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terça-feira, 20 de março de 2018

Nicolas Sarkozy detido

20 mar 2018 07:42

MadreMedia

Atualidade · 20 mar 2018 16:00

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi detido terça-feira, 20 de março, e está a ser ouvido pela polícia em Nanterre, nos arredores de Paris, no âmbito de uma investigação sobre o financiamento da sua campanha eleitoral em 2007.

Nicolas Sarkozy detidoEPA/IAN LANGSDON

Nicolas Sarkozy, presidente de França entre 2007 e 2012, está a ser ouvido no âmbito de suspeitas de financiamento ilícito da Líbia, sob a liderança de  Muammar Kadhafi, da sua campanha eleitoral de 2007.

A notícia está a ser avançada pelo francês Le Monde.

Escreve o jornal que esta é a primeira vez que Sarkozy é ouvido desde a abertura do inquérito judicial, em abril de 2013.  O ex-presidente está a ser ouvido por agentes do Escritório Central de Luta contra a Corrupção e as Infrações Financeiras e Fiscais (OCLCIFF) em Nanterre, nas proximidades de Paris.

As acusações de financiamento ilício foram formuladas pelo franco-libanês Ziad Takieddine e por alguns ex-funcionários líbios. O ex-chefe de Estado francês sempre desmentiu as denúncias. Sarkozy poderá ficar sob custódia policial durante 48 horas, podendo depois ser presente a juízes para ser indiciado.

No âmbito deste caso — revelado em 2012 após a publicação pela Mediapart de um documento sobre um alegado financiamento líbio da campanha de Sarkozy — já está a ser investigado o ex-secretário-geral do Palácio do Eliseu Claude Guéant, por falsificação de documentos e fraude fiscal.

Os magistrados investigam uma transferência de 500.000 euros recebida por Guéant em março de 2008, procedente da empresa de um advogado malaio. Este sempre afirmou que a quantia dizia respeito à venda de dois quadros.

Outro intermediário, o empresário Alexandre Djouhri, apresentado como um personagem chave da investigação, foi detido em janeiro, em Londres. Djouhri continua em prisão preventiva, à espera de uma audiência sobre a eventual extradição para a França, prevista para julho.

Um dos juízes que dirigiu esta investigação é o mesmo que o acusou no caso dos fundos para a campanha de 2012, em que Sarkozy não foi eleito, perdendo para François Hollande.

Em 2007, Sarkozy – 'Sarko' para os mais próximos –  foi eleito com 53 por cento dos votos na segunda volta, derrotando a rival socialista Ségolène Royal, sob promessas de “rutura”, de “mudança” e de “transformação”.

Durante o seu mandado, Sarkozy baixou os impostos dos ricos – medida que lhe valeu a alcunha de Presidente 'bling-bling’ –, flexibilizou a legislação laboral para diluir as 35 horas semanais instituídas por um anterior Governo socialista – com o ‘slogan’ “trabalhar mais para ganhar mais” – e levou a cabo uma reforma do sistema de pensões para aumentar a idade da reforma dos 60 para os 62 anos até 2018.

No plano internacional, aproximou a França dos Estados Unidos, foi o rosto da libertação de Ingrid Betancourt, refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) desde 2002, negociou o cessar-fogo no conflito que opôs, em 2008, a Rússia à Geórgia, foi a figura ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, na condução dos destinos europeus e na busca de soluções para a crise, foi o número um da intervenção na Líbia.

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