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terça-feira, 17 de julho de 2018

Lembrem-se quando forem votar

Novo artigo em Aventar




por j. manuel cordeiro

"Foi pirateado. Isso só demonstra que há necessidade de haver controlo na Internet" A. Marinho e Pinto.
O advogado parece não saber que há uma lei geral em vigor.
Neste caso concreto, deixou o caderno de notas aberto no jardim da cidade e houve que lá fosse deixar escrito quanto apreço nutre por este sujeito. É a vida.
Daí até extrapolar para a necessidade de "controlar" vai um grande passo. Podia ter referido que quem fez isto, que não foi a "Internet" nem a generalidade de quem a usa, agiu mal. Podia ter aproveitado até para apelar à elevação. Mas não. Sacou do tiquezinho de pequeno ditador, até como explicação lateral para o seu voto que nada teve a ver com isto, e decretou que é preciso controlar a Internet. A seguir, controlam-se os muros, os jornais e o melhor mesmo é fechar as tipografias, não se vá dar o caso de alguém se lembrar de imprimir panfletos.
"A Internet está ocupada por hordas de mujiques e enquadrados por legiões de técnofilos." A. Marinho e Pinto
Eis a elevação do político, e bem informado, como se percebe.
"O que digo a essas pessoas é que as minhas convicções políticas nunca estiveram em leilão político, nem estarão seja qual for o número de votos que possa ter." A. Marinho e Pinto
Duvido que este acto de gozo com a nabice do eurodeputado fosse alguma tentativa de o levar a vender o voto. Por outro lado, mais parece ter sido a expressão, mesmo que rude, daqueles que o político não quis ouvir. Sim, este foi um dos representantes dos portugueses junto do Parlamento Europeu que tomaram posição sem se dignar ouvir os seus representados. O próprio Marinho e Pinto o afirmou: não leu nem ia ler os argumentos daqueles que se opuseram à polémica lei entretanto chumbada.
Quanto ao tweet inicial do Viagra, o que há mais são boots a explorar vulnerabilidades como esta. Foi a falta de uso dessa conta por parte do seu dono e da subsequente mediatização do caso que lhe inundou o sítio. Mas se o ego ficar mais elevado por se achar vítima de perseguição, siga então.
Não é preciso leiloar o seu voto, senhor eurodeputado. Basta que se tivesse informado para votar de forma esclarecida.
Mas é bom que se fale de votos. Esta gente não surge do nada. Lembrem-se disto quando forem votar mas próximas europeias.







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