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quinta-feira, 29 de março de 2018

Castelo do Rei Wamba: o mais misterioso dos castelos portugueses

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por admin

O castelo é tão belo e bem localizado que é uma pena estar amaldiçoado. Construíram ao lado uma capela mas ninguém esquece a maldição da mulher do rei Wamba. Tudo por causa de amores proibidos.  O Castelo de Rodão e Capela de Nossa Senhora do Castelo, também conhecido por Castelo do Rei Wamba, situa-se a cerca de 2km do centro de Vila Velha de Ródão, na região Centro de Portugal.

Castelo do Rei WambaCastelo do Rei Wamba

Situado num local de grande beleza natural, sobranceiro ao Rio Tejo que aqui confere paisagens indescritíveis, pensa-se que a sua origem remonte ao tempo de ocupação Moura da região, ao contrário do que o sabor popular afirma, ao associá-lo ao Rei Wamba (672-680), último grande rei dos Visigodos.

Portas de RódãoPortas de Ródão

O conjunto é composto por uma torre-atalaia, de forma quadrangular, erguida provavelmente pelos Templários entre os séculos XII ou XIII, popularmente denominada como torre de menagem, envolvida por uma muralha. A cerca de 150 metros encontra-se o templo rústico de Nossa Senhora do Castelo, já muito degradado, sobretudo no interior, pelos sucessivos roubos e degradação que tem sido alvo ao longo dos séculos.

Castelo do Rei WambaCastelo do Rei Wamba

A estrutura terá sido reedifica no século XII, no contexto da afirmação da Nacionalidade e Independência Portuguesa, e pensa-se que poderá ter sofrido posteriores trabalhos, nomeadamente nas épocas moderna e contemporânea, em particular no período das invasões francesas.

Castelo do Rei WambaCastelo do Rei Wamba

Na verdade não é um castelo mas sim uma torre de vigia que desempenhou um papel importante devido à sua localização. D. Sancho I doou a torre aos Templários no séc. XII e nesta fase funcionava para vigilância dos mouros. Séculos depois, nas invasões francesas, serviu como posto de artilharia. A torre foi recuperada e tem dois pisos e um formato rectangular. A entrada faz-se pelo piso térreo, por um acesso improvisado que permite verificar a largura da parede feita de pedras e barro. Uma escada metálica permite a passagem para a parte superior.

Portas de RódãoPortas de Ródão

O Tejo serpenteia a serra, presencia-se o voo de alguns grifos que aqui têm uma colónia, observam-se bem as escarpas das Portas de Ródão e, um pouco mais longe, a ponte rodoviária, muito próxima de Vila Velha de Ródão. Vê-se também a linha do comboio, sempre ao lado do rio, nem que para isso tenha de perfurar os penhascos e a serra. Ao lado do castelo está um miradouro de aves com uma vista que revela a riqueza paisagística do lugar.

Portas de RódãoPortas de Ródão

O Castelo fica no alto da Serra das Talhadas, defronte ao Tejo e de uma das escarpas que comprime o rio nas Portas de Ródão. O Castelo vê-se a longa distância de várias partes da região. Acede-se facilmente de carro. O local está arranjado e tem um parque para descanso e piqueniques. Quando se chega, depara-se de imediato com a capela da Senhora do Castelo, toda branca e com vista para o vale onde passa o Tejo. É um lugar calmo, rodeado de oliveiras e azinheiras. A capela terá sido mandada construir por um barqueiro que se salvou da morte numa passagem atribulada pelas Portas de Ródão, no séc. XVII. Num passado recente, roubaram vários objectos da igreja e a Senhora do Castelo, do séc. XVI, está em Vila Ruivas.

Portas de Ródão

Reza a lenda como senhor desse lado da margem, inimigo de um rei mouro, que habitava do outro lado. Conta também a história que a mulher de Wamba se terá perdido de amores pelo inimigo, que para a resgatar construiu um túnel por debaixo do Tejo. Não seria, por certo, a engenharia o principal atributo do rei mouro, que falhou as contas acabando por sair acima do nível das águas, num buraco que ainda hoje lá está, aos olhos do opositor.

Portas de Ródão

Perante o pânico da mulher, Wamba percebe não ser dele o coração da esposa e decide oferece-la ao mouro do outro lado do rio. Para a enviar, atou-a à pedra de uma mó e fê-la rolar pela encosta abaixo em direcção ao rio Tejo. No sítio onde passou a pedra, dizem os que conhecem a lenda, nunca mais cresceu qualquer vegetação até aos dias de hoje.

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