por helenafmatos
henrique pereira dos santos: «Jorge Coelho, de forma sistemática, transferiu riscos dos concessionários para o Estado, renegociando concessões em posição de fragilidade: uma coisa é negociar uma concessão através de um concurso em que todos os concorrentes querem ganhar a concessão, outra coisa é negociar alterações a concessões quando já existe um contrato e só há um concessionário, que tem evidentemente a faca e o queijo na mão.
Jorge Coelho perseguia objectivos políticos de curto prazo, querendo obras mais rápidas para estarem prontas ou lançadas a tempo de eleições ou querendo motivar interessados em obras injustificáveis do ponto de vista da racionalidade económica, como algumas das auto-estradas que foram feitas (não deixa de ser uma deliciosa ironia que pelo menos um dos subscritores do processo judicial posto à troica seja um dos principais economistas envolvidos nas marteladas dadas aos números para justificar obras injustificáveis, sustentadas em empréstimos que só não deram pior resultado porque a troica nos pôs a mão por baixo, não sei se por sermos meninos, se por sermos borrachos).
Pois bem, sendo isto assim e estando perfeitamente documentado, o que mais se vê são referências à putativa promiscuidade entre Ferreira do Amaral e a Lusoponte, como justificação para o facto da manutenção da ponte ir agora sair do bolso dos contribuintes, mesmo na imprensa de referência e nos comentadores mais influentes, conseguindo Jorge Coelho (e Guterres) nunca ser responsabilizado pela captação do Estado a favor dos seus interesses políticos (dos outros não falo, a polícia que tome conta do assunto, se houver matéria para isso, do que aliás duvido, neste caso)»
Sem comentários:
Enviar um comentário