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domingo, 24 de junho de 2018

Sr. Sérgio Monteiro, é chamado à recepção

Novo artigo em Aventar


por j. manuel cordeiro

Lembram-se do Secretário de Estado dos Transportes do governo de Passos Coelho? Aquele que vendeu os anéis e os dedos?

Quando Sérgio Monteiro entregou a gestão de todos os aeroportos nacionais (todos) a uma empresa estrangeira por um período de 50 anos (cinquenta), jurou a pés juntos que o contrato de concessão contemplava a possibilidade de se avançar de imediato para uma solução quando o aeroporto de Lisboa atingisse os 20 milhões de passageiros, tendo sido dado a entender que se estaria a falar da construção do novo aeroporto.

Agora que o aeroporto da Portela está congestionado, ficámos a saber que, afinal, essa garantia não existe. O que o acordo com a nova empresa gestora das infraestruturas aeroportuárias prevê é a possibilidade das autoridades portuguesas apresentarem uma proposta, mas sem a obrigação da concessionária construir essa solução.


Eis uma das consequências de se perder a soberania sobre as nossas infraestruturas. O governo anterior vendeu tudo, ao desbarato, e nem assegurou o mínimo de controlo, pelo menos neste caso. Fica aqui este registo para lembrar aos excitados defensores do Estado mínimo que há mínimos a garantir.

Quero agora ver se as preocupações com os maus negócios que o Estado faz só são válidas quando são levadas a cabo pela outra cor. Concretizando, li por aí um levantamento geral por causa do Tribunal de Contas ter vindo dizer que o Estado não salvaguardou a sua posição ao regressar à TAP com 50% do capital, mas sem o correspondente controlo. Acredito que o TC tenha razão, aliás não me surpreende, dado ser este o modus operandi dos nossos políticos (esquecerem-se que estão onde estão para defender os interesses do Estado). O que eu quero ver, como se já não soubesse o que vai acontecer, é se essas mesmas vozes agora vão piar perante este escândalo.

Quanto a Sérgio Monteiro, é a prova, novamente, de que os políticos precisam de ter responsabilidade pessoal pelos actos praticados. Afinal de contas, é assim em todas as profissões. Porque é que haveria esta ser diferente?

Fica a seguir o áudio da história contada por Nicolau Santos.

Contas_5325012-1806201042.mp3

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