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quinta-feira, 8 de março de 2018

Dia da mulher é dia de igualdade na arte de WC

por vitorcunha

Sendo o “dia da mulher”, debruçar-me-ei sobre o problema da igualdade no mundo artístico.

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Os homens são, desde que importa recordar, representados em todo o esplendor viril, com detalhes de músculos, veias, pêlos púbicos e pénis. As mulheres são representadas como tendo osso pélvico e mais nada - não há vulvas, não há pêlos púbicos, não há qualquer tentativa de representar a existência de um sexo. Não admira que se pense que bebés vêm de França por cegonha ou a sua variante pós-moderna, de um supermercado de óvulos e espermatozóides devidamente misturados por indivíduos de bata pagos pelo contribuinte.

c-2005 (10)Nada. Nem um pequeno vale.

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Quando uma pessoa envia uma chamada dicpic para pantomineira exibicionista que não se coíbe de dizer ao mundo o quão boa é ao ponto de receber dick pictures por ridicularização do perpetrador, fica, naturalmente, à espera da equivalente cun6314674184_6c7182863a_mtpic. Porém, uma busca no urbandictionary.com revela a entrada de dicpic sem que se encontre o equivalente cuntpic, pussypic ou outro qualquer equivalente. Isto seria suficiente para originar a adição de nova acepção à definição de vagicide. Efectivamente, estão a matar a vagina na cultura pop.

A única forma que me ocorre de combater o heteropatriarcado é através da representação da vulva em graffiti. Não faltam pilas em paredes no estilo naïf-mas-ei-todos-podemos-ser-artistas, mas o défice de vulvas é particularmente alarmante.

Assim, no dia da mulher, pela igualdade e pela representatividade, é meu desejo que o vandalismo de paredes se torne inclusivo. Para o efeito, defendo quotas para arte de rua: por cada pila numa parede deverá haver uma vulva da mesma cor.

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