05/03/2018 by Bruno Santos
Aquilo que se passa hoje no PSD é o resultado de mais de quatro anos de governação trágica, ao longo dos quais foi colocada em prática, sob sua liderança, uma política de destruição de Portugal, das suas estruturas económicas, do seu tecido social, da sua cultura, das suas instituições, dos seus órgãos de soberania e, finalmente, da sua força anímica.
Não sendo a memória uma qualidade pela qual os portugueses se distingam nem a conduta política se avalie, uma vez que o populismo, tão facilmente apontado aos outros, se tornou no principal argumento ideológico e no catalisador da amnésia colectiva que domina a democracia portuguesa, não há-de esquecer-se o glorioso desígnio que moveu o PDS nos seus anos de governação e fez Portugal recuar décadas no índice de desenvolvimento humano.
A conta há-de chegar às hostes laranjas, porventura pela pasokização que agora se vai anunciando através da autofagia parlamentar, dos punhais voadores nos passos perdidos e da eleição de um líder interino, Rui Rio, que apresenta como curriculum a sua experiência autárquica, ao longo da qual procedeu à transformação da segunda cidade do país, o Porto, num lugar fantasmagórico, que mesmo durante o dia metia medo.
As ideias que até agora teve a bondade de avançar sobre o futuro do país, reflectem, com eloquência pétrea, o mesmo vazio, um igual deserto, um previsível nada. É natural que António Costa esteja contente, mas Portugal não tem razões para regozijar-se com o estado da sua democracia.
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