por estatuadesal
(Joaquim Vassalo Abreu, 24/01/2018)Nota Prévia: No mesmo registo do anterior texto, mas hoje com pontuação!
No meu tempo de criança era assim: O dono da bola, de capão claro está, coisa apenas acessível a uns poucos privilegiados, é que escolhia a equipa e se a coisa não estivesse a seguir segundo o seu capricho, pegava na bola e ia embora…sob o protesto de todos e mesmo choro de alguns! Ele era o dono da bola!
Mas também me lembro de há uns longos anos, princípios da década de oitenta, ter visto uma rábula protagonizada pelo Óscar Branco que aí vestia a mítica figura do “Toninho Piranha”! Sucede que um Huguinho qualquer também tinha comprado uma bola nova, uma bola cheia de um ar redondo, como a definia o Toninho Piranha, pois ela “pinchava”! Mas quando o Toninho Piranha ia marcar um penalti, o tal Huguinho virou-se para ele e avisou-o: Ó Toninho, olha que a bola é nova!
E o Toninho Piranha, sob o peso de todo aquele ar redondo, o ar redondo que fazia “pinchar” a bola, descobrindo que no penalti a bola não “pinchava”… falhou o penalti!
Este preâmbulo é apenas para introduzir mais um “compère” nesta espécie de peça, o Ruizinho!
De modo que o “Ruizinho”, parceiro na vida real do Huguinho, tal como ele bem nascido e desde sempre dono de qualquer coisa, transformou-se em dono do campo, quis de imediato fazer uma nova equipa e, ainda mais, quis substituir o anterior capitão. Só que o Huguinho ergueu lentamente seu dedo indicador e disse-lhe: Na, Na, Na…Aqui o capitão da equipa sou eu e, mais, a bola é minha! E virando-se para o Ruizinho disse-lhe: Tu até podes ser dono do campo, mas…substituir a equipa? Mudar de capitão? Olha, tu até podes ser dono do estádio, até podes formar uma nova equipa, mas…sem bola? Quem é que joga? E relembrou-lhe: É que a bola é minha!
E o Ruizinho, à maneira de um Jasus qualquer, logo pensou: Mas como é que eu, com esta porcaria de equipa - equipa que eu até derrotei nas urnas -, posso conseguir os meus “objectivos”? Que me adiantará levantar a cabeça e seguir em frente, como dizem os Jasus todos?
Então, tolhido de gestos e de imediatas acções, lá reuniu com o Huguinho que, à falta de outra bola, era o dono da única! Mas o Huguinho, com o seu anterior chefe em vias de se fazer à vida, resolveu julgar-se o lídimo repositório da sua sequela e perguntou-se: Mas quem sucede a Passos e à sua imemorável actuação? E quem sucederá ao incompreendido mas mais que fabuloso pensamento de Santana para o futuro deste País? Quem se não eu?
Quem melhor para travar este menino da Foz que quer fazer do nosso inesquecível passado recente tábua rasa e fazer esquecer estes dois valores da Pátria, ao nível de qualquer Infante da ínclita geração, ou de qualquer Vasco da Gama ou Albuquerque? Quem? Quem mais para travar este menino mimado que aqui chega e quer logo mudar de equipa, de táctica, de capitão, de tudo…pensando que é logo tudo dele? Pois é, falta-lhe a bola, e sem bola não há jogo! A bola é minha e se ele quer a bola para jogar, esta tem que ser muito bem negociada!
E então lá surgiram todos os comentadores, todos os analistas, todos os politólogos e até economistas e todos os seus afins, a afirmarem alto e bom som: suicídio político! De quem? Dos dois! Um porque fez finca pé e, como alvitrou Marques Mendes, deu sinal que ficou agarrado à bola e o outro, o Ruizinho, porque não soube exercer a sua autoridade e ficou fragilizado!
Isto é: o Huguinho colou-se à bola e só sabia dizer que a bola era dele e sem a sua bola não haveria jogo, fazendo birra! E o outro porque ganhou o campo, mas…nem uma bola conseguiu arranjar, quanto mais uma equipa!
Pelo que, neste imbróglio, o jogo continua parado! E parado por falta de bola! Se ainda fosse por falta de energia eléctrica…E o que é certo é que ninguém lhe dá a bola, ao Ruizinho, que é o mesmo que dizer, como se diz cá na minha terra, “ninguém lhe passa bóia” ou “ninguém lhe liga bóia”!
E assim a pergunta final é: Que vai fazer o Huguinho com a bola e que vai o Ruizinho fazer com o campo? O Huguinho vai jogar sozinho? O Ruizinho vai rapar a relva?
É assim este “nosso” (melhor, Vosso) PPD, que também se auto intitula de PS+D! “D” de divertido…
PS- Como sempre digo: analistas políticos anestesiados, economistas assalariados e comentadores deslumbrados há muitos! De modo que eu dedico-me à “medicina alternativa”!!!
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