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sábado, 5 de janeiro de 2019

Entre as brumas da memória


Pode ser que ele apareça

Posted: 04 Jan 2019 01:44 PM PST

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Isto anda tudo ligado

Posted: 04 Jan 2019 12:00 PM PST

E mais não digo.
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Bora ver Miguel Macedo outra vez interrogado na TV?

Posted: 04 Jan 2019 10:11 AM PST

«Foi badalhoco terem filmado Miguel Macedo e Jarmela Palos durante os interrogatórios e deixado que essas imagens fossem exibidas publicamente. E isso foi então - não só agora quando se sabem ambos inocentes. Já era badalhoco o que lhes fizeram quando eles eram suspeitos! E, já agora, também o seria mesmo que Macedo e Palos fossem estrangeiros, sem visto gold nem documento de pobre, seria badalhoco mesmo que nem cidadãos fossem. Eram homens que tu não podes humilhar, já agora também, apesar da condição de ex-ministro e de ex-alto funcionário te incitar a inveja.

Ainda bem, ainda bem, ainda bem que corruptos foram condenados. Mas, aí, já estamos num patamar superior: ninguém ousa aplaudir a corrupção. O mais importante do noticiário de hoje foi, talvez, mais gente ter percebido, talvez, a urgência de acabar com uma badalhoquice nacional: a humilhação pública dos interrogatórios judiciais. Talvez, não é SIC, TVI e RTP?»


Ferreira Fernandes .

É mais ou menos isto

Posted: 04 Jan 2019 06:49 AM PST

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Um ano muito trumpiano

Posted: 04 Jan 2019 03:02 AM PST

«No final de 2017, a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e os republicanos no Congresso impuseram um corte de um bilião de dólares nos impostos das empresas, parcialmente compensado por aumentos de impostos para a maioria dos americanos no meio da distribuição de rendimentos. Mas, em 2018, o júbilo da comunidade empresarial dos EUA com este bodo começou a dar lugar à ansiedade em relação a Trump e às suas políticas.

Um ano atrás, a ganância desenfreada dos líderes empresariais e financeiros dos EUA permitiu-lhes superar a sua aversão a grandes défices. Mas agora eles estão a ver que o pacote de impostos de 2017 foi a fatura fiscal mais regressiva e extemporânea da história. Na mais desigual de todas as economias avançadas, milhões de famílias americanas em dificuldades - e as gerações futuras - estão a pagar cortes de impostos para bilionários. Os Estados Unidos têm a esperança de vida mais baixa entre todas as economias avançadas e, no entanto, a fatura fiscal foi elaborada para que mais 13 milhões de pessoas no país não tenham seguro de saúde.

Como resultado da legislação, o Departamento do Tesouro dos EUA prevê agora um défice de um bilião de dólares para 2018 - o maior défice num ano de paz e não recessivo em qualquer país desde sempre. E, como se isso não bastasse, o prometido aumento do investimento não se concretizou. Depois de dar alguns brindes aos trabalhadores, as empresas canalizaram a maior parte do dinheiro para recompras de ações e dividendos. Mas isso não é particularmente surpreendente, pois o investimento beneficia da segurança e Trump vive no caos.

Além disso, como a legislação fiscal foi aprovada à pressa, ela está cheia de erros, inconsistências e lacunas para interesses particulares que foram inseridas quando ninguém estava a ver. A falta de amplo apoio popular da legislação praticamente garante que grande parte será revertida quando os ventos políticos mudarem, e isso não foi passou despercebido aos donos de empresas.

Como muitos de nós observámos na época, a legislação fiscal, juntamente com um aumento temporário dos gastos militares, não foi projetada para dar um impulso sustentado à economia, mas sim para fornecer o equivalente a uma excitação de curta duração. A depreciação acelerada do capital permite maiores lucros depois dos impostos agora, mas reduz os lucros depois dos impostos mais tarde. E, como a legislação realmente reduz a dedutibilidade dos pagamentos de juros, acabará por aumentar o custo do capital após os impostos, desencorajando assim o investimento, grande parte do qual é financiado por dívida.

