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quarta-feira, 11 de abril de 2018

Síria – Crime intolerável ou armadilha sinistra?

por estatuadesal

(Por Carlos Esperança, 10/04/2018)

reichtag

Com os jihadistas da Al Qaeda e do Estado Islâmico desbaratados, isto é, com a guerra ganha, Bashar al-Assad precisava de ser demasiado estúpido ou demente para assassinar 49 civis, com armas químicas, no último rebelde e sem especial relevância estratégica, na região de Ghouta [Damasco oriental], em vez de pensar na reconstrução do país.

Admito a ausência de escrúpulos do regime e a falta de qualquer sentido de humanidade do presidente da Síria que resta, depois da destruição e sofrimento a que não são alheios os interesses geoestratégicos das grandes potências, mas tenho dificuldade em entender um suicídio, depois da vitória.

Sabe-se que nas guerras a primeira vítima costuma ser a verdade, embora nesta haja já milhões de pessoas que tiveram o azar de nascer ou estar num sítio onde a geopolítica não os deixou viver.

De que vale, aliás, a verdade para quem vagueia pelo mundo à espera de sobreviver, em busca da paz e de uma ocupação, quase sempre já sem família ou com ela destroçada?

A gravidade das armas químicas, o sentimento de ódio que despertam e o alarme que causam não podem deixar o mundo na dúvida. É aqui que os inspetores da ONU devem ser privilegiados na investigação que, ao contrário ao que aconteceu no Iraque, esclareça quem as usou, de onde vieram e quem foram os cúmplices.

O pretexto para o enfrentamento entre a Rússia e EUA é um preço demasiado alto para a Humanidade. Ninguém pode tolerar que o alegado “animal” da Síria e o que assim o designou, possam destruir os homens do Planeta, porque voltaram os tempos em que os animais falam… e decidem a sorte dos humanos.

Apostila – Qualquer relação da imagem com o texto é pura coincidência.

Post Scriptum – O perigo de confronto aumentou com o veto russo à proposta dos EUA para investigar alegados ataques químicos na Síria, num arriscado jogo do gato e do rato entre dois líderes pouco confiáveis.

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