por CGP
Como qualquer um que não é funcionário público ou não ganha o suficiente para aceder a hospitais privados sabe, o Sistema Nacional de Saúde está um caos. A dívida a fornecedores continua a aumentar, causando os respectivos problemas de fornecimento. Em Faro, os médicos têm sofrido pressões para dar altas precoces devido à sobrelotação. Em Vila Nova de Gaia, doentes passam dias em macas nas urgências à espera de lugar. Adultos com diabetes continuam sem acesso a bombas de insulina de última geração. Segundo o tribunal de contas, a situação do Sistema Nacional de Saúde é extraordinariamente débil. Perante esta situação, os representantes dos eleitores de Lisbolalaland decidiram recomendar a construção de um novo hospital público... para cães e gatos. No fundo, faz sentido que num sistema de saúde em que se trata pessoas como animais, se comece a tratar animais como pessoas. Segundo a deputada do PAN (que conseguiu convencer todos os malucos que se sentam na Assembleia Municipal, incluindo os do PSD e CDS que já têm experiência suficiente para ter juízo), "os animais têm vindo a assumir uma importância crescente no seio familiar". É verdade. Os animais são baratos, crescem e ficam autónomos mais depressa do que os filhos. Faz todo o sentido não só apadrinhar esta mudança demográfica, como subsidiá-la. Só faltou sugerir que, à falta de dinheiro, se feche a ala pediátrica do Santa Maria para dar espaço ao hospital público veterinário. O próximo passo é transformar as escolas primárias fechadas em centros de dias para animais e dar abatimentos fiscais por cada animal doméstico. Se as pessoas crescentemente substituem filhos por cães e gatos, é normal, na cabecinha desta gente, que o estado vá atrás e subsidie este comportamento. Pelo menos, estas prioridades dão votos.
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