Novo artigo em BLASFÉMIAS
por vitorcunha
O Arlindo era boa gente, amigo do seu amigo, sempre pronto a ajudar no talho quando chegava um mastim atropelado que pudesse ser vendido como cabrito para famílias numerosas.
Foi com relativa surpresa que encontrei o Arlindo na IV Internacional Liberal em representação da facção canibal pró-eutanásia utilitarista. Até comentei com o representante do clero de Moimenta, a bispa transsexual Antunes, que já não via o Arlindo desde aquele jantar da Confraria dos Pedófilos (é tudo só no domínio filosófico, nós respeitamos a lei). Estou a contar isto porque, apesar da minha postura usualmente ultramontana de conservador, o meu negócio de venda de vídeos voyeur de mulheres em topless na praia não está a correr tão bem: há uma grande rejeição dos meus clientes conservadores do conceito de igualdade entre homens e mulheres, mas a lei das quotas obriga-me a que 60% dos vídeos seja com gajos. É um negócio conservador, já se sabe, a sociedade demora muito tempo a ser educada para a igualdade liberal. Bem, não querendo mudar de negócio, ao ver o Arlindo vi uma oportunidade de empreendedorismo para um negócio paralelo, o do uso do testamento vital para fornecimento de um serviço completamente voluntário a pessoas que sonham em ser eutanasiadas para que possam deixar o seu corpo para usufruto por canibais. Ou isso ou o aborto retroactivo, que as facturas do colégio andam a causar grande transtorno emocional à minha família.
Ia eu de braços abertos ter com o Arlindo, chegando até a gritar “Arlindo!”, eis que aquele grande liberal que costumava andar pelo Piolho, o Armando, esse grande jornalista, passa com o tanque por cima do Arlindo. Enfim, perdi a oportunidade de negócio e a IV Internacional acabou com a remoção física, a bem dizer, da facção dos liberais-sociais que até estavam a formar um novo partido ou delegação do Bloco.
É por coisas dessas que agora passo mais tempo no Feira Erótica de Gondomar que em iniciativas liberais.
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