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terça-feira, 3 de abril de 2018

Entre as brumas da memória


Dica (738)

Posted: 03 Apr 2018 01:38 PM PDT

India isn't building a military to take on China (Mihir Sharma)

«Only one country seems eager to deal with the ramifications of China’s rise: India. Across dozens of world capitals, confidence is repeatedly expressed that India will seek, in the decades to come, to balance China. And in no capital is this sentiment expressed more loudly than India’s own.»

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02.04.1976 - a primeira Constituição depois de Abril

Posted: 03 Apr 2018 10:10 AM PDT

A Constituição da República Portuguesa foi aprovada em 02.04.1976 por todos os partidos, à excepção do CDS: os seus 16 deputados votaram contra. Uma espinha espetada na garganta de muitos, que, apesar de todas as revisões que já tiveram lugar, gostariam de apagar muito daquilo que se conseguiu salvaguardar até hoje.

Nesse mesmo dia teve início a campanha para a primeira eleição de deputados à Assembleia da República, que viria a ter lugar a 25 de Abril.

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Bem a propósito de tantas coisas...

Posted: 03 Apr 2018 05:08 AM PDT

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A opção cultural

Posted: 03 Apr 2018 02:08 AM PDT

«"Les Demoiselles d'Avignon", de Picasso, inaugurou o modernismo na pintura há pouco mais de um século. O quadro de Picasso foi uma ruptura entre o passado e o presente. O modernismo foi, nas artes, a vitória da forma sobre o conteúdo. Inspirou, sem o saber, o olhar da política nacional sobre a cultura. Tudo é forma, nada é conteúdo. Os resultados dos apoios da DG Artes à área do teatro exemplificam como funciona o pronto-a-vestir em que se transformou o arbítrio do gosto aliado à celebrada burocracia bafienta que costuma decidir as propostas. O amor à cultura, que sucessivos políticos professam antes das eleições, esbate-se rapidamente com o tempo. Até porque a cultura deixou de garantir conforto moral a quem quer liderar um país. Uma "selfie" ao lado de um craque de futebol garante mais exposição mediática do que uma foto com os melhores actores ou dramaturgos nacionais. A cultura é, há muito, um sector desvalorizado em Portugal. É quase uma nostalgia pouco perdoável. A culpa não é só dos políticos: é de toda a sociedade. Basta olhar para a comunicação social portuguesa e ver que espaço se dá à cultura. A cultura tornou-se um fóssil.

Agora é recordada porque os monumentos maltratados atraem turistas. E o turismo, sabe-se, é agora o Harry Potter do país. Ninguém parece pensar que a criação cultural interligada com o património existente funciona como as duas faces da moeda de desenvolvimento e modernidade de uma nação. São locomotivas de uma sociedade mais criativa e, por isso, capaz de abrir novas avenidas sociais e económicas. Custa a perceber, no meio desta transformação da cultura num parque temático decadente, o que ainda motiva o ministro da Cultura a manter-se no cargo. A não ser que goste de ser uma versão nacional de um modelo do museu de cera de Madame Tussauds. Mas cada um escolhe o seu lugar no mundo. A opção cultural há muito que desapareceu de uma sociedade portuguesa que empobreceu na sua alma. As decisões da DG Artes são apenas o triste epílogo de tudo isso.»

Fernando Sobral

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