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segunda-feira, 4 de junho de 2018

Eles estão, nós estamos, mesmo por todo o lado

Ladrões de Bicicletas


Posted: 03 Jun 2018 07:43 AM PDT

Thomas Frank recenseia criticamente mais dois livros da indústria editorial anti-populista. Mesmo que se esteja cada vez mais interessado no tema, é impossível ler tudo. Com base no seu conhecimento histórico das tradições populistas norte-americanas, Frank chega a três conclusões importantes: o populismo é no essencial “a forma americana de expressão dos antagonismos de classe”; a elite dominante no partido democrata tem simpatizado pouco com os padecimentos das classes trabalhadoras, abrindo espaço aos populismos das direitas; Bernie Sanders, que é hoje o melhor exemplo da melhor tradição populista nos EUA, corrobora a hipótese de que  uma certa forma de populismo “é a cura e não a doença”.
Indo para lá dos EUA, a importância dos populismos pode ser atestada pela preocupação do economista-chefe de uma multinacional alemã do sector financeiro – Allianz Global Investors. Numa análise ao fenómeno, Stefan Hofrichter afirma que “com a desigualdade em níveis historicamente elevados, é de esperar que o populismo não seja uma tendência passageira, mas uma força política relevante durante um tempo considerável”. Um dos riscos para esta gente é o de as eventuais tendências desglobalizadoras e, já agora desfinanceirizadoras, vejam lá, poderem melhorar a sorte das classes trabalhadoras, alterando a correlação de forças. O que é um risco para uns, é uma esperança para outros.
Realmente, é claro que um certo tipo de populismo é mesmo a cura democrática de que precisamos dos dois lados do Atlântico. Afinal de contas, que mais lhes mete hoje medo?

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