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quinta-feira, 12 de abril de 2018

Entre as brumas da memória


Deve ser isto

Posted: 12 Apr 2018 01:14 PM PDT

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Monserrat Caballé, 85

Posted: 12 Apr 2018 10:02 AM PDT

Monserrat Caballé faz hoje 85 anos. Nos arquivos da RTP, pode ser vista e ouvida uma entrevista que lhe foi feita no âmbito da apresentação da ópera «Norma», de Vincenzo Bellini, quando veio interpretá-la em Lisboa, em 1972.
Vale sempre a pena recordá-la:

E o que nunca será esquecido: em 1988, gravou com Freddie Mercury o álbum Barcelona. Quatro anos depois, na abertura dos jogos olímpicos naquela cidade, já sem a presença do cantor, que morrera em 1991, interpretou a mítica canção, num impressionante dueto virtual, que viria a ser repetido em 1999, antes da final da UEFA Champions League.

«Freddy Mercury and Montserrat Caballé's song Barcelona was produced as the theme song for the 1992 Olympics in Barcelona and recorded in 1987. It was featured in the TV transmission of the opening of the 1992 Summer Olympics in Barcelona, but not performed live because of Freddy Mercury's tragic death in 1991. The live performance in the video is from 8th October 1988 when Mercury and Caballe performed three songs by the Magic Fountain on Montjuic at a music festival called "La Nit" which celebrated the arrival of the Olympic flag from the Seoul games to Barcelona.»

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Centeno é a Estrada da Beira, não é a beira da estrada.

Posted: 12 Apr 2018 05:57 AM PDT

«No Governo, Centeno é todos. Ou quase. É o ministro das Finanças com plenos poderes em matéria de cativações, o que significa que pode mandar em quase tudo. Na Saúde, na Economia, na Educação, na Cultura. É da assinatura dele que dependem as despesas mais importantes. Ele é a Estrada da Beira, não é a beira da estrada. (...)


Os políticos fazem política. A esquerda bate o pé por mais investimento e enche-se de razões para mostrar o estado do país no osso, como já aqui escrevi. Mas Mário Centeno mostra-se inamovível nas suas pretensões de não falhar metas – já lhe basta a percentagem da dívida estar acima do desejável. Não somos todos Centeno, mas não nos iludamos: Costa "é" Centeno. E é daí que vem a força do ministro das Finanças.»

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As teias da Europa

Posted: 12 Apr 2018 03:16 AM PDT

«Jorgen Holmquist e David Wright foram, respectivamente, entre 2007 e 2010, director e director adjunto da Direcção-Geral da Estabilidade Financeira, dos Serviços Financeiros e da União e Mercados de Capitais (DG Fisma). Os dois deixaram esta entidade reguladora da União Europeia para, em nome da Comissão Europeia, acompanharem a aplicação do memorando de austeridade à Grécia. Na qualidade de especialistas em regulação e assuntos europeus, o primeiro transitou para a consultora Interel (que tem clientes como a Associação de Seguradoras Britânicas, bolsas de valores e grupos multinacionais de serviços financeiros) e o segundo para a Flint Global (que é dos principais accionistas em bolsas de valores como a Euronext e a Deutsche Borse. O problema de Holmquist e de Wright não foi a troca do público pelo privado, mas sim a troca do regulador pelo regulado. E não foram, nem são, os únicos: foi este o percurso de quatro dos cinco directores do regulador financeiro da União Europeia.

O relatório do Corporate Europe Oberservatory, um órgão independente que acompanha a influência dos grupos financeiros e de lobby na formulação de políticas na UE, vai mais longe e conclui que um terço dos funcionários que exerceram cargos de topo na DG Fisma, entre 2008, após o início da crise financeira, e 2017, “ou vem da indústria financeira ou foi empregue por ela” depois da sua passagem pela Comissão Europeia. Esta “porta giratória”, como lhe chamou George Stigler, mais um prémio Nobel da escola de Chicago, em 1971, num artigo sobre a teoria da regulamentação económica, tem uma finalidade: a criação de uma espécie de parcerias público-privadas das quais resultam a canalização de recursos públicos para interesses privados.

Esta “porta giratória” é muito elucidativa quanto à forma como os reguladores se tornam as presas dos regulados; como a política e quem a exerceu é utilizada e se deixa utilizar pelos negócios, num amálgama indistinta entre o que é o interesse e benefício de todos e o que é somente o interesse e o benefício de poucos. Esta “porta giratória” é uma prática global, da qual Portugal não se exclui. Não é preciso falar de Durão Barroso, pois não? Nem o caso Barroso foi suficientemente escandaloso para convencer a União Europeia a estreitar a porta, para assegurar a independência dos seus órgãos reguladores face às entidades que deveria regular. Com tanta rotação não há ética que resista»

Amílcar Correia

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