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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Vender a alma ao Diabo?

por vitorcunha

Podia começar isto com um daqueles elogios que os blogues de esquerda fazem quando o PS tem novo líder, sendo que “novo” tem o mesmo significado que “os mesmos do escândalo Casa Pia”, porém, tendo a limitar comportamentos ridículos à presença de pessoas com quem tenho sexo, o que, bem vistas as coisas, são eventos que frequentemente coincidem. Não pretendendo iniciar, então, como uma ridícula declaração de amor que mascare a efectiva lasciva típica da esquerdalhada sem eira nem beira, resta-me iniciar esta coisa desejando, mas não esperando, que Rui Rio perceba os portugueses que não vivem pendurados no orçamento de estado, o que, convenhamos, não é coisa pouca.

A doutora Manuela Ferreira Leite diz que “é preciso vender a alma ao Diabo”, mas, infelizmente, não especifica o valor que cobra. Porque é que alguém quereria tirar o PCP e o Bloco do chamado “arco de governação”? Quer greves, sindicatos na rua, o retorno da histeria esganiçada do istonãoseaguentismo? Não responda, caro leitor: são questões retóricas para a doutora Ferreira Leite após quatro anos a clamar por isso mesmo nos seus comentários televisivos.

Catarina Martins (não é doutora) diz que Portugal está muito abaixo da média europeia de enfermeiros por 100.000 habitantes. Segundo a actriz, são 6 em Portugal contra 8 no resto da Europa. Ora, qualquer aluno da primária calcularia que, então, Portugal precisaria de mais 200 enfermeiros, mas Catarina Martins (não é doutora), reagindo ao anúncio de contratação de 200 enfermeiros, diz que “não chegam” (não é doutora), que “só aqui, no Algarve, faltam 350 enfermeiros” (repito: não é doutora). Quer a doutora Manuela Ferreira Leite ouvir isto diariamente, de forma esganiçada, destruindo a audição dos portugueses e estupidificando qualquer aluno da primária? Acho que sim.

Em jeito de conclusão, porque os meus textos só têm introduções e conclusões (que de alegados miolos húmidos já temos que chegue e não quero mal ao DN), Rui Rio tem duas hipóteses: (1) ou percebe que já foi derrotado pelo número dos que dependem do orçamento de estado; ou (2) finge que não percebe para manter as Salomés sedentas de cabeças suficientemente tranquilas no dia das eleições legislativas. Pessoalmente, para mim é totalmente indiferente desde que se mantenha o istonãoseaguentismo sob controlo, algo que só é possível limitando as oportunidades da Catarina Martins fazer contas, ou seja, permitindo que continue “no governo”. Qualquer outra hipótese é suicídio (o que também não me parece mal).

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