05/04/2018 by Bruno Santos
Suscita necessária e compreensível preocupação o facto de, em menos de 24 horas, a informação veiculada sobre o problema do Sarampo ter oscilado entre posições totalmente antagónicas assumidas pela Direcção-Geral de Saúde.
Se existe assunto cujo tratamento informativo exige inatacável credibilidade, quer pelo grau de apreensão susceptível de causar entre a população, quer por tratar-se, sem necessidade de explicar porquê, de um patamar básico da relação de confiança que tem que existir entre o cidadão e as instituições do Estado, esse assunto é a Saúde.
Acontece, porém, que Graça Freitas, Directora-Geral da Saúde, adiantou aos deputados portugueses, em audição pública, pedida pelo PCP e o PS, que “ainda não está escrito em lado nenhum”, mas acredita “que vai acontecer, porque há muita gente a estudar a necessidade de uma terceira dose da vacina contra o sarampo; está tudo a mudar e tudo isto é novo”.
E o Diário de Notícias acrescenta:
“Não há um único estudo científico ou recomendação internacional que aponte para a necessidade de uma terceira dose [da vacina do sarampo]. No futuro, depois de muitos estudos e muita investigação, pode vir a ser necessária, mas agora não é“, explicou ao DN Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, que ontem foi questionada sobre este tema na Comissão da Saúde.”
O Jornal de Notícias remata:
“A directora-geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, afastou ontem a possibilidade de se introduzir uma terceira dose da vacina do sarampono Programa Nacional de Vacinação, apesar de o surto em curso estar maioritariamente a atingir pessoas vacinadas.”
“Não há essa possibilidade, porque não há conhecimento científico que a indicie neste momento.” – disse Graça Freitas.
Da “crença” na necessidade de uma terceira dose da vacina do Sarampo, até à negação total e peremptória dessa necessidade, já houve um pouco de tudo. Os últimos números sobre o “surto” de Sarampo são os seguintes:
- 97 “casos”
- 81% são Profissionais de Saúde
- 84% estavam vacinados
- 76% estavam vacinados com duas doses
- 214 “casos” Negativos (falso alarme)
- 0 (zero) crianças infectadas
Entretanto, um grande e reconhecido especialista em Saúde Pública, Epidemiologia e tratamento caseiro das hemorróidas (entre outras “cenas”) – o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia – anda a distribuir gratuitamente vacinas que nem sequer fazem parte do Plano Nacional de Vacinação, aproveitando para fazer a demonstração do que nos espera se a tal municipalização da Saúde for concretizada
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