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sexta-feira, 23 de março de 2018

Ladrões de Bicicletas

São eles que dizem

Posted: 22 Mar 2018 02:57 PM PDT

O europeísmo, que ainda domina uma certa social-democracia desta forma em franco declínio no continente, é uma máquina de fabricar ilusões políticas, de resto altamente complementar com a máquina europeia de fabricar liberalizações económicas com profundos impactos políticos.
Há quantos anos andam, sobretudo a partir do sul, com a história da mudança na Alemanha, da qual dependeria sempre tudo, incluindo a última hipótese de reformar o euro? Agora é que é: a repetição do mesmo, ou seja, a coligação das duas alas do partido exportador alemão, produzirá resultados diferentes.
Entretanto, reparem na fraude que foi a ideia de que o aprofundamento da integração equivaleria a uma partilha da soberania, incluindo no decisivo plano da política económica. Creio que são cada vez menos os que têm o topete de repetir tal ideia.
Enfim, o novo Ministro das Finanças alemão, oriundo do politicamente moribundo e ideologicamente colonizado SPD, já veio dizer ao que vem e de forma bastante clara: “um Ministro das Finanças alemão é um Ministro das Finanças alemão, a filiação partidária não tem qualquer papel”.

Dica

Posted: 22 Mar 2018 02:37 PM PDT

INE: Estatísticas da Saúde

Conselho a todos os jornalistas: de cada vez que ouvirem alguém propor alguma medida que implique recursos orçamentais públicos, perguntem-lhe duas coisas:
1) se fez ou consultou algum estudo de impacto dessa proposta e, se não, como é capaz de a propor assim, sem mais nem menos;
2) (no caso de ser um político de direita ou do PS) como se compatibiliza essa proposta com a sua concordância com o Tratado Orçamental - e a consequente obrigação de redução da dívida pública para 60% do PIB num curto espaço de tempo, o que obriga à existência de saldos orçamentais positivos.
É que, da última vez que se tentou compatibilizar os objectivos contraditórios, nomeadamente no que toca aos enfermeiros - hoje e amanhã em greve - as coisas não correram bem.
Veja-se os dados apurados pelo INE. Dos 1463 enfermeiros que, de 2012 a 2015, saíram do Serviço Nacional de Saúde, apenas 394 foram incorporados no sector privado. Os mais de mil enfermeiros restantes deverão ter abandonado o país, depois de formados com os nossos recursos. E vamos ver se voltam. Sobre a evolução recente do emprego público, consultar os dados da Direcção Geral da Administração e do Emprego Público. De Dezembro de 2011 a Dezembro de 2015, o sector perdeu quase 3500 pessoas, mas daí e até junho de 2017 ganhou mais de oito mil. E ainda fazem falta.  
Mas esta lógica aritmética pode ser enganadora. A constante supressão de recursos acarreta efeitos cumulativos que se reflectem em desarticulação de equipas, de serviços, de valências, com efeitos a prazo bem mais gravosos. Os cortes no passado ainda se reflectem na actividade de hoje, mal recuperadas. E essa avaliação cumulativa geralmente escapa à análise de curto prazo dos políticos.
E também aos jornalistas, que aceitam como boa qualquer declaração de políticos. Mesmo que sejam asneiras. Talvez o debate político suba de nível.

Hoje, no ISEG: «A crise vista pela Sociologia»

Posted: 22 Mar 2018 06:15 AM PDT

Primeira sessão do ciclo promovido pelo Colectivo Economia Plural e organizado pela Cultra e a Lisbon School of Economics & Management, hoje com João Carlos Graça. É a partir das 17h00, no Auditório 2 do Edifício da Rua do Quelhas (ISEG). Apareçam.

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