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quinta-feira, 29 de março de 2018

Posição soberana

29/03/2018 by Bruno Santos

Serão vários os motivos pelos quais o governo português decidiu, e muito bem, não acompanhar a expulsão colectiva de diplomatas russos, levada a cabo por vários países, num movimento concertado sob a liderança do Reino Unido, país que se encontra de saída da União Europeia.

A decisão anunciada por Augusto Santos Silva – o melhor e mais sólido ministro deste governo – foi certamente tomada com o conhecimento e o acordo do Presidente da República, e espelha os princípios de uma política diplomática responsável e equilibrada, que foi sempre apanágio das relações externas portuguesas e que faz de Portugal uma das maiores potências diplomáticas do mundo.

Ao contrário do que a oposição ao governo do PS tenta agora fazer crer, numa atitude irresponsável e profundamente demagógica, procurando colocar em causa a política externa do país e a solidez das suas decisões, Portugal não está sozinho nesta tomada de posição, sendo acompanhado por vários e importantes países da União Europeia que também decidiram não subscrever a estratégia colectiva de expulsões encabeçada pelo país do Brexit. Tanto quanto foi possível apurar, a Áustria, a Bulgária, o Chipre, a Eslováquia, a Eslovénia, a Grécia e Malta, são países que também optaram por não seguir os ditames do Reino Unido.

Outro facto é de relevar. Portugal assume, neste contexto – até ao momento -, uma posição soberana diferente da que a Espanha, seu parceiro ibérico, assumiu, facto que, do ponto de vista das relações internacionais, é muito significativo e só contribui para a solidez e a credibilidade da política externa portuguesa.

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