Entretanto, o enorme défice dos EUA terá de ser financiado de alguma forma. Dada a baixa taxa de poupança do país, a maior parte do dinheiro virá inevitavelmente de credores estrangeiros, o que significa que os EUA enviarão grandes pagamentos para o exterior para servir a sua dívida. Daqui a uma década, a receita total dos EUA provavelmente será menor do que seria sem esta legislação fiscal.

Além da legislação tributária desastrosa, as políticas comerciais da administração Trump também estão a perturbar os mercados e a interromper as cadeias de fornecimento. Muitas empresas de exportação dos EUA que dependem de insumos chineses têm agora uma boa razão para transferir as suas operações para fora dos EUA. É muito cedo para calcular os custos da guerra comercial de Trump, mas é seguro assumir que todos ficarão mais pobres em resultado dela.

Da mesma forma, as políticas anti-imigração de Trump estão a incentivar empresas que dependem de engenheiros e outros trabalhadores altamente qualificados a mudar os seus laboratórios de investigação e unidades de produção para o exterior. É apenas uma questão de tempo antes de começarmos a ver falta de trabalhadores em outros lugares nos EUA.

Trump chegou ao poder explorando as promessas falhadas da globalização, financeirização e economia de gotejamento. Após uma crise financeira global e uma década de crescimento morno, as elites foram desacreditadas, e Trump emergiu para atribuir a culpa. Mas, é claro, nem a imigração nem as importações estrangeiras causaram a maior parte dos problemas económicos que ele explorou para obter ganhos políticos. A perda de empregos industriais, por exemplo, é em grande parte devida à mudança tecnológica. De certa forma, fomos vítimas do nosso próprio sucesso.

Ainda assim, os decisores políticos poderiam certamente ter gerido melhor essas mudanças para garantir que o crescimento do rendimento nacional beneficiasse muitos, em vez de poucos. Os líderes empresariais e financeiros ficaram cegos com a sua própria ganância, e o Partido Republicano, em particular, tem tido o prazer de lhes dar tudo o que quiserem. Como resultado, os salários reais (ajustados pela inflação) estagnaram e os deslocados pela automatização e globalização foram abandonados.

Como se as decisões económicas de Trump não fossem suficientemente más, a sua política é ainda pior. E, infelizmente, a marca de racismo, misoginia e incitamento nacionalista de Trump estabeleceu franchises no Brasil, Hungria, Itália, Turquia e outros lugares. Todos esses países terão problemas económicos similares - ou piores -, assim como todos estão a enfrentar as consequências reais da incivilidade em que os seus líderes populistas prosperam. Nos EUA, a retórica e as ações de Trump desencadearam forças obscuras e violentas que já começaram a sair de controlo.

A sociedade só pode funcionar quando os cidadãos confiam no seu governo, nas instituições e uns nos outros. E, no entanto, a fórmula política de Trump é baseada na erosão da confiança e na maximização da discórdia. Não podemos deixar de questionar onde isso vai acabar. Será o assassínio de 11 judeus numa sinagoga de Pittsburgh o prenúncio de uma Noite de Cristal americana?

Não há como saber a resposta para tais questões. Muito dependerá de como o atual momento político se vai desenrolar. Se os partidários dos líderes populistas de hoje se desiludirem com o inevitável fracasso das suas políticas económicas, poderão desviar-se ainda mais na direção da direita neofascista. Numa hipótese mais otimista, eles poderão ser trazidos de volta para o rebanho democrático liberal ou, pelo menos, desmobilizarem-se devido à deceção.

Há uma coisa que sabemos: os resultados económicos e políticos estão interligados e reforçam-se mutuamente. Em 2019, as consequências das más decisões e das piores políticas dos últimos dois anos serão vistas ainda mais nitidamente.»

Joseph Stiglitz

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