e local onde se encontram as cinzas de Ganghi, em Nova Deli, por onde já passei duas vezes. Continua a ser a grande, a enorme referência do país:

A morte e a multidão de dois milhões de pessoas, que terão acompanhado o funeral:
Londres, em 20.10.1932, um discurso que ficou célebre:
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As vistas curtas do Partido Socialista

Posted: 30 Jan 2018 06:31 AM PST

«Mais um janeiro que termina, mais um brilharete de Mário Centeno, transformado em mantra pelo Partido Socialista. Já ninguém se lembra do objetivo aprovado no Parlamento para o défice em 2017, mas o importante é que este tenha ficado abaixo do então previsto. Mais de dois mil milhões de euros (em contabilidade pública). Foi quanto custou ao país a inscrição na liga da elite europeia das Finanças de 2017. Dirá o Governo, não sem razão, que este resultado se deve ao crescimento económico. Mas não explica porque preferiu usar esse crescimento para reduzir o défice além do prometido às instituições europeias, em vez de o investir em saúde, educação ou infraestruturas. Os valores do investimento público deste Executivo são humilhantes e mostram o paradigma de um Governo bloqueado pelo sucesso do seu próprio ministro das Finanças. (…)

Se de facto quisesse romper com este modelo, o Partido Socialista precisaria de ver muito além dos brilharetes orçamentais. As vistas curtas de Mário Centeno não chegam para a mudança necessária.»

(Daqui)
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Rui Rio e Jacqueline Onassis

Posted: 30 Jan 2018 03:05 AM PST

«O já desaparecido dirigente chinês Chou Enlai foi uma vez convidado a especular sobre como o curso da História teria sido diferente se, por exemplo, quem tivesse sido assassinado fosse Nikita Khrushchev em vez de John F. Kennedy.

O austero marxista Chou não acreditava que meros acontecimentos pessoais alterassem a História. Porque isso fazia parte de movimentos sociais. Mas era capaz de pensar que algumas coisas poderiam ser diferentes. Como? Chou Enlai disse então: "Bem, penso que dificilmente Aristóteles Onassis teria casado com a senhora Khrushchev." Neste caso dificilmente um liberal duro não concordaria com um marxista como Chou. Há coisas simples que ultrapassam as barreiras ideológicas. Muitos anos depois, sem ter de se defrontar com um dilema transcendente ao que se poderia ter colocado a Aristóteles Onassis, Rui Rio decidiu mostrar que já é líder do PSD (ou pelo menos de uma concelhia desse partido). Questionou por isso o Governo com voz dura: "Porque é que a Google em Portugal tem de ir parar a Lisboa?"

A pergunta é pertinente: porque é que a Google não vai para a Guarda, para Bragança ou para Beja? Há muito que há uma excessiva centralização de serviços públicos em Lisboa, coisa com que PS ou PSD nunca se preocuparam muito. Qualquer um deles tem na sua sala de troféus a deslocalização de qualquer serviço público existente nas vilas e freguesias do interior, porque eram caras e não rentáveis. Poderia ser que Rui Rio quisesse mudar essa postura. Mas tudo não passou de um populismo bairrista. A resposta é simples: a Google decidiu, por razões operacionais, e o Governo não risca aí como nos países onde se fazem planos quinquenais. Este é mais um daqueles momentos tacanhos em que se finge que se é pela descentralização e se acaba no ridículo. Foi uma péssima forma de Rui Rio se estrear a debitar alternativas ao Executivo de António Costa. Imagine-se que teria de optar, na versão de Chou Enlai, como Onassis, entre a senhora Kennedy e a senhora Khrushchev.»

Fernando Sobral

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