15/03/2018 by João Mendes 6 Comments
Imagem via Geringonça
No PSD, Rui Rio tenta dar conta de uma oposição interna em fúria, disposta a quase tudo para fazer a folha à recém-eleita direcção, enquanto lida com os escândalos diários nos quais vê os seus mais próximos oficiais envolvidos, do caciquismo de Salvador Malheiro ao currículo de Feliciano Barreiras Duarte.
No CDS, Assunção Cristas sonha, do alto dos seus 5% de intenção de voto atribuídos pelas mais recentes sondagens, ultrapassar o PSD e ser um dia primeira-ministra. E o sonho, já dizia o poeta, é uma constante na vida. Eu também sonho com a bomba do Gajo de Alfama, numa versão em que limpa o sarampo ao lixo político deste país, indo lá pelo cheio a corrupção. Mais rápido teremos Assunção Cristas a bailar com um touro na arena, enquanto um desses tipos que se diverte a torturar animais lhe espeta umas bandarilhas no lombo.
Entretanto, no reino da Geringonça, o mundo pula e avança. Sem oposição, com a conjuntura internacional do seu lado e com números económicos que continuam a deitar por terra as mais variadas e rebuscadas teorias da conspiração dos devotos da Igreja Universal dos Ressabiados do Diabo, os partidos que sustentam o acordo parlamentar seguem o seu caminho, em direcção a uma eleição que se prevê esmagadora para a direita.
Para ajudar à festa, tivemos hoje o Conselho de Finanças Públicas de Teodora Cardoso, essa perigosa comunista, a anunciar estimativas mais optimistas que as apresentadas pelo próprio governo: défice de 1% para 2017, de 0,7% para 2018, 0,3% para 2019 e um saldo orçamental positivo a partir de 2020, ano em que o CFP estima um excedente orçamental de 0,1%. Já lá vai o tempo em que o atingimento dos números do défice estava indexado ao poder infinito da Santíssima Trindade, com recurso a medidas extraordinárias que não eram sustentáveis. Alguém vá dar um abracinho aos observadores e restante matilha, que eles devem estar a precisar.
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