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segunda-feira, 9 de abril de 2018

A HORA DAS RATAZANAS

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 09/04/2018)

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Infelizmente aquilo a que estamos a assistir, e ainda vamos poder ver nos acontecimentos que envolvem o presidente do SCP, tem mais que ver com a nossa natureza e com os nossos defeitos do que apenas com as qualidade e defeitos de Bruno de Carvalho. Num momento de fervor nacionalista, a propósito da conquista do título de campeão europeu na modalidade de futebol masculino sénior, Marcelo Rebelo de Sousa disse que quando queremos somos os melhores.

Infelizmente esse nosso querer sermos os melhores é coisa rara, sendo mais frequentes os espectáculos como aquele a que estamos a assistir do que os títulos de melhores em coisas boas, principalmente as convertíveis em bifes e outros bens de primeira necessidade. Basta olhar para o que vai saindo na comunicação social para assistirmos a um grande movimento migratório de ratazanas, as primeiras abandonar o navio; longe vão os tempos em que se acotovelavam para aparecer na lista de honra de Bruno de Carvalho.

Quando Bruno de Carvalho sugeriu que o presidente do FCP tinha 80 anos, e por isso estaria a perder capacidades intelectuais, ninguém se ofendeu; vimos muitos sorrisos. Quando estimulou o ódio a clubes rivais todos apoiaram, quando achincalhou sócios do seu próprio clube foi apoiado; foi preciso estar em risco de ficar em quarto lugar e de se ter metido com toda uma equipa que surge tanta gente com bons princípios. Onde estavam quando mandou à bardamerda todos os simpatizantes de um clube rival e muitas outras pessoas?

Não está em causa este ou aquele clube, esta ou aquela ofensa, a verdade é que muita gente “fina” deste país tem apoiado todos os excessos de Bruno de Carvalho, da mesma forma que outros aprovam e elogiam os excessos verbais de outras personagens. A verdade é que na hora em que as coisas correm mal assistimos sempre a esse vergonhoso corrupio de ratazanas.

Devemo-nos abstrair do clube a que muitas personagens pertencem porque aquilo a que estamos a assistir é a um espectáculo humano degradante; nem a Procuradoria-Geral da República escapou à tentação de participar, recebendo e dando antena a Bruno de Carvalho no pior dia da sua vida. Vale a pensa sermos sociólogos, politólogos, antropólogos, psicólogos ou psiquiatras para conseguirmos analisar e entender a muito do que vamos assistir.

Desde os tempos do PREC, ou dos dias que antecederam a decisão de Cavaco de a contragosto empossar António Costa, que não tínhamos a oportunidade de assistir a um espectáculo tão rico como o é para os astrónomos a passagem do Cometa Halley.

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