Translate

quarta-feira, 7 de março de 2018

O relatório secreto sobre os riscos na Ponte 25 de Abril

Filipe Luís

FILIPE LUÍS , Editor Executivo
7 de Março de 2018

Foi preciso a denúncia da VISÃO, que faz do assunto tema principal de capa, alertando para a extrema gravidade do estado da estrutura da Ponte 25 de Abril, para que as obras, que já eram urgentes há seis meses, tivessem luz verde do Ministério das Finanças. Na véspera em que a VISÃO divulga um documento secreto do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), no qual se alerta para a necessidade urgente de obras estruturais na Ponte 25 de Abril, que, caso nada se faça, corre o risco de colapso, as Infraestruturas de Portugal anunciam obras, nos próximos dois anos, com um orçamento de 18 milhões de euros. O caso foi detetado há três anos e pelo menos há dois que as Infraestruturas de Portugal vêm pedindo a intervenção, devido às fissuras graves na estrutura analisadas pelos técnicos. Desde então, a situação da principal ponte do País foi degradando-se até ao alerta recente do LNEC. Confrontado pela VISÃO, nesta semana, o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas reconheceu, oficialmente, a gravidade da situação,remetendo para as Finanças o desbloqueamento das verbas necessárias, uma solicitação que estava há meio ano, sem resposta, no ministério tutelado por Mário Centeno. Confrontado pela VISÃO, o gabinete do ministro das Finanças prometeu uma reação em tempo útil, para até ao fim do dia de terça-feira, antes do fecho da edição da revista. Perguntas da VISÃO: era verdade que o pedido para o desbloqueamento de verbas de 20 milhões de euros estava pendente nas Finanças? Quando haveria uma decisão?. Ora, apesar dos contactos insistentes, durante a tarde e noite de terça-feira, os telefonemas não foram atendidos e os esclarecimentos não foram prestados. Milagrosamente, porém, a verba parece ter sido desbloqueada horas depois. Todo o relatório secreto, esta semana, na nossa edição em papel.
Conforme explicamos no extenso trabalho da editora-executiva Catarina Guerreiro, que esteve três semanas a investigar o tema, 
há fissuras, brechas e “parafusos” sem aperto a necessitar de intervenção imediata. Aliás, o relatório aconselha restrições ao tráfego de pesados e de comboios de mercadorias.

Sem comentários:

Enviar um comentário