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Localizadas no centro/norte de Portugal continental, entre os rios Douro e Vouga, as Montanhas Mágicas encontram-se numa posição de transição entre o litoral e o interior do país. Com 1.688,6 km2 de área geográfica (cerca de 2 vezes o arquipélago da Madeira) este território acolhe cerca de 127.000 habitantes orgulhosos da sua história e do seu património natural e cultural.
Maciço da Gralheira (Rui Videira)
As Montanhas Mágicas abrangem as serras da Freita, Arada e Arestal, pertencentes ao maciço da Gralheira, e a serra do Montemuro, inserida no maciço com o mesmo nome. Território de excepcionais valores naturais, certificado como destino turístico sustentável, desde Novembro de 2013, engloba quatro sítios da Rede Natura 2000 e um geoparque da UNESCO, pautando-se pela oferta de um modelo turístico responsável e sustentável, focado no ecoturismo, no geoturismo e no turismo activo.
Drave (Rui Videira)
A singularidade dos fenómenos geológicos que aqui ocorrem, a notável biodiversidade que alberga, e as particularidades da sua geomorfologia, fazem das Montanhas Mágicas um destino de excelência para a observação e interpretação da natureza e para a realização de inúmeras actividades de desporto e aventura, entre as quais se destacam o rafting, o kayaking, a canoagem, o canyoning, o pedestrianismo e o BTT.
Rio Teixeira
Ocupado desde tempos pré-históricos, por todo o território são visíveis vestígios arqueológicos e monumentos que testemunham a sua longa história: enigmáticas gravuras rupestres de arte atlântica, monumentos megalíticos, pontes e vias romanas, mosteiros e templos medievais, santuários e igrejas de toda a feição, aldeias típicas de xisto e granito, minas históricas e muito mais. Unido pelos maciços do Montemuro e da Gralheira, o território encontra-se numa posição de fronteira entre o norte e o centro de Portugal continental e entre o litoral e o interior.
As Montanhas e os Vales
O relevo do território é predominantemente montanhoso, sendo constituído por dois grandes maciços: o maciço da Gralheira, no qual se inserem as serras da Freita, Arada e Arestal; e o maciço do Montemuro, dominado pela serra do Montemuro, a oitava maior elevação de Portugal Continental e a terceira maior a sul do rio Douro.
Serra da Freita - Rui Videira
Morfologicamente esta área situa-se no sector centro-norte do conjunto montanhoso designado por Montanhas Ocidentais do Centro-Norte de Portugal (serra do Montemuro e Maciço da Gralheira), a que sucede, para sul, a Serra do Caramulo. A altitude média é de 600 metros podendo atingir os 1.381 metros na serra do Montemuro (Pico do Talegre) e os 20 metros nos vales dos rios Douro e Vouga.
Arouca (Rui Videira)
Dominado por uma extensa mancha natural, possui zonas de forte densidade florestal, que contrastam com alguns planaltos e a formação de numerosos vales de baixa altitude, entre os quais se destacam, pela sua dimensão e importância, os Vales do Douro, Vouga, Paiva e Bestança.
Os Rios
As Montanhas Mágicas apresentam uma rede hidrográfica abundante e de grande qualidade, integrando as bacias do rio Douro, a norte - municípios de Arouca, Castelo de Paiva, Castro Daire e Cinfães, e do rio Vouga, a sul - municípios de Vale de Cambra, São Pedro do Sul e Sever do Vouga.
Rio Bestança
Neste sentido, a região norte é drenada pela margem esquerda do rio Douro, com ênfase para os afluentes Arda, Paiva, Bestança e Cabrum; a região sul é drenada pela margem direita do rio Vouga, com destaque para os afluentes Caima, Mau, Arões, Teixeira, Varoso, Sul e Mel. Destacam-se ainda os rios Paivô, Frades, Ardena, Tenente e Vidoeiro, afluentes do rio Paiva.
Rio Paivô
A maioria destes rios oferece condições excepcionais para a prática das mais variadas modalidade de desporto aventura, destacando-se o rio Paiva como o melhor, a nível nacional, para a prática de rafting.
História e Monumentos
Os monumentos medievais são testemunhos irrefutáveis de importantes episódios, acontecimentos e feitos históricos que ocorreram neste território ao longo do conturbado período da Idade Média. Relativamente aos monumentos, merecem uma referência especial os mosteiros cistercienses de Arouca e de S. Cristovão de Lafões, que dos primitivos aos actuais edifícios marcaram fortemente a vida, a economia e a cultura dos diversos povos que ao longo dos tempos se fixaram nestas terras.
Drave (Rui Videira)
Merecem igual destaque os monumentos românicos presentes em quase todos os municípios, do território, nomeadamente em Cinfães, Castelo de Paiva, Castro Daire, Arouca e Vale de Cambra, e que se apresentam sob a forma de templos e mosteiros católicos, pontes, memoriais e torres sineiras, evidenciando os traços mais expressivos da arte e da arquitectura românicas.
Aldeia da Pena
Em todos os municípios surgiram ricos solares e imponentes casas senhoriais, ostentando elaborados brasões de família nos portais das fachadas principais e adoptando os mais diversos estilos arquitectónicos e artísticos.
Aldeia da Pena
Foi, também, a partir do século XVIII que se verificou um significativo aumento da construção ou reedificação de igrejas, capelas, santuários e calvários, distribuídos de forma equilibrada por todos os municípios das Montanhas Mágicas. Salvo raras excepções, torna-se impossível definir um estilo artístico ou arquitectónico únicos para estes monumentos religiosos, uma vez que na sua grande maioria os mesmos reflectem vários estilos, o que permite ao visitante fazer uma viagem no tempo, contemplando características de várias épocas num só edifício. Importa salientar que um número significativo de igrejas e capelas estão classificadas como Imóveis ou Monumentos de Interesse Público e, em menor número, como Monumentos Nacionais.
Aldeia da Pena (São Pedro do Sul)
A partir do início do século XX, um dos principais acontecimentos que marcou a história das Montanhas Mágicas foi a corrida ao Volfrâmio, minério, utilizado no fabrico de armas e munições no decorrer da I e II Guerras Mundiais. A história da prospecção mineira nas minas de Regoufe, Rio de Frades, Moimenta, Chãs e Fraga da Venda ficou, desta forma, inevitavelmente associada à história da Europa e do Mundo. As ruínas do património mineiro e a memória dos homens que viveram de perto esta realidade constituem um património material e imaterial de inestimável valor.
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