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domingo, 1 de julho de 2018

Entre as brumas da memória


Dica (777)

Posted: 01 Jul 2018 01:00 PM PDT

A preta de merda e o jornalismo de Segóvia (Fernanda Câncio)
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Solidariedade com a(o)s refugiada(o)s e migrantes

Posted: 01 Jul 2018 09:25 AM PDT

Três mentiras

Posted: 01 Jul 2018 06:34 AM PDT

«Na Líbia existem três governos e nenhum governa, na Turquia, o autoritarismo e a repressão vão ocupando o lugar da democracia. As pessoas refugiadas aí deixadas destinam-se à morte lenta. É por isso que a simples possibilidade de se instalarem campos de "internamento" na Sérvia ou no Kosovo só pode ser repudiada.


Por muitas voltas que se dê, à União Europeia foge sempre o pé para fazer o outsourcing do trabalho sujo, rodeando a "fortaleza" de campos de detenção.


O preço que pagamos é incalculável. A validação do racismo e da xenofobia são atos criminosos. O caminho para a desintegração vai já em passo acelerado. As desigualdades, a pobreza e a falta de expectativas no futuro foram tratadas pelos líderes europeus como adereços que custaram a credibilidade. A forma como estão a agir perante os refugiados custa o preço da humanidade. Sabê-lo-emos da pior forma.»

Marisa Matias
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As duas superpotências

Posted: 01 Jul 2018 03:36 AM PDT

«Na nova desordem mundial não há tolerância para com os direitos humanos. A denominada política de tolerância zero na fronteira com o México, a contemporização de Trump para com o supremacismo branco, a desvalorização dos direitos das minorias e o excelente relacionamento com líderes autoritários — os quais jamais confrontará com a violação das liberdades mais elementares nos seus países — aí estão para o provar. Neste quadro, a saída dos EUA do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, por o considerarem um organismo anti-israelita, é, pelo menos, uma decisão coerente. Até aqui as atrocidades cometidas por países amigos eram toleradas em função de interesses económicos ou geopolíticos e as atrocidades cometidas por países inimigos objecto de ingerência em nome do respeito pelos direitos humanos.

Nesta era Trump, regimes democráticos como os EUA ou como os Estados-membros da União Europeia não só não se preocupam com as violações dos direitos humanos em países terceiros como alguns deles começam a adoptar políticas que contrariam todos os princípios básicos nos quais se fundaram. Não vale a pena sequer falar do resto do mundo neste capítulo. Objectivamente, a questão não se coloca na Rússia ou na China, na Arábia Saudita ou na Turquia. É muito mau sinal quando a preocupação com os direitos humanos é um exclusivo de organizações como a Amnistia Internacional ou a Human Rights Watch e quando as catástrofes humanitárias da Síria ou a perseguição dos rohingyas podem ser pretexto para um Pulitzer ou um World Press Photo, mas nada mais do que isso.

Olhando para a Europa, depreende-se que fechar portos e impedir a entrada de imigrantes dá votos. Sondagens em Itália, após o caso do navio Aquarius, davam conta de que duas em cada três pessoas estavam de acordo com a forma como o Governo de Conte geriu este processo. Olhando para os EUA, as políticas de tolerância zero terão, finalmente, sobressaltado a opinião pública: Susan Sarandon e centenas de manifestantes foram detidos durante protestos, em Washington, organizados por movimentos feministas, sob o slogan “as famílias devem estar juntas”. Novos protestos repetiram-se ontem e outros se devem seguir nos próximos dias. Na nova desordem mundial, existem duas superpotências: os Estados Unidos da América e a opinião pública. Não podemos ter muita esperança quanto à primeira; era bom que a esperança não desfalecesse quanto à segunda.»

Amílcar Correia

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