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terça-feira, 20 de março de 2018

Ministra do Mar assegura que não faltam lanchas para pilotos no Porto de Lisboa

PORTO DE LISBOA

HÁ 23 MINUTOS

Ana Paula Vitorino afirmou que "não há falta de lanchas para os pilotos no Porto de Lisboa", depois de a ACICO ter mostrado preocupação com a suspensão da entrada e saída de navios do porto.

TIAGO PETINGA/LUSA

Autor
  • Agência Lusa
    A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, garantiu esta terça-feira, no parlamento, que não faltam lanchas no Porto de Lisboa, após manifestações de preocupação do setor, e disse que por vezes não são usadas devido às condições atmosféricas.

“Não há falta de lanchas para os pilotos no Porto de Lisboa. Por vezes há é condições atmosféricas que não permitem a sua utilização”, afirmou a governante, que falava numa audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas. Nessas situações, “não se pode exigir a ninguém e a nenhuma classe profissional que não exerça a sua profissão em condições de segurança”, salientou a ministra do Mar.

A reação surge após a Associação Nacional de Armazenistas, Comerciantes e Importadores de Cereais e Oleaginosas (ACICO) ter manifestado, através de uma missiva enviada ao grupo parlamentar do PSD e divulgada neste dia na audição pelo deputado social-democrata Cristóvão Norte, a “preocupação com a suspensão do tráfego marítimo regular de entrada e saída de navios […] no Porto de Lisboa, desde pelo menos final de fevereiro” deste ano.

Na carta, a ACICO fala na “avaria” e na “inoperacionalidade das lanchas dos pilotos de barra”.

Em resposta, Ana Paula Vitorino reforçou que “existem lanchas [no Porto de Lisboa] e que, se faltassem, seria feito já o investimento”, pois “existe capacidade para esse investimento”, nomeadamente no âmbito do Programa Operacional Mar 2020.

Ainda assim, reconheceu que “há duas lanchas que estão inoperacionais”, vincando, contudo, que “não fazem falta”. A governante indicou já ter recebido a denúncia da ACICO, mas garantiu que esta é “uma falsa questão”.

“As condições de segurança são sempre respeitadas e temos de compreender que nem sequer se pode sugerir [não o fazer], ainda para mais quando, há poucas semanas, um colega deles morreu em serviço”, assinalou a responsável, aludindo à recente morte de um piloto da barra de Lisboa ao cair ao mar durante uma operação de desembarque do navio mercante “Singapura Express”.

“Perante uma situação destas, como é que é possível insistirem”, questionou a governante, referindo-se à carta.

Na missiva, a que a agência Lusa teve acesso, a ACICO aponta que, “de acordo com informações das autoridades competentes”, a suspensão do tráfego marítimo “deve-se à indisponibilidade na Barra de Cascais de lancha para transporte dos pilotos, estando avariadas quatro das cinco lanchas afetas ao serviço”.

“Esta situação afeta o normal abastecimento do mercado português de matérias-primas para a agroindústria, verificando-se já a rutura dos ‘stocks’ e paragens de laboração”, lamenta a associação.

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